Rui Tavares

historiador e político português

Rui Miguel Marcelino Tavares Pereira (Lisboa, 29 de julho de 1972) é um escritor, tradutor, historiador e político português. Atualmente desempenha as funções de deputado à Assembleia da República e Vereador na Câmara Municipal de Lisboa.

Rui Tavares
Rui Tavares
Deputado à Assembleia da República pelo Distrito de Lisboa
Período 30 de março de 2022 até a atualidade
Vereador na Câmara Municipal de Lisboa
Período 18 de outubro de 2021 até a atualidade
Membro do Grupo de Contacto do LIVRE
Período 31 de janeiro de 2014 até 20 de dezembro de 2015
Deputado ao Parlamento Europeu
Período 14 de julho de 2009 até 30 de junho de 2014
Dados pessoais
Nome completo Rui Miguel Marcelino Tavares Pereira
Nascimento 29 de julho de 1972 (51 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade portuguesa
Alma mater Universidade Nova de Lisboa
École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris
Partido LIVRE
Profissão escritor, tradutor, historiador e político
Website Site oficial

Biografia editar

Apesar de natural de Lisboa, passou parte da sua infância numa aldeia do Ribatejo.[1] Licenciou-se em História, variante de História da Arte, pela Universidade Nova de Lisboa, e doutorou-se em História, pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris.[2]

É especialista em história e cultura do século XVIII.[3]

Colabora com o jornal Público,[3] sendo que, à data de março de 2024, a sua última crónica no jornal datava de julho de 2023.[4] Também colaborou com a extinta revista Blitz e foi comentador residente no programa O Outro Lado, da RTP3.

Foi um dos criadores do blogue Barnabé em conjunto com Daniel Oliveira, André Belo, Celso Martins e Pedro Aires Oliveira. Escreve atualmente no blogue pessoal ruitavares.net.

Foi eleito em 2009 deputado para o Parlamento Europeu como independente integrado na lista do Bloco de Esquerda. Enquanto deputado ao Parlamento Europeu, esteve integrado no grupo parlamentar da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, o qual, à época, era liderado por Lothar Bisky, acerca do qual se sabia, desde 1995, que havia sido informador da Stasi, a polícia política da ex-República Democrática Alemã. Quando confrontado com este facto por Sérgio Sousa Pinto, no debate É ou não é?, na RTP, Rui Tavares alegou não se recordar do nome de Lothar Bisky.[5]

Em 2011, abandonou a delegação do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu, acusando Francisco Louçã de promover uma “caça ao independente” e de ser incapaz de lidar com opiniões contrárias.[6]

Em junho de 2013, foi mandatado pelo Parlamento Europeu para apresentar um relatório sobre as preocupações constitucionais húngaras. O Relatório Tavares instou as autoridades húngaras a implementar o mais rapidamente possível todas as medidas que a Comissão Europeia, como guardiã dos tratados, julgar necessárias para cumprir plenamente a legislação da UE; cumprir as decisões do Tribunal Constitucional Húngaro; e as recomendações da Comissão de Veneza, do Conselho da Europa e de outros organismos internacionais.[7][8]

É um dos fundadores do partido político LIVRE.[9]

Segundo um estudo realizado pela empresa de consultoria de comunicação Imago-Llorente & Cuenca, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, divulgado em março de 2015, Rui Tavares é o político mais influente da rede social Twitter, em Portugal.[10]

Nas eleições primárias do LIVRE, em 2021, Rui Tavares ganhou a nomeação para candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. No entanto, o LIVRE assinou um acordo de coligação com o PS para concorrer às eleições autárquicas de 2021 em Lisboa, pelo que Rui Tavares abdicou da candidatura à presidência da Câmara para ser candidato à vereação, para assumir, em caso de vitória da coligação PS/LIVRE, o pelouro da Cultura, Conhecimento, Ciência e Direitos Humanos. No âmbito da área dos Direitos Humanos, e confrontado com a polémica partilha, ocorrida na Câmara Municipal de Lisboa, em 2021, de dados de ativistas da oposição russa contra o presidente Vladimir Putin com a embaixada da Rússia em Lisboa, Rui Tavares considerou que Fernando Medina «reconheceu o problema imediatamente e o chamou de intolerável» e que seria um «absurdo» considerar que haveria conluio da Câmara Municipal relativamente à partilha de dados com embaixadas de Estados estrangeiros, pelo que defendeu que o importante seria «implementar uma cultura de direitos humanos em todos os níveis da administração». Foi eleito vereador da Câmara Municipal de Lisboa pela coligação Mais Lisboa (PS/L), em representação do LIVRE, para o mandato 2021-2025, no entanto, é vereador sem pelouros, fruto da derrota da coligação liderada por Fernando Medina.[11][12][13][14]

