Rio São João (bacia do rio Pará)

rio brasileiro que banha o estado de Minas Gerais
 Nota: Este artigo é sobre o rio brasileiro da Bacia do Rio Pará em Minas Gerais. Para outros rios com o mesmo nome, veja Rio São João.

O rio São João é um curso de água do estado de Minas Gerais, no Brasil. Tem sua nascente localizada em Campo dos Gentios, no município de Itaguara, próxima aos limites entre os municípios de Rio Manso e Crucilândia e deságua no Rio Pará, em Velho da Taipa, município de Pitangui, sendo subafluente do rio São Francisco.[3]

Rio São João
Rio São João (bacia do rio Pará)
Rio São João em Itaúna, MG, Brasil
Comprimento 144 km
Nascente Campo dos Gentios, Itaguara
Altitude da nascente 1.100[1] m
Foz Rio Pará
Altitude da foz 640[2] m
Área da bacia 1.171 km²
País(es)  Brasil

A sub-bacia do Rio São João faz parte da Bacia do Rio Pará, localizada na Bacia do Alto São Francisco, com área de 1.171 quilômetros quadrados[4] e abrange territórios de onze municípios mineiros:[3]

A sub-bacia localiza-se em área de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica.[3] As cabeceiras da sub-bacia do Rio São João são o local onde ocorre a maior precipitação mensal média em toda a Bacia do Rio Pará.[5]

Principais afluentes editar

Os principais afluentes do rio São João estão listados abaixo, no sentido da cabeceira até a foz, separados por margem.[4][5]

  • Margem direita:
    • Corrego dos Clementinos, em Itatiaiuçu;
    • Córrego Retiro dos Pintos, em Itatiaiuçu;
    • Córrego Fundão, em Itaúna;
    • Ribeirão Calambau, em Itaúna;
    • Ribeirão Campo Redondo, em Itaúna;
    • Córrego do Sítio, em Itaúna e Igaratinga;
    • Córrego dos Mateus, em Igaratinga;
    • Córrego do Cedro, em Igaratinga;
    • Córrego Ponte Caída, em Igaratinga;
    • Ribeirão Areias, em Igaratinga e Pará de Minas;
    • Córrego Ponte Alta, em Pará de Minas;
    • Ribeirão da Paciência, em Pará de Minas e Onça de Pitangui;
    • Ribeirão da Onça, em Onça de Pitangui;
    • Córrego Engenho, em Pitangui;
  • Margem esquerda:
    • Córrego Gentil, em Itaguara;
    • Córrego das Paineiras, em Itaguara;
    • Ribeirão Jacuba, em Itatiaiuçu;
    • Córrego do Soldado, em Itaúna;
    • Ribeirão dos Campos ou dos Lopes, em Itaúna;
    • Ribeirão dos Coelhos ou dos Machados, em Carmo do Cajuru e Itaúna;
    • Ribeirão Pedra Negra, em Igaratinga;
    • Córrego Campo Alegre, em São Gonçalo do Pará;
    • Córrego Barro Preto, em Igaratinga;
    • Córrego Buriti, em Igaratinga;
    • Córrego Palmital, em Conceição do Pará.

Uso da água editar

O Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Pará demonstra que a sub-bacia do Rio São João destaca-se pela maior vazão de captação tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas, em comparação às outras sub-bacias da Bacia do Rio Pará. A maior parte da vazão captada é utilizada na agroindústria. Em 2016, a vazão de captação da sub-bacia do São João foi de 8.273,51 m³ por dia, enquanto a vazão de captação total na Bacia do Pará foi de 15.672,18 m³ por dia.[5]

Redução da vazão ao longo dos anos editar

A vazão média do rio São João tem diminuído nas últimas décadas. Segundo RODRIGUES (1979) a vazão média do Rio São João diminuiu em 60% em oito anos, de 12,5 m³/s para 5,0 m³/s.[3] Em estudo de dissertação de mestrado de REGO, 2013, a vazão mínima com sete dias de duração associada a um período de retorno de dez anos (Q7,10), medida num ponto no rio dentro da área urbana do município de Itaúna relacionado a uma área de drenagem de 338 km², foi de 1,83 m³/s. O mesmo estudo verificou que a vazão Q7,10 em outro ponto a jusante em Jaguaruna, nos limites entre os municípios de Onça de Pitangui e Conceição do Pará, relacionado a uma área de drenagem de 1560 km² foi de 3,98 m³/s.[6]

