Place de l'Hôtel-de-Ville

Place de l'Hôtel-de-Ville
Apresentação
Tipo
praça
casa de shows (d)
Parte de
road network of Paris (d)
Largura
82 m
Substitui
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa

A Place de l’Hôtel-de-Ville, antiga Place de Grève até 1803, é uma praça de Paris, na França. Esta praça está situada às margens do Rio Sena, de onde se origina seu antigo nome ("Grève" : terreno plano composto por cascalho ou areia às margens do mar ou de um curso de água).

A Praça do Hôtel-de-Ville, antiga Praça de Grève

Histórico editar

O local era ocupado antigamente por uma velha praia feita de cascalho e areia, por onde era fácil descarregar as mercadorias que chegavam à Paris pelo Sena.

Assim, muito depressa instala-se aí um porto, substituindo o Porto Saint Landry, situado na Ilha de la Cité. O Porto de la Grève torna-se o mais importante de Paris : a madeira, o trigo, o vinho, o feno são descarregados por ele, facilitando assim a instalação de um mercado. É também ao redor do porto que vai se desenvolver sobre a margem direita ("Rive Droite"), um bairro bastante denso. O Hôtel de Ville não tarda a instalar-se também aí, e à sua frente passa a estender-se a "Place de Grève" (um quarto menor que a "Place de Hôtel-de-Ville" atual). Este local, então, passa a ser o coração de toda a cidade.

 
Antigo Hôtel de Ville e Praça de Grève por volta de 1610

Os operários desempregados ganham o hábito de reunir-se na praça ao amanhecer em busca de um empregador. Trata-se de uma mão-de-obra desqualificada e instável que escapa ao sistema dos empregos regularizados. Assim, a Place de Grève está na origem da palavra "grevista", apesar do contrassenso: tratava-se realmente de uma concentração de operários que não trabalhavam, mas que estavam à procura de um trabalho.[1] Sob o Antigo Regime, esta praça servia também para as execuções e suplícios públicos: Robert François Damiens, François Ravaillac, entre outros, aí foram esquartejados.

Lista de algumas execuções sob o Antigo Regime editar

 
Anne du Bourg, enforcado e queimado na Praça de Grève em 1559
1310 : Marguerite Porete (queimada)
1549 : Jacques I de Coucy (decapitado)
1559 : Anne du Bourg (enforcado e queimado
1574 : O Conde de Montgomery (decapitado)
1602 : Guy Éder de La Fontenelle (roda viva)
1610 : François Ravaillac (esquartejado)
1627 : François de Montmorency-Bouteville
1632 : Louis de Marillac (decapitado)
1680 : Catherine Deshayes, dita La Voisin (queimada)
1721 : Louis Dominique Cartouche (roda viva)
1757 : Robert François Damiens (esquartejado)
1766 : Thomas Arthur de Lally-Tollendal (decapitado)

A Praça de Grève durante a Revolução Francesa onde, pela primeira vez, foi utilizada a guilhotina editar

Em 25 de abril de 1792, teve lugar na Praça de Grève a primeira execução através de guilhotina. O condenado, Nicolas Jacques Pelletier, era um simples ladrão. A multidão, acostumada desde a Idade Média com suplícios mais «refinados», mostrou-se decepcionada com a rapidez do processo.

A guilhotina na Praça de Grève em 1794 editar

A guilhotina é novamente montada na Praça de Grève, de Novembro de 1794 até Maio de 1795. Entre as últimas cabeças cortadas foram as do deputado da Convenção Nacional Jean-Baptiste Carrier e do promotor público Fouquier-Tinville.

A Praça de l’Hôtel-de-Ville hoje editar

 
Fachada do Hôtel de Ville de Paris.

A Praça de Grève, rebatizada de Praça de l’Hôtel-de-Ville em 19 de Março de 1803, tornou-se um espaço reservado aos pedestres desde 1982. Hoje a praça é um local bastante animado :

  • para o Paris-Plage de 2004, uma grande parte da praça foi transformada em uma quadra de voleibol ;
  • no inverno, muitas vezes é instalada na praça uma pista de patinação no gelo gigante ;
  • na primavera, uma manifestação para doação de sangue é realizada ; e em Julho de 2007, parte de uma exposição sobre jardins foi montada na Place de l'Hôtel-de-Ville ;
  • em dias de grandes noitadas esportivas, uma tela gigante é instalada na praça para que os pedestres possam acompanhar os eventos.

Ver também editar

Vista via Satélite editar

Referências

  1. (em francês)Robert Castel, "La Métamorphose de la Question Sociale" ("A Metamorfose da Questão Social"), Paris, Gallimard, 1995

Ligações externas editar