Relações entre Armênia e União Europeia

As relações entre Armênia e União Europeia têm tido uma variada relação ao longo dos anos. A Armênia, uma grande nação cristã, tem amplos vínculos culturais e históricos com a Europa, mesmo estando localizada em uma região extrema do continente europeu.

Relações entre Armênia e União Europeia
Bandeira da Armênia   Bandeira da União Europeia
Mapa indicando localização da Armênia e da União Europeia.
Mapa indicando localização da Armênia e da União Europeia.

Antecedentes editar

A Armênia, uma nação cristã localizada na junção da Europa Oriental com a Ásia Ocidental, possui profundas relações culturais e históricas com a Europa, incluindo uma antiga e extensiva diáspora.

A primeira nação a adotar o cristianismo no ano de 301, a Armênia fez parte dos impérios Romano, Bizantino, Persa, Otomano e Russo, bem como da União Soviética. Os armênios especialmente desempenharam um papel de importância no Império Bizantino, servindo como símbolos militar e político. Heráclio, Levon V, Basílio I, Romano I e João I Tzimisces são exemplos de imperadores bizantinos que tiveram origem armênia ou ascendência.

Quando a Armênia foi dominada pelos turcos seljúcidas durante a Idade Média, os refugiados armênios fugiram para a costa leste do Mar Mediterrâneo e instituiu-se o Reino Armênio da Cilícia. A Armênia ciliciana serviu de aliada chave para as cruzadas europeias. A dinastia Lusignan da França foi resultante do casamento com a família real ciliciana. No século XIV, a Armênia ciliciana finalmente caiu com os mamelucos e o rei Levon V refugiou-se em Paris onde morreu em 1393 após um chamado em vão para uma outra cruzada. Não foi até o século XIX, com o sucesso da conquista czarista da Armênia Oriental, que a Armênia foi reunificada à civilização europeia.

Relações Armênia-UE editar

O Acordo de Associação da União Europeia (assinado em 1996 e em vigor desde 1999) serve de base para as relações bilaterais UE-Armênia. Desde 2004, Armênia e os demais países do Sul do Cáucaso tem sido parte da Política de Vizinhança Europeia (PVE) promovendo laços estreitos entre a Armênia e a UE. Um plano de ação da PVE para a Armênia foi publicado em 2 de março de 2005, "destacando áreas onde a cooperação bilateral poderia ser viável e valiosa". O plano estabelece "prioridades definidas conjuntamente em determinadas áreas para os próximos cinco anos." Em novembro de 2005, consultas formais sobre o plano de ação foram abertas em Ierevan e estão em andamento desde 2007.[1]

Opiniões editar

Há muito interesse de a Armênia finalmente aderir à União Europeia, especialmente entre os mais notáveis políticos armênios.[2] e a opinião pública em geral na Armênia.[3] De qualquer modo, o atual presidente, Robert Kotcharyan, disse que irá manter a Armênia vinculada à Rússia e a OTSC, parceiros que permanecem fora da UE e OTAN.[4]

Diversos oficiais armênios expressaram seu desejo de o país possivelmente juntar-se à União Europeia. Alguns até mesmo preveem que se fará uma candidatura oficial para membro dentro de alguns anos.[5]

Segundo Artur Baghdasarian, líder do partido Estado de Direito e ex-presidente do parlamento, a associação armênia na UE "deve ser uma das prioridades chave da política externa presente e futura" do país. Baghdasarian acredita que a "adesão à UE abrirá novos caminhos para a Armênia passar para um novo meio geopolítico bem como um novo ambiente econômico". Acrescentou também que "capacitará a Armênia para ter acesso a um novo sistema de segurança".[2] A adesão à UE está na agenda de muitos partidos políticos na Armênia incluindo o partido pro-ocidental Herança.[6]

A opinião pública armênia indica que 64% de uma mostra de 2000 pessoas são favoráveis a adesão do país ao bloco, enquanto apenas 11,8% são contrários.[3] Outra pesquisa realizada na capital, Ierevan, mostra que "72% dos residentes da cidade acreditam, com diferentes graus de convicções, que o futuro do país está nas mãos da UE ao invés da CIS dominada pela Rússia."[3] Ainda, mais de dois terços da população do país acredita que a Armênia não estará apta a aderir à UE, pelo menos até 2015.[3] Uma sondagem realizada em 2007 indica um crescimento no interesse armênio na UE, onde 80% do público armênio é favorável a uma eventual adesão.[7]

Assuntos potenciais editar

A Armênia continua em conflito sobre a disputa do enclave de Nagorno-Karabakh com o vizinho Azerbaijão, que possui o território de jure. Desde 1994, um cessar-fogo está estabelecido, mas as tensões seguem muito altas. Embora a economia do país tenha obtido uma das mais altas taxas de crescimento do mundo nos últimos anos, sucede uma baixa de muitos anos de contínua recessão.[8] A Usina nuclear de Metsamor, que se situa há aproximadamente 40 km ao oeste de Ierevan, foi construída acima de uma zona de atividades sísmicas e é uma questão a cerca das negociações entre a Armênia e o bloco europeu.

Notas e referências

  1. Armenia and the EU
  2. a b «Entrevista com o presidente da Assembleia Nacional da Armênia Artur Baghdasaryan». ArmInfo News Agency. 26 de setembro de 2005. Consultado em 25 de junho de 2007 
  3. a b c d Anna Saghabalian (7 de janeiro de 2005). «Pesquisa mostra forte apoio à adesão armênia à UE». Radio Free Europe. Consultado em 25 de junho de 2007 
  4. «Armênia não irá aderir à UE e OTAN». ChinaView. 24 de abril de 2006. Consultado em 25 de junho de 2007 
  5. «Armênia: Avaliadas as chances da armênia como membro da UE». IPR Strategic Business Information Database. Julho de 2003. Consultado em 25 de junho de 2007 
  6. «Declaração do Partido Herança». Consultado em 13 de novembro de 2007. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007 
  7. Armênia diz não ter intenção em aderir à OTAN e UE
  8. Atom Markarian (19 de junho de 2006). «FMI acumula mais prestígio na Armênia». ArmeniaLiberty, Radio Free Europe. Consultado em 25 de junho de 2007 

Ver também editar

Ligações externas editar

Predefinição:Relações exteriores da União Europeia