Nas eleições legislativas de 2022, foi eleito deputado único do LIVRE na XV Legislatura, pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Obras editar

Publicou nas Edições tinta-da-china:

  • O Pequeno Livro do Grande Terramoto (2005, ensaio)[3]
  • Pobre e Mal Agradecido: A Educação Patalógica de Rui Tavares (2006)
  • O Arquitecto (2007, teatro)[3]
  • O Regicídio (2008, com Maria Alice Samara)
  • O Fiasco do Milénio (2009, crónicas)
  • A Ironia do Projeto Europeu (2014)
  • Esquerda e Direita: Guia Histórico para o Século XXI (2015)
  • O Censor Iluminado: Ensaio sobre o Sec. XVIII e a Revolução Cultural do Pombalismo (2018)
  • Não Foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos! (2024)

Resultados eleitorais editar

Eleições legislativas editar

Data Partido Circulo eleitoral Posição Cl. Votos % +/- Status Notas
2015 L/TDA Lisboa 1.º (em 47) 6.º 14 683
1,27 / 100,00
Não Eleito
2022 Livre 1.º (em 48) 7.º 28 834
2,44 / 100,00
Eleito
2024 1.º (em 48) 4.º 72 104
5,47 / 100,00
 3,03 Eleito

Eleições europeias editar

Data Partido Posição Cl. Votos % +/- Status Notas
2009 BE 3.º (em 22) 3.º 382 667
10,72 / 100,00
Eleito Integrou as listas como independente.
2014 Livre 1.º (em 21) 6.º 71 495
2,18 / 100,00
Não Eleito
2019 8.º 60 569
1,83 / 100,00
 0,35 Não Eleito

Eleições Autárquicas editar

Câmara Municipal editar

Data Partido Concelho Posição Cl. Votos % +/- Status Notas
2021 PS.L Lisboa 3.º (em 17) 2.º 80 869
33,31 / 100,00
Eleito Vereador sem Pelouro

Referências

  1. Rui Tavares — biografia de autor no site do [[Público (jornal)|]]
  2. ISCTE
  3. a b c d «Rui Tavares». jornal Público. Consultado em 3 de Fevereiro de 2014 
  4. «RUI TAVARES - HISTORIADOR; FUNDADOR DO LIVRE». Público. Consultado em 10 de março de 2024 
  5. «Rui Tavares e o caso do colega que era um ex-Stasi». Sábado. 29 de novembro de 2020. Consultado em 9 de julho de 2023 
  6. «Rui Tavares diz-se vítima de "caça ao independente" lançada por Louçã». Sapo notícias. 22 de junho de 2011. Consultado em 22 de junho de 2011 
  7. «Comissão do Parlamento Europeu aprova relatório de Rui Tavares sobre Hungria» 
  8. «RELATÓRIO sobre a situação dos direitos fundamentais: normas e práticas na Hungria» 
  9. «Partido Livre inicia hoje congresso fundador e de eleição de órgãos». Jornal iOnline. 31 de Janeiro de 2014. Consultado em 3 de Fevereiro de 2014 
  10. «Rui Tavares é o político mais influente no Twitter, revela estudo». Público. 31 de março de 2015. Consultado em 11 de agosto de 2015 
  11. Página no site da CML
  12. «Russiagate: "Não existem meras falhas administrativas"». SIC Notícias. 19 de julho de 2021. Consultado em 9 de julho de 2023 
  13. «Rui Tavares é o candidato do Livre à presidência da Câmara de Lisboa». Lusa. 25 de junho de 2021. Consultado em 9 de julho de 2023 
  14. «Medina afasta ida para o Governo». Nascer do SOL. 25 de julho de 2021. Consultado em 9 de julho de 2023 

Ligações externas editar

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