Rodolfo Graziani, 1 º Marchese di Neghelli (pronúncia italiana: [roˈdolfo ɡratˈtsjaːni]; 11 de agosto de 188211 de janeiro de 1955) foi um proeminente militar italiano do exército real do Reino da Itália, servindo primordialmente em campanhas na África antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Um fascista dedicado, ele foi uma figura chave nas forças armadas italianas durante o reinado de Vítor Emanuel III.[1]

Rodolfo Graziani
Rodolfo Graziani
Graziani em 1940
Ministro da Defesa da República Social Italiana
Período 23 de setembro de 194325 de abril de 1945
Presidente Benito Mussolini
Dados pessoais
Nascimento 11 de agosto de 1882
Filettino, Reino da Itália
Morte 11 de janeiro de 1955 (72 anos)
Roma, Itália
Nacionalidade italiano
Alma mater Academia Militar de Módena
Cônjuge Ines Chionetti ​(1913⁠–⁠1955)
Filhos(as) 1
Partido Partido Nacional Fascista (1924–1943)
Partido Republicano Fascista (1943–1945)
Movimento Social Italiano (1946–1955)
Profissão Militar
Serviço militar
Lealdade  Reino da Itália
 República Social Italiana
Serviço/ramo Reino de Itália Exército Real Italiano (1903–1943)
Exército Nacional Republicano (1943–1945)
Anos de serviço 1903–1945
Graduação Marechal da Itália
Unidade 10º Corpo de Exército
Conflitos Primeira Guerra Mundial
Segunda Guerra Ítalo-Senussi
Segunda Guerra Ítalo-Etíope
Segunda Guerra Mundial

Graziani desempenhou um papel importante na consolidação e expansão do império da Itália durante as décadas de 1920 e 1930, primeiro na Líbia e depois na Etiópia. Ele se tornou infamo por ter tomado medidas repressivas severas, como o uso de campos de concentração, que causou muitas mortes entre civis africanos e por medidas extremas tomadas contra a resistência nativa, como o enforcamento de Omar Al-Mukhtar. Devido aos seus métodos brutais usados na Líbia, ele foi apelidado, ele foi apelidado Il macellaio del Fezzan ("o açouguerio de Fezã").[2] Em fevereiro de 1937, após uma tentativa de assassinato contra ele durante uma cerimônia em Adis Abeba, Graziani ordenou um período de retaliação brutal agora conhecido como Yekatit 12, que matou mais de 20 000 etíopes em dois dias. Pouco depois de a Itália entrar na Segunda Guerra Mundial, ele retornou à Líbia como comandante das tropas no Norte da África italiana mas teve que renunciar esta posição após suas forças terem sido destroçadas, em 1940–41, numa ofensiva britânica.[1]

Após o Golpe de 25 Luglio, em 1943, Rodolfo Graziani acabou sendo o único marechal que permaneceu leal a Mussolini e por isso foi nomeado ministro da defesa da República Social Italiana, comandando o seu exército e retornando ao serviço ativo contra os Aliados pelo restante da guerra.[3]

Graziani nunca foi processado pela Comissão das Nações Unidas para os Crimes de Guerra; ele foi incluído na lista de italianos elegíveis para serem processados por crimes de guerra, mas a oposição dos Aliados e a indiferença ao julgamento de criminosos de guerra italianos frustraram as tentativas dos etíopes de levá-lo à justiça. Em 1948, um tribunal italiano o sentenciou a dezenove anos de prisão por colaboração com os nazistas, mas ele foi libertado depois de cumprir apenas quatro meses.[4]

Rodolfo Graziani faleceu em Roma, em janeiro de 1955, aos 72 anos de idade. Em agosto de 2016, um mausoléu foi construído para ele na cidade de Affile, no Lácio, com os dizeres "Pátria" e "Honra". Políticos de esquerda, ativistas e comentaristas políticos condenaram o gasto de dinheiro público na obra (aproximadamente $160 000 dólares), mas a população da cidade, formada majoritariamente por um eleitorado mais conservador, aprovou a construção.[5] Contudo, em 2013, quando um novo governo local foi empossado, a verba pública para a construção do mausoléu foi cortada. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Etiópia disse que Graziani não merecia ser homenageado, mas sim condenado na história por seus crimes de guerra, comportamento genocida e crimes contra a humanidade.[6]

Referências

  1. a b "Rodolfo Graziani, marquess di Neghelli — Italian military officer". Página acessada em 6 de setembro de 2021.
  2. "La brutta storia del monumento a Graziani". Página acessada em 5 de setembro de 2021.
  3. Canosa, Romano. Graziani. Il maresciallo d'Italia, dalla guerra d'Etiopia alla Repubblica di Salò. Editore Mondadori; Collana: Oscar storia. ISBN 9788804537625
  4. Italian War Criminal Rodolfo Graziani, Blaine Taylor, Warfare History Network, 21 de fevereiro de 2020.
  5. Pianigiani, Gaia (29 de agosto de 2012). «Village's Tribute Reignites a Debate About Italy's Fascist Past». New York Times. p. A6. Consultado em 25 de março de 2019 
  6. Yihunbelay, Bruh (27 de abril de 2013). «Governor of Lazio calls for withdrawal of funds for Graziani monument». thereporterethiopia.com. The Reporter. Cópia arquivada em 30 de maio de 2013 
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