Medição em mecânica quântica

O quadro da mecânica quântica requer uma definição cuidadosa de medição. A questão da medição está no cerne do problema da interpretação da mecânica quântica, para a qual não há consenso.

Medição de um ponto de vista prático editar

Medição desempenha um papel importante na mecânica quântica, e é visto de maneiras diferentes entre as várias interpretações da mecânica quântica. Apesar de consideráveis diferenças filosóficas, diferentes pontos de vista de medição concordam quase universalmente sobre a questão prática do que seja o resultado de uma medição de rotina de laboratório em física quântica. Para entender isso, a interpretação de Copenhague, a qual tem sido comumente usada,[1] é empregada neste artigo.

Os cientistas, em 2020, observaram a evolução durante o processo de medição da orbital do elétron. Produzindo um “filme” que consiste em fotos tiradas em vários momentos da estimativa, eles demonstraram que a mudança de estado ocorre gradualmente sob o impacto da medição.[2]

Visão geral qualitativa editar

Na mecânica clássica, um sistema simples que consista de apenas uma única partícula é totalmente descrito pela posição   e momento linear   da partícula. Como uma analogia, na mecânica quântica um sistema é descrito por seu estado quântico, o qual contém as probabilidades de possíveis posições e momentos. Em linguagem matemática, todos os possíveis estados "puros" de um sistema formam um espaço vetorial abstrato chamado espaço de Hilbert, que normalmente é infinito dimensionalmente. Um estado "puro" é representado por um vetor de estado no espaço de Hilbert.

Uma vez que um sistema quântico foi preparado em laboratório, alguma grandeza mensurável, tal como a posição ou a energia é medida. Por razões pedagógicas, a medição é geralmente assumida como sendo idealmente precisa. O estado de um sistema após a medição é assumido como "colapso" em um auto-estado do operador correspondente à medição. Repetir a mesma medida sem qualquer evolução do estado quântico conduzirá ao mesmo resultado. Se a preparação for repetida, as medições subsequentes provavelmente levarão a resultados diferentes.

Os valores previstos das medições encontram-se descritos por uma distribuição de probabilidade, ou uma "média" (ou "expectativa") do operador de medição com base no estado quântico do sistema preparado.[3] A distribuição de probabilidade é ou contínua (tal como a posição e momento) ou discreta (tal como spin), dependendo da grandeza sendo medida.

O processo de medição é muitas vezes considerado como aleatório e indeterminado. No entanto, existe uma controvérsia em torno desta questão. Em algumas interpretações da mecânica quântica, o resultado "parece" randômico e indeterminado, enquanto que em outras interpretações o indeterminismo é fundamental e irredutível. Um elemento importante dessa divergência é a questão do colapso da função de onda, associado com a mudança do estado na sequência da medição. Existem muitas questões filosóficas e posturas (e algumas variações matemáticas) tomadas - e um consenso quase universal que nós ainda não entendemos completamente a realidade quântica. Assim, em qualquer caso, nossas descrições dinâmicas envolvem probabilidades e não certezas.

Referências

  1. Hermann Wimmel (1992). Quantum physics & observed reality: a critical interpretation of quantum mechanics. World Scientific. p. 2. ISBN 978-981-02-1010-6. Retrieved 9 May 2011.
  2. «Filming quantum measurement». Tech Explorist (em inglês). 27 de fevereiro de 2020. Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  3. J. J. Sakurai (1994). Modern Quantum Mechanics 2nd ed. [S.l.: s.n.] ISBN 0201539292