Rio Gualaxo do Norte

O rio Gualaxo do Norte é um curso de água do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do Brasil, pertencente à bacia do rio Doce. Sua nascente está localizada na serra do Espinhaço, a uma altitude de aproximadamente 1 380 metros, no município de Ouro Preto.[1] Após a foz do córrego Água Suja, atinge o município de Mariana.[2] Ao todo percorre uma extensão de 60 km até seu encontro com o rio do Carmo em Barra Longa.[3]

Rio Gualaxo do Norte
Rio Gualaxo do Norte
Rio Gualaxo do Norte em Barra Longa em outubro de 2017
Comprimento 60 km
Nascente Serra do Espinhaço
Altitude da nascente 1380 m
Foz Rio do Carmo
Altitude da foz 390 m
Afluentes
principais
Córrego Água Suja
País(es)  Brasil

O manancial foi severamente afetado pelo rompimento de barragem ocorrido em Mariana em 5 de novembro de 2015. A lama da barragem de rejeitos da Samarco atingiu diretamente o rio a 12 km a jusante de sua nascente, prejudicando assim 48 km do leito e de suas margens. Além da limpidez das águas e da mata ciliar,[3] foram destruídos os subdistritos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo (em Mariana) e Gesteira (Barra Longa), que estavam localizados próximos ao curso.[4][5] Por meio do rio Gualaxo do Norte, a onda de lama atingiu o rio do Carmo e, depois de mais 22 km, chegou ao rio Doce,[5] alcançando o Oceano Atlântico em 22 de novembro.[6] A qualidade das águas dos rios ficou comprometida pelos anos seguintes.[7]

As águas do rio Gualaxo do Norte eram aproveitadas para geração de energia elétrica em uma pequena central hidrelétrica, a PCH Bicas, situada em Mariana, com 1 560 kW de potência instalada.[8] No entanto, a enxurrada de lama da barragem rompida em 2015 tornou a usina inoperável, culminando na sua desativação.[9]

Até o rompimento o leito também era utilizado para abastecimento da mineração e para garimpos clandestinos de ouro, atividades que já vinham contribuindo com a sua degradação. No entanto, a região de sua foz ainda possuía boa cobertura por mata ciliar, o que amenizava seu estado de conservação. Em todo o rio podiam ser encontrados peixes como traíras, bagres e tilápias, que depois do desastre ficaram restritos aos primeiros quilômetros após a nascente.[3]

Ver também editar

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1980). «Folha SF-23-X-A-III-4 Ouro Preto». Biblioteca IBGE. Consultado em 13 de janeiro de 2011. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1980). «Folha SF-23-X-B-I-3 Mariana». Biblioteca IBGE. Consultado em 13 de janeiro de 2011. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  3. a b c Mateus Parreiras (20 de novembro de 2015). «Nascente de águas límpidas do Gualaxo contrasta com a devastação». Jornal Estado de Minas. Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  4. Sumaia Villela (3 de novembro de 2017). «Tragédia de Mariana: moradores sofrem com depressão e outros problemas de saúde». Empresa Brasil de Comunicação. Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  5. a b Governo do Brasil (18 de dezembro de 2018). «Recuperação da Bacia do Rio Doce - perguntas e respostas». Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  6. Terra (22 de novembro de 2015). «Vazamento de lama e resíduos chega ao oceano Atlântico». Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  7. Gazeta Online (26 de janeiro de 2019). «Rio Doce: 3 anos depois, população ainda sofre». Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
  8. «Sistema de Informações Georreferenciadas do Setor Elétrico». Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Consultado em 12 de outubro de 2012 
  9. Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (ABRAPCH) (12 de setembro de 2016). «PCH atingida pela Samarco tem concessão extinta». Consultado em 27 de julho de 2019. Cópia arquivada em 27 de julho de 2019 
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