Palazzo Magistrale

Palazzo Magistrale, conhecido como Palazzo Malta, Palazzo di Malta ou Palazzo dell'Ordine di Malta, é um palácio localizado no número 68 da Via dei Condotti, no rione Campo Marzio de Roma, a uns poucos metros da Scalinata di Spagna. É a mais importante das duas sedes da Soberana Ordem Militar de Malta (a outra é a Villa del Priorato di Malta), uma ordem religiosa católica soberana no direito internacional. Por conta disto, goza de direitos de extraterritorialidade segundo a lei italiana. É propriedade da ordem desde 1630.

Vista do palácio na Via dei Condotti.

Contexto editar

 
Detalhe da entrada.

Em 12 de junho de 1798, as forças da Primeira República Francesa, lideradas por Napoleão Bonaparte, capturaram a ilha de Malta, que era até então a base da Ordem de São João de Jerusalém, conhecida também como Ordem de Malta, depois de a ilha lhes ter sido concedida por Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico em 1530[1]. Napoleão deixou a ilha com uma considerável guarnição militar e sob uma administração escolhida a dedo. Depois de revolta maltesa, o Reino Unido capturou a ilha em 5 de setembro de 1800 e ela se tornou uma colônia britânica em 30 de março de 1814 pelos termos do Tratado de Paris[2].

Por conta disto, a Ordem de Malta foi deixada sem um território e acabou sendo debandada. Contudo, ela foi restaurada em 1834 sob o novo nome de "Soberana Ordem Militar Hospitalária de São João de Jerusalém de Rodes e de Malta" ou simplesmente "Soberana Ordem Militar de Malta" e sua nova sede foi estabelecida no Palazzo Malta. Em 1869, o palácio e a Villa del Priorato di Malta receberam direitos de extraterritorialidade[3]. Atualmente a ordem é reconhecida por 107 países como uma entidade soberana independente, com relações diplomáticas mútuas estabelecidas[4].

História editar

O edifício atualmente conhecido como Palazzo Malta foi adquirido no século XVI pelo arqueólogo italiano de origem maltesa Antonio Bosio, cujo tio era o embaixador da Ordem de São João junto à Santa Sé. Quando Bosio morreu, em 1629, ele deixou o edifício para a ordem e ele se tornou a residência oficial dos embaixadores malteses. Quando Carlo Aldobrandini se tornou embaixador, ele ampliou o edifício para as dimensões atuais[5].

Na década de 1720, o grão-mestre Antônio Manoel de Vilhena encarregou Carlo Gimach da restauração e da decoração do palácio, como revelam as cartas trocadas por ele com o embaixador da ordem em Roma, Giambattista Spinola[6]. Entre as reformas estavam a adição de uma grande fonte no pátio interno. O edifício permaneceu como uma embaixada até que a mudança da própria ordem para lá em 1834[5].

O edifício foi extensivamente reformado entre 1889 e 1894, mas a maior parte das suas características originais foi mantida[5].

 
Placa comemorativa da Ordem.

Entre 11 de março de 2008 e janeiro de 2017, Fra' Matthew Festing, o 79º príncipe e grão-mestre da Soberana Ordem Militar de Malta, viveu no edifício[7]. A maioria das atividades governamentais e administrativas da ordem também ocorre ali.

Arquitetura editar

O edifício foi construído com blocos de silhares e está encimado por uma cornija com mísulas[5].

Referências

  1. Velde, François (13 de outubro de 2010). «The Sovereign Military Order of Saint-John (a.k.a. Malta)» (em inglês) 
  2. Sainty, Guy Stair (2000). «From the loss of Malta to the modern era» (em inglês). ChivalricOrders.org 
  3. Cahoon, Ben (2001). «Sovereign Military Order of Malta» (em inglês). WorldStatesmen.org 
  4. «Bilateral relations of the Sovereign Military Order of Malta» (em inglês). Site oficial da Ordem 
  5. a b c d «Via Condotti, Northern Side» (em italiano). 1997 
  6. Ellul, Michael (1986). «Carlo Gimach (1651–1730) – Architect and Poet» (PDF). Historical Society of Malta. Proceedings of History Week (em inglês): 38 
  7. «Knights of Malta head resigns after dispute with Vatican – Metro» (em inglês). Metro.us [ligação inativa]

Ligações externas editar