Ponte Pênsil de São Vicente

 Nota: Para outras pontes designadas pênsil, veja Ponte pênsil (desambiguação) .

A Ponte Pênsil de São Vicente é uma ponte pênsil que liga a ilha ao continente, situada no município paulista de São Vicente. Foi uma das primeiras pontes suspensas do Brasil e transporta veículos e pedestres entre Morro dos Barbosas e Japuí. Originalmente concebida em 1910 como uma maneira de transportar o esgoto da cidade de Santos e São Vicente, a construção começou em 1911 e a ponte foi inaugurada em maio de 1914. Foi restaurada em 2015, com os cabos corroídos substituídos juntamente com outros trabalho de reparação.

Ponte Pênsil de São Vicente
Ponte Pênsil de São Vicente
Vista aérea da Ponte Pênsil de São Vicente.
Nome oficial Ponte Pênsil de São Vicente
Arquitetura e construção
Material Estrutura em ferro sustentada por cabos de aço.
Estilo arquitetônico Arquitetura de ferro
Design Ponte pênsil
Mantida por Governo do Estado de São Paulo
Início da construção 1910
Data de abertura 24 de maio de 1914 (109 anos)
Dimensões
Comprimento total 180 m
Largura 6,4 m
Altura 23 m
Pedágio não
Geografia
Localização São Vicente, São Paulo

Localização editar

A ponte está localizada em São Vicente, na Região Metropolitana da Baixada Santista, no Estado de São Paulo, Brasil.[1] Liga o continente a uma ilha e fica entre o Morro dos Barbosas e o Japuí,[2] e é regularmente utilizada pelos moradores de Japuí e Prainha. Conecta São Vicente à Praia Grande, entre as avenidas Presidente Getúlio Vargas e Engenheiro Saturnino de Brito.[3]

História editar

 
Ponte Pênsil (década de 1910).

A ponte foi proposta pela primeira vez em 1910 pela Comissão de Saneamento de Santos, liderada por Francisco Saturnino de Brito, para dar suporte a um duto de esgoto de Santos e São Vicente até o Oceano Atlântico, no Forte de Itaipu, em Praia Grande. Os planos detalhados foram posteriormente encomendados, liderados por Miguel Presgrave, com as empresas Trajano e Medeiros & Cia. O projeto para a ponte foi desenvolvido por August Kloenne.[2]

Faz parte, portanto, do conjunto de obras de saneamento da ilha, conduzido pelo engenheiro Saturnino de Brito no início do século XX. Desse plano, também faz parte a construção dos conhecidos canais de Santos.

 
Cerimônia de inauguração em 1914

Os pontões da ponte foram instalados em 1911. O material para a ponte foi importado da Alemanha e chegou em dez navios.[1] Foi inaugurada em 21[2] ou 24 de maio de 1914, com Washington Luís (então prefeito de São Paulo) sendo a primeira pessoa a atravessar a ponte em um carro. Estava acompanhado de sua comitiva.[1]

A ponte tem 6,4 metros de largura e um vão de 180 metros entre suas torres.[2] Sua pista fica entre 4 e 6,5 metros acima da altura do mar, dependendo da maré.[3] É suspensa em 16 cabos de aço, com quatro blocos de ancoragem e quatro torres de metal cobertas de concreto com 20 metros de altura.[2] Pode transportar uma carga máxima de 60 toneladas.[3] Foi uma das primeiras pontes suspensas do Brasil, construída em uma época em que o concreto não estava disponível, tendo um piso de madeira.[1]

A manutenção e conservação da ponte são apoiadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas desde 1936, quando foi realizado um teste de carga estática para avaliar se a ponte poderia ser usada para transportar veículos. Testes de corrosão dos cabos de aço e posterior reforço ocorreram na década de 1940.[2]

A ponte foi registrada pelo CONDEPHAAT em 30 de abril de 1982.[2]

Restauro editar

Na década de 1990, o piso de madeira foi substituído e as condições dos cabos de aço foram verificadas, a fim de permitir o deslocamento de veículos sobre a ponte. Na época, os cabos de aço originais estavam começando a corroer.[2]

Para comemorar o aniversário de 100 anos, a ponte começou a ser restaurada em 2013 e foi reinaugurada no dia 30 de outubro de 2015. A empresa responsável pela obra foi a Concrejato/Concremat, e o prazo de conclusão da restauração foi alterado diversas vezes. Dezesseis dos cabos foram substituídos, com cabos provisórios[1] mantidos por torres temporárias próximas às principais,[2] até que os novos cabos, importados da Itália, pudessem ser instalados. As torres também foram reparadas, o piso de madeira foi substituído e a estrutura foi jateada e repintada com tinta resistente à corrosão. Os pavimentos foram separados da estrada e tornados mais acessíveis durante a restauração.[1]

A restauração foi a quinta restauração de uma ponte suspensa de cabos no mundo, e foi a primeira vez que esta ponte foi restaurada.[1] Enquanto cabos de aço em pontes suspensas foram substituídos na China, África e Escócia, esta foi a primeira substituição desse tipo no Brasil.[2]

Originalmente, se previa reabrir a ponte em seu centenário em 2014. No entanto, sua reabertura foi atrasada seis vezes devido à complexidade do trabalho de reparo. O primeiro atraso foi devido a rachaduras que apareceram nos blocos que suportam os cabos.[4] A ponte foi finalmente foi reaberta em 30 de outubro de 2015, com uma cerimônia de abertura com a presença de Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo. A restauração acabou levando 27 meses e custou R$ 33 milhões. A iluminação, que deveria ser substituída em parceria com a Prefeitura, não havia substituída na época da abertura, com a iluminação existente sendo mantida.[1] A nova iluminação foi instalada em novembro de 2016.[5] Uma base policial também estava planejada para ser instalada pela Concrejato no lado da ponte em Japuí, para abrigar a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal e a Polícia de Transporte, mas não estava pronta no momento da reabertura.[1]

A ponte é usada por 12 mil moradores da região, que tiveram que usar a Ponte do Mar Pequeno enquanto ela estava sendo restaurada.[1] É um marco de São Vicente.[4] É frequentemente utilizada por jovens locais para saltar no mar, alguns dos quais desapareceram depois de saltar da ponte.[6][7] Em resposta a isso, o governo do Estado de São Paulo decidiu proibir o salto da ponte e colocou sinais de alerta para alertar os pedestres.

Galeria editar


Bibliografia editar

Ligações externas editar

 
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Referências editar

  1. a b c d e f g h i j «Após seis adiamentos, Ponte Pênsil é reinaugurada em São Vicente». A Tribuna. 30 de outubro de 2015 
  2. a b c d e f g h i j «100 anos da Ponte Pênsil de São Vicente». IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 4 de março de 2017. Consultado em 28 de junho de 2019 
  3. a b c «Secretaria de Estado da Cultura». web.archive.org. 5 de março de 2017. Consultado em 28 de junho de 2019 
  4. a b «Obras na Ponte Pênsil devem terminar em setembro, em São Vicente». G1. Santos e Região. 14 de fevereiro de 2014. Consultado em 28 de junho de 2019 
  5. «Ponte Pênsil é interditada para receber nova iluminação em São Vicente, SP». G1. Santos e Região. 11 de novembro de 2016. Consultado em 28 de junho de 2019 
  6. «Garotos saltam da Ponte Pênsil e colocam vidas em risco». A Tribuna. 20 de fevereiro de 2017 
  7. «Dois jovens morrem afogados nas praias da região; outro está desaparecido». A Tribuna. 20 de fevereiro de 2017 
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