Qualidade da Água editar

A qualidade das águas da sub-bacia do São João varia ao longo do curso do rio e em função do tempo e dos índices pluviométricos. Segundo estudos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), na localidade de São João, próxima à nascente do rio, o índice de qualidade das águas observado em 2008 foi bom em três das quatro amostragens anuais. Em outro ponto do rio, a jusante da cidade de Itaúna, a ocorrência de substâncias tóxicas foi revelada alta. Isso se deve ao fato dos efluentes líquidos residenciais e industriais da cidade serem lançados no rio sem passar por estação de tratamento de esgoto. Atualmente, a Prefeitura Municipal de Itaúna está trabalhando na instalação de uma ETE na região do Distrito Industrial do município.[7] Em Pará de Minas, grande parte dos efluentes líquidos industriais e residenciais não são tratados e são lançados no Ribeirão da Paciência, afluente do São João, que reduz a concentração de oxigênio dissolvido deste.[5][6][8][9]

Potencial Hidrelétrico editar

O rio São João, cuja cabeceira localiza-se em altitude aproximada de 1140 metros,[1] percorre mais de 140 quilômetros até a foz no rio Pará, que se localiza em altitude aproximada de 640 metros em relação ao nível do mar.[2] Embora não seja caudaloso, tem seu potencial hidrelétrico aproveitado em cinco barragens para geração de energia elétrica construídas ao longo de seu curso.[10]

Barragens do rio São João editar

  • Usina Hidrelétrica Coronel Jove Soares Nogueira (Barragem do Benfica), instalada em Itaúna, com capacidade nominal de geração de 0,80 MW.[11]
  • Usina Hidrelétrica Dr. Augusto Gonçalves, instalada em Itaúna, com capacidade nominal de geração de 1,648 MW. Esta barragem, além de gerar energia, serve para fornecimento de água para consumo da cidade de Itaúna.[12][13]
  • Usina Hidrelétrica João de Cerqueira Lima (Caixão), instalada em Itaúna, com capacidade nominal de geração de 1,152 MW.[12]
  • PCH dos Britos, instalada em Igaratinga, com capacidade nominal de geração de 0,68 MW.[14]
  • Carioca, instalada em Pará de Minas, com capacidade nominal de geração de 1,6 MW.[15]

Referências

  1. a b «Carta do Brasil - Itaguara». Biblioteca Central do IBGE. 19 de setembro de 2016 
  2. a b «Carta do Brasil - Pará de Minas». Biblioteca Central do IBGE. 19 de setembro de 2016 
  3. a b c d «Projeto São João Vivo». Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE. 13 de setembro de 2016 
  4. a b «Sistema de informações geográficas de baixo custo para apoio à gestão de bacias hidrográficas» (PDF). Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG, Moisés Júnio da Silveira. 13 de setembro de 2016 
  5. a b c d «Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Pará» (PDF). Associação de Usuarios da Bacia Hidrográfica do Rio Pará. 14 de setembro de 2016. Consultado em 14 de setembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2016 
  6. a b «Regionalização de vazões considerando a evapotranspiração real em seu processo de formação» (PDF). Universidade Federal de Viçosa – UVF, Fernando Silva Rego. 27 de novembro de 2013 
  7. «Parecer Único Nº 0489702/2015» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD. 19 de setembro de 2016. Consultado em 18 de maio de 2019. Arquivado do original (PDF) em 23 de setembro de 2016 
  8. «Índice de Qualidade de Águas médio predomina na Bacia do Rio Pará». Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. 14 de setembro 2016 
  9. «Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na bacia do rio Pará» (PDF). Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. 30 de dezembro de 2013 
  10. «Infraestrutura Estadual de Dados Espaciais de Minas Gerais – IEDE». IGTEC. 14 de setembro de 2009. Consultado em 14 de setembro de 2016. Arquivado do original em 21 de setembro de 2016 
  11. «Relatório de Controle Ambiental - RCA» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. Janeiro de 2009 
  12. a b «Resolução Autorizativa de 17 de Novembro de 2015» (PDF). Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. 17 de novembro de 2015 
  13. «Relatório de Controle Ambiental - RCA» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. 14 de dezembro de 2006 
  14. «Parecer Técnico Feam» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. 2 de junho de 2009. Consultado em 18 de maio de 2019. Arquivado do original (PDF) em 23 de setembro de 2016 
  15. «Relatório de Controle Ambiental RCA – PCA PCH Carioca Companhia De Tecidos Santanense» (PDF). Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM. 2 de junho de 2009