Paco Bandeira

artista musical português, cantor

Francisco Veredas Bandeiras (Assunção, Elvas, 2 de Maio de 1945), de pseudónimo Paco Bandeira, é um cantor e compositor português.

Paco Bandeira
Paco Bandeira
Informação geral
Nome completo Francisco Veredas Bandeiras
Também conhecido(a) como Paco Bandeira
Nascimento 02 de maio de 1945 (78 anos)
Origem Elvas, Portugal
País Portugal Portugal
Género(s) Música popular portuguesa
Instrumento(s) voz, Guitarra
Outras ocupações Cantor, compositor

Com mais de quarenta anos de carreira musical, é reconhecido como um dos representantes da música popular portuguesa.

Biografia editar

As características da sua região natal, tais como as planícies e as searas, a interioridade da província portuguesa, a fronteira com a Estremadura, de Espanha, acabaram por marcar indelevelmente a sua música.

Ingressou no serviço militar, passando três anos em Angola como primeiro-cabo num regimento de transmissões.

Carreira artística editar

Aprendeu a tocar guitarra com a ajuda de um tio e aos 14 anos torna-se guitarrista e vocalista do grupo Cuban Boys, com o qual deu vários concertos em Portugal e Espanha.

Durante cinco anos foi locutor da estação regional Radio Extremadura (de Badajoz) da espanhola Cadena SER. Acabou por se tornar conhecido por Paco devido à ascendência espanhola e pela sua actividade inicial em Espanha, onde os Franciscos são chamados de Pacos, Panchos ou Curros.[1]

Durante bastante tempo viveu na Alemanha e em Espanha onde fez parte do elenco artístico de um paquete de luxo que efectuava cruzeiros por todo o mundo. Actua na RTP, ZDF (alemanha), BBC (Inglaterra) e televisão francesa.

Cantava na tropa tendo estado em Angola durante três anos. Em 1966 gravar um disco no Porto pela editora Rapsódia onde apresentava várias influências brasileiras.

Após o serviço militar, ao regressar a Portugal, começa a compor os seus próprios temas, e só então passa a cantar em português.

Vence o 1º Festival da Canção da Guarda, realizado entre 21 e 24 de Julho de 1971, com a canção "Sigo Cantando".

A partir de 1972, como solista, pela mão de Hermínia Silva, começa a cantar no Solar daquela famosa artista, onde Paco tinha começado por trabalhar quando veio para Lisboa.

Paco Bandeira interpreta "Vamos Cantar De Pé" no Festival RTP da Canção de 1972 onde fica em 2º lugar.

Em 1973 participa no II Festival Ibero-Americano (OTI) com "Poema De Mim".

O primeiro dos seus sucessos foi "A Minha Cidade" (mais conhecida por "Ó Elvas, Ó Elvas"), seguindo-se outros tantos êxitos, tais como "É Por Isso Que Eu Vivo", "Chula da livração" ou "Ceifeira Bonita". Em consequência destes êxitos, inicia uma intensa carreira internacional junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, atuando em palcos e televisões de Espanha, Itália, EUA, Austrália ou Canadá.

Esteve num Festival realizado na Bulgária onde apresentou a canção "É por isso que eu vivo". Ganhou o prémio do melhor poema e de interpretação.

Em 1980 é editado o álbum "Malhas, Malhões e Outras Canções", com arranjos de Pedro Osório, cujo repertório foi registado no programa "A Vez e a Voz" da RTP. O disco, com temas como "Tempo de Valsa" ou "Flor da Esperança", foi gravado em Madrid nos estúdios Eurosonic. No disco participa o músico e produtor Johnny Galvão.

Os maiores sucessos desta fase são "Minha Quinta Sinfonia" e "A Ternura dos Quarenta".

Em 1987, as relações entre Paco Bandeira e a RTP deterioram-se, instalando-se uma polémica entre este e o diretor da estação de televisão pública. No Natal desse ano, Paco Bandeira edita o seu vigésimo disco LP, intitulado "Com Sequências", com letras de Pedro Bandeira Freire. Enquanto isto, despoletava nova polémica, desta feita entre si e o Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, de cuja direção Paco se demitiu sob protesto pelo chumbo da sua moção que visava a adoção de "Oh Elvas Oh Elvas" como Hino Nacional.

Bandeira foi também membro e tesoureiro da UPAV (União Portuguesa de Artistas de Variedades), funções que desempenhou com assinalável sucesso, tendo conseguido cobrar quotas que se encontravam em atraso há décadas. Em 1991, apresenta-se no Teatro Rivoli, no Porto, para um espetáculo onde o conjunto de António Mafra foi o convidado especial. Na mesma altura, Paco era reconhecido como "um cantor que soube acompanhar o seu público".

Na sua carreira, conta ainda com participações em programas de televisão no Brasil, Turquia, Bulgária ou Israel, algumas das vezes com difusão pelas redes da Eurovisão, da OTI e da Intervisão.

Em 1992, apresenta em Lisboa, no Teatro Municipal de São Luís, o seu disco "Aqui Para Nós", em que cada ingresso dava direito a um CD.

Em 1994 é editado o seu vigésimo quinto álbum intitulado "Cantigas Entrelaçadas", na mesma altura que preparava um programa para a RTP intitulado "Cantares de Amigo", exibido um ano depois. Ainda em 1995 compõe a banda sonora da telenovela "Roseira Brava", e uma série de programas para a Rádio Comercial intitulados "Cantos da Casa".

Em 1996 compõe as bandas sonoras das telenovelas "Primeiro Amor" e "Vidas de Sal; em 1997 as telenovelas "Filhos do Vento" e "A Grande Aposta"; em 1998 a telenovela "Os Lobos" e em 2000 "Ajuste de Contas".

