Raquel Gameiro

pintora portuguesa

Raquel Roque Gameiro Ottolini (15 de agosto de 18893 de outubro de 1970), conhecida como Raquel Gameiro, foi uma pintora portuguesa. Era filha do pintor e aguarelista Alfredo Roque Gameiro, irmã da ilustradora Màmia Roque Gameiro e mãe da ilustradora Guida Ottolini.

Raquel Gameiro
Nome completo Raquel Roque Gameiro Ottolini
Nascimento 15 de agosto de 1889
Lisboa, Portugal
(ex-Reino de Portugal)
Morte 3 de outubro de 1970 (81 anos)
Lisboa, Portugal
Progenitores Pai: Alfredo Roque Gameiro
Filho(a)(s) Guida Ottolini
Ocupação pintora

Biografia editar

Filha do pintor português Alfredo Roque Gameiro e de Maria da Assunção de Carvalho Forte, Raquel Roque Gameiro nasceu em 1889, em Lisboa, sendo a mais velha das duas filhas do casal e irmã da ilustradora Maria Emília (Màmia) Roque Gameiro. Passou a infância e juventude na Amadora, onde viveu com a sua família na actual Casa Roque Gameiro.[1] Começou a desenhar muito jovem, sendo seu primeiro registo de quando ela tinha sete anos de idade.[2]

Dedicou-se sobretudo à aguarela e à ilustração, tendo exposto pela primeira vez na Sociedade Nacional de Belas Artes, onde foi várias vezes premiada, tendo também recebido um “Prémio Ex-líbris”, atribuído pela Imprensa Nacional. Na sua primeira participação recebeu uma menção honrosa. Lá, participou das exposições de 1909, 1910, 1913, 1915, 1929 e 1937.[2] Vários dos seus trabalhos encontram-se expostos no Museu de Arte Contemporânea e no Museu de Madrid.[3]

Teve destaque na "Exposição da Obra Feminina, antiga e moderna de caráter literário, artístico e científico", organizada pelo jornal O Século e por Maria Lamas em 1930.[2]

Sua carreira como ilustradora teve início em 1906, quando Raquel tinha apenas 15 anos. Na época, ilustrou a coleção "Para as crianças", de Ana de Castro Osório. Interrompeu o trabalho ao casar-se com o 4º Conde de Ottolini, Jorge Gomes Ottolini.[2]

Retomou as suas atividades na década de 20, quando assinou obras de Adolfo Portela, Agostinho de Campos, Ana de Castro Osório, António Sérgio, Augusto de Santa-Rita, Emília de Sousa Costa, Mário Gonçalves Viana Rocha Martins, Rodrigues Lapa, Sara Beirão e Tomás Borba.[2]

De entre as várias ilustrações que produziu, são notáveis as imagens criadas para O Livro do Bébé (1917; 3.ª edição, 1925), com versos de Delfim Guimarães e a capa para o livro Água de Neve (1933), de Nuno de Montemor.

Já que muitos de seus desenhos não poderiam mais ser dissociados das histórias ilustradas, intensificou o seu trabalho na década de trinta, trabalhando também para jornais e revistas.[2] Além de ter colaborado para as revistas Serões (1901-1911)[4] e O Domingo Ilustrado (1925-1927),[5] teve diversas capas e ilustrações em publicações como ABCzinhoJoaninhaEvaIlustração PortuguesaJornal dos PequeninosLusitasModas e BordadosO MosquitoMickeyPortugal Feminino e Sphinx.[2] Chegou também a ilustrar manuais escolares e a lançar dois livros de sua autoria. O primeiro foi A história do bebê, obra em que os pais podem registrar os momentos mais marcantes da vida de seus filhos, desde o nascimento até a primeira comunhão. O livro obteve sucesso, com diversas reedições. O segundo A lição de Salazar, em que participou do visual gráfico.[2]

Homenagens editar

O seu nome foi atribuído à Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico/Jardim de Infância Raquel Gameiro, na freguesia da Venteira, concelho da Amadora.

Referências

  1. AAVV, Percursos, Conquistas e Derrotas das Mulheres na 1.ª República, coord. de Teresa Pinto, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa - Grupo de Trabalho para as Comemorações Municipais do Centenário da República - Biblioteca Museu República e Resistência, 2010, p.131.
  2. a b c d e f g h 1954-, Nóvoa, António, (2003). Dicionário de educadores portugueses. Porto: Edições ASA. ISBN 9789724136110. OCLC 61707602 
  3. Pamplona, Fernando de. Dicionário de pintores e escultores portugueses ou que trabalharam em Portugal. IV 2.ª (actualizada) ed. [S.l.]: Livraria Civilização Editora 
  4. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014 
  5. Rita Correia (10 de novembro de 2007). «O domingo ilustrado : noticias & actualidades graficas, teatros, sports & aventuras, consultorios & utilidades (1925-1927).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. p. 1,4. Consultado em 23 de Abril de 2014 
 
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Ligações externas editar