Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Ostrogoda.

Ostrogoda (Ostrogotha) foi um rei godo da dinastia dos Amalos, o primeiro a reinar sobre esse povo nos arredores do mar Negro, ao sul da atual Rússia.[1] Pertencia à sexta geração de líderes góticos e era filho de Hisarna e pai de Hunuino.[2][3] É reconhecido pelas fontes clássicas que lidam com a história gótica como o herói e fundador epônimo do ramo oriental dos godos, os ostrogodos.[4][5][2] Segundo Cassiodoro, Ostrogoda tinha como principal característica sua paciência.[6]

Ostrogoda
Rei gótico
Reinado século III
Antecessor(a) Filímero (?)
Sucessor(a) Cniva
Morte século III
Descendência Hunuino
Dinastia dos Amalos
Pai Hisarna
Mãe ?
Religião paganismo gótico

Segundo a Gética de Jordanes, no reinado do imperador Filipe, o Árabe (r. 244–249), devido ao cessar dos pagamentos romanos aos godos, Ostrogoda, que à época comandava ambos os ramos góticos (ostrogodos e visigodos), cruzou o Danúbio e liderou ataques na Mésia e Trácia.[7] Na invasão, os godos tentaram tomar Marcianópolis, na Trácia, e exigiram resgate pela cidade. Depois, retornaram para seu país com o butim.[8]

Pouco após o retorno dos exércitos góticos, o rei gépida Fastida enviou emissários a Ostrogoda para exigir que cedesse pacificamente partes de seus domínios, ou que lutasse por eles.[9] Ostrogoda respondeu que preferiria lutar, e no conflito subsequente, Fastida foi derrotado e os gépidas retornaram para seu país.[10] Durante o resto de seu reinado os godos gozaram da paz.[11]

Ver também editar

Precedido por
Filímero (?)[a]
Rei gótico
século III
Sucedido por
Cniva
Precedido por
Hisarna
Chefe dos Amalos
século III
Sucedido por
Hunuino

Notas editar

[a] ^ Os reis citados na sequência de Filímero remetem-se a reis e deuses romanos, getas, masságetas e trácios: Zeuta, Deceneu, Zalmoxis (deus geta), Marte (deus romano),[12] Tanausis (fl. séculos XIV-XIII a.C.),[13] Lâmpedo e Marpésia (amazonas),[14] Tômiris (fl. século VI a.C.), Gudila (fl. século IV a.C.), Sitalces II (fl. século IV a.C.),[15] Burebista (r. 82–44 a.C.), Comósico (fl. século I a.C.),[16] Corilo (r. 30–70)[17] e Dorpaneu (r. 69–87).[18] Depois de Dorpaneu ele cita a genealogia da dinastia gótica dos Amalos e então o reinado de Ostrogoda.[19]

Referências

  1. Wolfram 1990, p. 86.
  2. a b Christensen 2002, p. 129.
  3. Clarke 2013, p. 273-274.
  4. Kim 2013, p. 122.
  5. Wolfram 1997, p. 27-28.
  6. Christensen 2002, p. 75.
  7. Christensen 2002, p. 199.
  8. Chambers 2010, p. 14-15.
  9. «The Gepids before Hun Rule» (em inglês). Consultado em 5 de março de 2015 
  10. Christensen 2002, p. 338.
  11. Chambers 2010, p. 15.
  12. Jordanes, V.39-41.
  13. Jordanes, VI.47.
  14. Jordanes, VII.49-55; VIII.56-57; IX.58-60.
  15. Jordanes, X.61-66.
  16. Jordanes, XI.67-73.
  17. Jordanes, XII.74-75.
  18. Jordanes, XIII.76-78.
  19. Jordanes, XIV.79-82; XV.83-88.

Bibliografia editar

  • Chambers, Raymond Wilson (2010). Widsith: A Study in Old English Heroic Legend. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 1108015271 
  • Christensen, Arne Søby (2002). Cassiodorus, Jordanes and the History of the Goths: Studies in a Migration Myth. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN 8772897104 
  • Clarke, M. G. (2013). Sidelights on Teutonic History During the Migration Period. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 1107696321 
  • Kim, Hyun Jin (2013). The Huns, Rome and the Birth of Europe. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 1107067227 
  • Wolfram, Herwig (1997). The Roman Empire and Its Germanic Peoples. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN 0520085116