Em 2006 lança uma antologia de alguns dos seus maiores sucessos, num duplo álbum intitulado "Paco Bandeira: Uma vida de canções", que se torna um enorme sucesso de vendas.

Em Outubro de 2007 editou o álbum "Canto do espelho", com dez temas originais, cinco dos quais contam com os coros a cargo do "Coral Harmonia" de Santiago do Cacém.

Fim da Carreira editar

Em 17 de Novembro de 2007 o cantor realizou um concerto no Coliseu de Elvas, que considerou um ponto final na sua carreira, pelo menos no que a discos diz respeito[necessário esclarecer]

Em julho de 2017, Paco Bandeira partilhou nas redes sociais um vídeo onde surge a destruir 50 mil discos seus, em protesto contra o download ilegal, o trabalho de divulgação de músicas nas rádios nacionais e as Finanças. Apesar do destaque dado pelos meios de comunicação tratava-se de um vídeo realizado alguns anos antes.

Vida Pessoal editar

Em 1996, a sua vida é violentamente agitada pela morte da sua mulher Maria Fernanda em circunstâncias trágicas após ser atingida por uma bala na cabeça tendo, após inquérito, sido considerado suicídio. É pai de Ana Paula (1963) e Maria da Conceição (1964), filhas desse primeiro casamento.

É um dos mais maiores e mais profícuos cantautores desde anos 70, com mais de 600 obras publicadas, incluindo música e direção musical de várias novelas, filmes e séries de televisão.

Foi Rei da Rádio, graças à popularidade das suas canções "A Minha Cidade", vulgo Elvas ó Elvas, "A Minha Quinta Sinfonia", "Ternura dos Quarenta", "Onde o Sol Castiga Mais" (Hino Oficial da Liga dos Combatentes) e a Chula da Livração (Hino Oficial da Federação do Associativismo Nacional).

Da sua vida privada viveu 35 anos com a 1ª mulher que se suicidou em 1996, vítima de uma depressão nervosa, provocada por um caso de adultério com a secretária.

Da segundo mulher com quem teve uma relação, combinada sem compromisso nem filhos, o que em princípio ela aceitou, mas não cumpriu, engravidando e utilizando esse fato, para o chantagear, exigindo meio milhão de Euros, e retirando-lhe o acesso à filha, ou alegaria violência doméstica, que mesmo sendo falsa, destruir-lhe-ia a imagem. O que facto conseguiu, com ajuda das revistas cor-de-rosa e de familiares da falecida esposa, acusando-o de a ter assassinado. Assim conseguiu que em tribunal, Composto por 3 juízas Anabela Simões Cardoso, Alexandra Veiga, que ao tempo escrevia no CM, e Raquel Marques.) Alegadamente levado pelo espavento mediático, mesmo sem nenhuma prova, o condenasse a pena suspensa, por violência psicológica e posse de arma, de que tinha licença, porem caducada há dias.

É ainda avô de quatro netos: Rúben, Carlota, Rita e Jessica.

No início de 2012 foi acusado pelo Ministério Público de violência doméstica.[2]

Em 13 de Julho de 2012, foi condenado a uma pena de três anos e quatro meses de pena suspensa por violência doméstica e detenção de arma proibida. Pagou ainda três mil euros de indemnização à ex-mulher e uma coima de 400 euros por posse de um revólver sem licença.[3] Recorreu ao Tribunal da Relação de Lisboa que confirmou a pena. Os juízes desembargadores concluíram que Maria Roseta foi vítima de violência doméstica.[4]

Casou-se com Gisela de Jesus em 2014,[5]

Discografia editar

  • À Procura de Amigos (Lp, Decca, 1973)
  • Vamos Cantar De Pé (Lp, Decca, 1973)
  • Todavia Eu Sou Pastor (LP, Decca, 1974)
  • O Alentejo Quer Um Homem Que Saiba mandar (LP, Decca, 1975)
  • Cara Ou Coroa (Lp, Decca, 1976)
  • Canto No Tempo Presente (Lp, Decca, 1977)
  • Os Ferrinhos, O Adufe E A Guitarra (LP, Decca, 1978)
  • Amigos, Amigos... (Lp, Imavox, 1979) IM-30104
  • Malhas, Malhões e Outras Canções (Lp, Imavox, 1980)
  • Com Olhos de Ver (LP, Imavox, 1981)
  • Vidas (Lp, Dacapo, 1983)
  • Meridional (Lp, Dacapo, 1984)
  • Semibreves (Lp, Dacapo, 1985)
  • Entre o Céu e o Inferno (Lp, Dacapo, 1985)
  • Com Sequências (LP, Discossete, 1987)
  • Em Lisboa (Lp, 1989)
  • Sucessos (Lp, Musicata, 1989)
  • O Melhor de (2LP, Emi, 1989)
  • Bolero (Lp, Dacapo, 1990)
  • Aqui Para Nós (CD, Profissom, 1992)
  • Cantigas Entre (laçadas) - (CD, Sonovox/Movieplay, 1994)
  • À Queima Roupa (CD, edição de autor, 1995)
  • PALCO DE ESTRELAS
  • Passageiro de Canções (CD, Profissom, 2000)
  • Dedicatórias (CD, Profissom, 2000)
  • A Cor da Amizade (CD, Espacial, 2004)
  • Paco Bandeira: Uma vida de canções (CD, Farol, 2006)
  • Canto Do Espelho (CD, Farol, 2007)
  • Tudo No Mundo É Caminho (Cd, Arte em Planície, 2011)

Referências