O rato-do-pacífico ou kiore (Rattus exulans) é uma espécie de mamífero roedor com uma distribuição geográfica vasta na zona do Pacífico e Sudeste Asiático. Originalmente confinado ao continente, o rato-do-pacífico acompanhou a expansão polinésia pelos arquipélagos do Pacífico, colonizando juntamente com o Homem ecossistemas até então livres de predadores do seu género. O rato-do-pacífico, que se adapta a uma grande variedade de habitats, desde que haja alimento em abundância, é considerado como uma espécie invasora, responsável, pelo menos em parte, por inúmeras extinções de espécies nativas, em particular de aves não voadoras ou que nidificavam ao nível do solo.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRato-do-pacífico
Rato-do-pacífico
Rato-do-pacífico
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Muridae
Género: Rattus
Espécie: R. exulans
Nome binomial
Rattus exulans
Peale, 1848
Distribuição geográfica

O rato-do-pacífico é um roedor esguio, com cerca de 15 cm de comprimento e cerca de 80 g de peso. As populações que vivem em climas frios são maiores que as de climas tropicais. A cauda pode ser tão comprida como o resto do corpo e está coberta por pequenas escamas. A pelagem é de cor castanha e a zona ventral é esbranquiçada.

A época de reprodução dos ratos-do-pacífico é contínua: cada fêmea pode dar à luz até quatro vezes por ano. Cada ninhada contém em média quatro juvenis, mas o número varia com a quantidade de alimento disponível. O período de gestação é de 19-21 dias e as crias tornam-se independentes da progenitora com cerca de 4 semanas de idade. A maturidade sexual é atingida com cerca de oito meses. A rapidez de reprodução e maturidade do rato-do-pacífico é um dos factores do seu sucesso ecológico.

O rato-do-pacífico é uma espécie oportunística que coloniza com sucesso uma enorme variedade de ecossistemas e que consome uma grande diversidade de alimentos, incluindo folhas, ervas, sementes, frutos e pequenos invertebrados como minhocas e insectos. A sua grande preferência é, no entanto, a cana-de-açúcar que, quando disponível, representa 70% da sua dieta. Na presença de espécies nativas inadaptadas à sua presença, o rato-do-pacífico explora todas as facilidades, alimentando-se de ovos e juvenis de aves ou répteis. Os ecossistemas da Nova Zelândia foram particularmente afectados pela introdução do rato-do-pacífico, que chegou juntamente com os maori. A invasão conjunta de humanos, roedores e outras espécies invasoras provocou uma hecatombe nas espécies locais e uma série de extinções.

O rato-do-pacífico não tem importância económica para o Homem, pelo contrário, provoca destruição de colheitas de cana-de-açúcar, em particular no Havaí. Outras colheitas afectadas são o cacau, ananás, coco, milho e arroz. Por causa desta ameaça à agricultura e ecossistemas locais, a erradicação do rato-do-pacífico está em curso em muitos arquipélagos do Pacífico.

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