Rohini, foi o nome atribuído a uma família de foguetes de sondagem nativos da Índia, desenvolvidos pela Indian Space Research Organisation (ISRO).

A família de foguetes Rohini.

A sua origem, remonta ao início do programa espacial indiano, quando partindo de recursos escassos, e usando os conhecimentos obtidos por engenheiros treinados na França, houve um processo de nacionalização da tecnologia de construção de foguetes.

Todos os modelos dessa família fazem uso de motores movidos a combustível sólido.

Etimologia editar

O termo Rohini, em Sânscrito, significa ascendente, alto ou ainda Mãe de todas as vacas (que na cultura indu é um animal sagrado). Em hindi, é um nome de mulher bastante popular, originado na Mitologia hindu, onde Rohini Devi, era esposa de Vasudeva e mãe de Balarama e Subhadra.

Deve-se observar também que existem satélites indianos com esse mesmo nome.

Origens editar

Já existiam algumas iniciativas na área de foguetes sendo conduzidas pela Comissão de Energia Atômica Indiana, liderada pelo Dr. Vikram Sarabhay, desde o início da década de 60. Em 1963, foi criado o Campo de Thumba, perto de Trivandrum.[1]

O moderno programa espacial Indiano, teve início na segunda metade da década de 60. Em maio de 1966 a primeira ministra Indira Gandhi, afirmou que os cientistas Indianos que haviam sido especificamente treinados na França, já haviam adquirido o conhecimento técnico completo para a construção de foguetes Centaure (ou equivalentes), e a partir de então, eles podiam ser construídos com componentes totalmente indianos.[1]

Com esse conhecimento adquirido sob o programa "Rohini Sounding Rocket" (RSR), foram desenvolvidos os foguetes da família Rohini. Consideravelmente menores que os foguetes franceses que lhes deram origem, o primeiro foguete projetado inteiramente pelos cientistas de Trombay liderados pelo Dr. Sarabhay, foi o RH-75, lançado em 20 de novembro de 1967, pesava apenas 32 kg e tinha um diâmetro de 75 mm, daí o nome RH-75. Nos anos seguintes, foguetes ligeiramente maiores foram desenvolvidos: o RH-100 com 100 mm de diâmetro e o RH-125, com 125 mm de diâmetro.[1]

O campo de lançamento de Thumba, foi oferecido e teve o controle transferido para as Nações Unidas em 1969, passando a receber recursos e pessoal oriundos de vários países, o que acelerou ainda mais o programa espacial indiano. Além dos foguetes de fabricação local, de Thumba, eram lançados basicamente, foguetes dos tipos: Nike Cajun, Nike Ajax, Judi Dart e Arcas americanos e Centaure franceses. Uma boa quantidade de instrumentos sofisticados foi fornecida por outros países, o que permitia a monitoração de foguetes com alcance de mais de 300 km. Equipamentos de telemetria fornecidos pela NASA e computadores fornecidos pela União Soviética, garantiam a aquisição e processamento dos dados. Durante esta fase, os foguetes mais eficazes eram o Nike Apache e o Centaure.[1]

Nomenclatura editar

Os foguetes dessa família, eram denominados com as letras RH (de Rohini), seguidas de um número, correspondendo ao diâmetro do foguete (em milímetros).[2]

Modelos editar

RH-75

O RH-75, com apenas um estágio, foi o primeiro foguete desenvolvido na Índia,[3] foi lançado do TERLS em 20 de novembro de 1967.[4] Com 32 kg de massa total e 75 mm de diâmetro, chegou a conduzir cargas úteis de 1 kg a altitudes de até 10 km. foi lançado mais duas vezes em 1967 e 12 vezes em 1968, perfazendo um total de 15 lançamentos entre novembro de 1967 e setembro de 1968. Em 1969, alguns experimentos com uma versão encurtada e motor mais potente foram efetuadas.

RH-100

Segundo modelos da série, o RH-100, também com apenas um estágio, foi um modelo experimental para pesquisas em novos componentes combustíveis e desenho de foguetes. Com 100 mm de diâmetro, conduzia cargas de 3 kg até 14 km de altitude.[5]

RH-125

O RH-125, modelo de apenas um estágio, foi lançado algumas vezes: entre janeiro de 1970 e em outubro de 1971. Chegou a conduzir cargas úteis de 7 kg a 19 km de altitude.

RH-200

O modelo RH-200 de dois estágios, com diâmetro de 200 mm, atinge 70 km de altitude.[6]

RH-300

O RH-300, modelo de apenas um estágio, com diâmetro de 300 mm, chega a atingir 116 km de altitude.[6]

RH-560

Esse modelo de dois estágios, com 7,6 m de altura e massa total de 1.390 kg, conduzia cargas úteis de 100 kg a até 330 km de altitude.[5] A variante RH-560 Mk-II, chega a atingir altitudes de 548 km.[6]

Aplicações editar

Os modelos dessa família que continuam em uso são os seguintes: o RH-200 para estudos meteorológicos, o RH-300 Mk-II para estudos na atmosfera superior e o RH-560 Mk-II para estudos da ionosfera. Um modelo RH-200 foi usado para conduzir a primeira carga útil científica projetada por estudantes (da VIT University em Vellore). Entre os membros dessa equipe estavam: Dev Sharma, Himanshu Misha, Sunayan Kumar, Mouni Reddy, Maneesh Narnoli, Gautam Manohor, Chandresh Mittal e Ankit Sharma.[7]

Referências

  1. a b c d «India takes off in space race». New Scientist Magazine. 13 de janeiro de 1972. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  2. «What does the letter 'RH' and the numerals on an Indian sounding rocket signify?». Indian Space Research Organisation - ISRO > FAQ. Consultado em 17 de novembro de 2012. Arquivado do original em 3 de outubro de 2012 
  3. Chari, Sridhar K (22 de julho de 2006). «Sky is not the limit». The Tribune. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  4. «When did India begin developing its own rockets?». Indian Space Research Organisation - ISRO > FAQ. Consultado em 17 de novembro de 2012. Arquivado do original em 3 de outubro de 2012 
  5. a b Baker, David. The rocket. The history and development of rocket & missile technology. [S.l.: s.n.] p. 223. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  6. a b c Venugopal, P (15 de janeiro de 2010). «Ten rockets fired to study solar eclipse». The Hindu. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  7. «Isro launches rocket with part made by students». THE FINANCIAL EXPRESS 

Ver também editar