Melanina

grupo de pigmentos naturais encontrado na maioria dos seres vivos

Melanina é a denominação genérica de uma classe de compostos poliméricos derivados da tirosina, que é existente nos reinos Animal, Planta e Protista e cuja principal função é a pigmentação e proteção contra a radiação solar. É a melanina que, por exemplo, confere pigmentação à pele[1],aos olhos e aos cabelos dos mamíferos. A falta de melanina dá origem a uma condição denominada albinismo.

A pele é composta por três camadas: a epiderme (camada superficial), a derme (camada intermediária) e a hipoderme (a camada mais profunda).[2]A pele faz o pigmento melanina a cada 48 horas[3]. A produção de melanina é feita pelos melanócitos ou melanoblastos, células da camada basal da epiderme que mantêm contacto com os queratinócitos por intermédio de projeções citoplasmáticas. Esses prolongamentos é que permitem que os pigmentos melânicos produzidos se depositem nos queratinócitos.

Síntese editar

A síntese de melanina é teoricamente explicada pela presença de uma enzima - tirosinase - concentrada no aparelho de Golgi dos melanócitos. O pigmento é originado a partir da polimerização do aminoácido tirosina por intermédio da ação da tirosinase, a qual passa de aminoácido incolor a um pigmento castanho. A tirosina polimerizada deposita-se em vesículas denominadas melanossomas, as quais se deslocam pelos prolongamentos citoplasmáticos dos melanócitos, sendo transferidos para os queratinócitos através de um processo de secreção, denominado secreção citócrina (de célula para célula) Embora exista uma corrente que não concorda com esse processo e sim que os grãos de melanina saem dos melanócitos por , são depositados no liquido intersticial e capturados por receptores na membrana dos queratinócitos, isso explica a ação do sistema imune ao destruir a melanina no caso do Vitiligo é o que prova pesquisas da Associação Fluido Vital. Os grânulos de melanina permanecem no citoplasma dos queratinócitos e se depositam ao redor do núcleo onde realiza a proteção gênica dos mesmos.

Melanina e os raios ultravioleta[4] editar

As diversas camadas dos queratinócitos com melanina fornecem uma defesa eficaz dos tecidos subjacentes contra os efeitos nocivos dos raios solares, principalmente dos raios ultravioleta.

A influência da radiação ultravioleta sobre a síntese de melanina ainda não está muito bem explicada. Acredita-se que esses raios promovam o aumento da atividade da tirosinase nos melanossomas. As hormonas também ainda não têm um mecanismo definido na participação da produção melânica; a hipófise, por exemplo, secreta o ACTH e o HME (hormona melanócito-estimulante), que aumentam a síntese de melanina. Já as hormonas do córtex da supra-renal exercem um efeito de inibição, na hipófise, do ACTH e do HME, o que consiste em um fator de equilíbrio e modulação da síntese melânica.

Melanina na cultura popular editar

Os gregos chamavam a todos os etíopes de "caras queimadas" (“ethios”, e a palavra para face era “ops”), relacionando a pele dos africanos ao carvão. Gregos e os Romanos se referiam a todas as terras ao sul do Egito como a Etiópia, uma antiga palavra Grega que significa “terra dos caras queimadas”. [carece de fontes?]

Logo após as invasões européias aos povos de pele não-branca, normalmente estes povos viam a melanina como uma espécie de "sujeira" biológica; isto porque não se compreendia qual o real papel dela e nem por que ela geralmente estava relacionada a regiões de baixa latitude. Mas com a popularização das ciências biológicas no século XX, as pessoas começaram a perceber que esta suposta "sujeira" escura era uma proteína que absorvia a maior parte da luz devido a uma angulação da molécula, diferindo-a de outras semelhantes na Química orgânica. [carece de fontes?]

Classes de melanina editar

Existem duas classes principais de melanina: eumelanina, de cor acastanhada ou preta, e feomelanina, de cor avermelhada ou amarelada. Os grânulos de melanina se dispõem sobre o núcleo do queratinócito, de modo a impedir lesões no DNA da célula pelos raios ultravioleta. A eumelanina é muito mais eficiente que a feomelanina nessa proteção, e por isso os cânceres de pele são mais comuns em pessoas de pele clara, cujo conteúdo relativo de eumelanina é pequeno.

A produção de eumelanina e feomelanina é controlada por um receptor transmembrana, ao qual se liga o hormônio melanócito-estimulante, denominado MC1R.

Referências

  1. «Que é Melanina?». News-Medical.net. 20 de novembro de 2011 
  2. «Fotobioquímica da pele». Ciência Hoje. Consultado em 29 de setembro de 2020 
  3. Saey, Tina Hesman (25 de outubro de 2018). «To get a deeper tan, don't sunbathe every day». Science News (em inglês) 
  4. Fluido vital.org

Ligações externas editar

 
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