Quinto Concílio de Constantinopla (Ortodoxo)

 Nota: Para outros concílios realizados em Constantinopla, veja Concílio de Constantinopla.

Quinto Concílio de Constantinopla é nome dado por alguns ao Concílio Quinissexto de 692 e, por outros, a uma série de concílios patriarcais realizados em Constantinopla entre 1341 e 1351 para lidar com uma disputa sobre o hesicasmo. Por isto, este concílio também é conhecido como o Concílios hesicastas ou Concílios Palamitas, uma vez que eles discutiram a teologia de Gregório Palamás (Palamismo), disputada por Barlaão de Seminara no primeiro e por outros nos demais cinco. O resultado final é aceito como tendo autoridade ecumênica por algumas denominações da Igreja Ortodoxa[1], que chamam este concílio de Nono Concílio Ecumênico. Entre os principais seguidores deste ponto de vista estão o metropolita Hierotheos (Vlachos) de Naupacto, Fr. John S. Romanides e Fr. George Metallinos[2].

Quinto Concílio de Constantinopla
Data 1341 - 1351
Aceite por Ortodoxos
Concílio anterior Quarto Concílio de Constantinopla (Ortodoxo)
Concílio seguinte Sínodo de Jerusalém
Convocado por Imperadores Andrônico III Paleólogo, João VI Cantacuzeno, João XIV e Isidoro I
Tópicos de discussão Hesicasmo
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História editar

 
Gregório Palamas.
Afresco.

Com o passar do tempo, ficou claro que a disputa entre Barlaão e Palamás era irreconciliável e iria requerer o julgamento de um concílio episcopal. Uma série de seis concílios patriarcais foram então realizados em Constantinopla (10 de junho de 1341, em agosto de 1341, 4 de novembro de 1344, 1 e 8 de fevereiro de 1347 e 28 de maio de 1351) para considerar estas questões[3].

No primeiro concílio, em 1341 e presidido pelo imperador bizantino Andrônico III Paleólogo, a assembleia condenou Barlaão, que retirou suas posições.

O principal apoiador dele, o imperador Andrônico, morreu apenas cinco dias após o término do sínodo. Embora Barlãao inicialmente esperasse uma segunda chance de apresentar seu caso contra Palamás, ele logo percebeu a futilidade de perseguir esta causa e deixou o império, indo para Calábria, onde ele se converteu para o Catolicismo Romano e foi alçado à posição de bispo de Gerace[4]

Após a partida de Barlãao, Gregório Acindino se tornou o principal crítico de Palamás. Um segundo concílio foi então realizado em agosto de 1341. Acindino foi condenado e o resultado do concílio anterior foi reafirmado. Acindino e seus seguidores conseguiram uma breve vitória no terceiro concílio, em 1344, que excomungou Palamás e um de seus discípulos, o futuro Patriarca Isidoro I de Constantinopla[5]. Tanto Palamás quanto Isidoro retrataram suas opiniões.

Em 1347, porém, um poderoso aliado, João VI Cantacuzeno chegou à Constantinopla e forçou seus oponentes a coroá-lo como coimperador. Em fevereiro deste mesmo ano, um quarto sínodo se realizou e depôs o Patriarca, João XIV e excomungou Acindino. Isidoro, excomungado no sínodo anterior, foi então feito Patriarca. No mesmo mês, o partido barlamita realizou um outro sínodo que recusou-se a reconhecer Isidoro e novamente excomungou Palamás. Quando Acindino morreu em 1348, Nicéforo Gregoras se tornou o principal opositor do hesicasmo.

Em maio de 1351, um concílio patriarcal exonerou definitivamente Palamás e condenou seus oponentes [4]. Este sínodo ordenou que os metropolitas de Éfeso e Ganos fossem expulsos da igreja e presos. Todos os que fossem incapazes de se submeter à decisão ortodoxa deveriam ser excomungados e mantidos sob vigilância em casa. Uma série de anátemas foram pronunciados contra Barlaão, Acindino e seus seguidores. E, ao mesmo tempo, uma série de aclamações foram feitas à favor de Gregório Palamás e os aderentes de sua doutrina [6].

Gregoras se recusou a se submeter e foi aprisionado num mosteiro até que os paleólogos triunfaram em 1354 e depuseram Cantacuzeno.

Ver também editar

Referências

  1. «The Second Sunday Of Lent: The Sunday Of Saint Gregory Palamas» (em inglês). Greek Orthodox Archdiocese of America. Consultado em 22 de janeiro de 2011 
  2. «Tradition in the Orthodox Church». Consultado em 28 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 19 de março de 2012 
  3. «Gregory Palamas: Historical Timeline». Consultado em 22 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 7 de junho de 2012 
  4. a b «Gregory Palamas: An Historical Overview». Consultado em 27 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 27 de setembro de 2011 
  5.   "Hesychasm" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  6. Jugie, Martin. The Palamite Controversy. [S.l.: s.n.] Consultado em 22 de janeiro de 2011 

Ligações externas editar