Perikles Ioannidis

soldado grego

Periklis Ioannidis (Corinto, 1 de Novembro de 1881Atenas, 7 de Fevereiro de 1965), em grego: Περικλής Ιωαννίδης, foi um almirante grego que casou em segundas núpcias com a princesa Maria da Grécia e Dinamarca. Governou as ilhas do Dodecaneso no período de transição para a soberania grega (1947-1948), mantendo-se como governador militar após a sua integração no Reino da Grécia (1948-1951).[1]

Perikles Ioannidis

Biografia editar

Periklis Ioannidis nasceu na cidade de Corinto no seio de uma família com tradições navais. Monárquico fervoroso, atingiu em Março de 1917 o posto de almirante na Marinha Helénica, num período em que o Reino da Grécia se encontrava em violenta crise política e profundamente dividido pelo Cisma Nacional Grego.[2] Em consequência do seu pendor monárquico e fidelidade ao rei Constantino I da Grécia, quando Eleftherios Venizelos tomou o poder em Junho daquele ano, o almirante foi detido e mantido na prisão durante os três anos seguintes.[3]

Libertado após o regresso ao poder de Constantino I da Grécia, Ioannidis foi nomeado comandante do contratorpedeiro Ierax. Pouco tempo depois, em 1920, o almirante Periklis Ioannidis conheceu a princesa Maria da Grécia e Dinamarca quando ela em 1920 regressou à Grécia após um período de exílio. A viagem entre Brindisi e o Pireu foi feita a bordo do Ierax comandado por Ioannidis.[4] Viúva do grão-duque Georges Mikhaïlovitch da Rússia, a jovem princesa tinha jurado desposar um grego de sangue e foi o almirante Ioannidis o escolhido. Após um período idílico, casaram em Wiesbaden, Alemanha, a 16 de Dezembro de 1922.[3]

 
A família real grega em 1923. Esquerda para a direita: as princesas Maria, Irene,
o rei Jorge II, o príncipe André, o almirante Ioannidis, a rainha Helena da Romênia (nascida princesa grega) e o príncipe-herdeiro Paulo.

Instalado em Atenas, o casal foi obrigado a abandonar a Grécia após a proclamação da Segunda República Helénica em 1924. Segue-e um longo período de exílio, inicialmente no Reino Unido (até 1925), depois no Itália (até 1934). O casal leva uma vida discreta e Ioannidis gere as finanças da família. Apesar disso, as relações entre os esposos não são sempre fáceis: a princesa era apaixonada pelo jogo do gamão e Ioannidis gostava de mulheres bonitas, às quais não hesitava em oferecer jóias pertencentes à sua mulher.[2]

Em Roma, Ioannídis e a sua esposa mantêm relações cordiais com a família real italiana. Contudo, o relacionamento com Benito Mussolini foi mau, tendo a princesa Maria criticado abertamente o ditador. Em consequência, após uma viagem à Alemanha em 1934, o casal foi proibido de reentrar em território italiano.[5]

A restauração da monarquia na Grécia em 1935 permite o regresso de Ioannidis e de sua mulher à pátria. Cinco anos mais tarde a princesa Maria faleceu em Atenas, ao mesmo tempo que a Grécia mergulha na Segunda Guerra Mundial, o que obriga a família real a um novo exílio (1941).[6]

Libertada a Grécia da ocupação alemã, o rei Jorge II foi restaurado no trono grego, o que permite o regresso de Ioannidis a Atenas.

Iannidis foi escolhido pelo rei para a 31 de Março de 1947 receber dos Aliados, como alto representante do Reino da Grécia, o governo do Dodecaneso durante o processo de transferência daquelas ilhas da soberania italiana para a grega.[1] Ioannidis manteve-se no governo do arquipélago até 1951, ano em que se retira para Atenas, cidade onde faleceu em 1965.[6]

Notas

  1. a b Ε΄ Ιστορικά, Η ενσωμάτωση της Δωδεκανήσου, Αθήνα, τεύχος 73, σελ. 23
  2. a b Mateos Sainz de Medrano (2004), p. 336.
  3. a b Mateos Sainz de Medrano (2004), p. 335.
  4. Chavchavadze, David. «The artistic legacy of two grandmothers» (PDF). Consultado em 13 de fevereiro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 28 de setembro de 2007 
  5. Mateos Sainz de Medrano (2004), pp. 336-337.
  6. a b Mateos Sainz de Medrano (2004), p. 337.

Bibliografia editar

Ver também editar