Conrado de Constança

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Conrado de Constança ou Conrado de Altdorf (em alemão, Konrad von Konstanz ou Konrad von I. Altdorf) (Weingarten, 900Constança, 26 de novembro de 975) foi bispo da diocese de Constança entre 934 e 975. Ele é venerado como um santo pela Igreja Católica, Igreja Luterana e Igreja Ortodoxa.

Conrado de Constança
Conrado de Constança
Nascimento 900
Weingarten
Morte 26 de novembro de 975
Constança
Cidadania Alemanha
Progenitores
  • Henrique de Altdorf
  • Ata de Hohenwart
Ocupação padre, bispo católico
Religião Igreja Católica

Biografia editar

Conrado nasceu por volta de 900 dentro da família Welf, pertencente à nobreza, recebeu sua formação espiritual no capítulo da catedral de Constança. Entrou na comunidade canônica e, em 934, a partir do cabido, sob a influência do bispo de Augsburg, Ulric de Augsburg, foi eleito bispo de Constança.

 
Cripta no Anterior da Antiga Sé de Konstanz Alemanha

Como bispo e como um membro da igreja Ottoniana, Conrado tem contato, pelo menos esporadicamente, com o imperador Otto I (936-973). Assim, no inverno de 961-962, Conrado participou da viagem organizada para a coroação do imperador de Roma. Em consequência, o imperador do Sacro Império Romano obteve uma capela já erguida chamada Mauritiusrodunte na catedral de Constança em memória de São Maurice.

Conrado fez outras viagens a Roma e Jerusalém, onde ele peregrinou por três vezes e trouxe relíquias, dentre outras coisas. Visitando Roma e Jerusalém, Conrado decidiu levar a cabo um plano de construções na cidade, fato que é considerado apenas como o nascimento ou momento fundação da arte românica. Como um modelo para a construção de igrejas usou a Basílica Patriarcal em Roma: Na entrada da cidade, ele construiu uma igreja dedicada a St. Paul, semelhante à Basílica de São Paulo Fora dos Muros; Ao lado do bispado criado a Igreja de San Juan, a imagem da Basílica de São João de Latrão.

O Welf Konrad nasceu por volta do ano 900. Ele recebeu sua educação espiritual no capítulo da catedral de Constança , entrou na comunidade canônica e foi eleito em 934 por seus co-cânones e sob a influência do bispo de Augsburgo, Ulrich von Augsburg (923-973), como bispo de Constança.

No seu exercício como bispo e, portanto membro, da igreja imperial otoniana, encontramos São Conrado pelo menos esporadicamente nas relações com o reino de Otto I, o Grande (936-973).São Conrado participou da peregrinação a Roma e da coroação imperial do governante no inverno 961/962.

Noutras viagens São Conrado retorna a Roma e Jerusalém , onde ele fez três peregrinações. Entre outras coisas, elas serviram para trazer relíquias. As inspirações de Roma e Jerusalém determinaram o programa de construção que o bispo executou em sua cidade, no período romano. As basílicas patriarcais de Roma serviram de modelo para a fundação da igreja: em frente à cidade, São Conrado construiu a Paulskirche de forma análoga a São Paulo Fora dos Muros e igreja de São João construída de acordo com São João de Latrão, ele também renovou a Laurentiuskirche (mais tarde capela do conselho de São Lourenço, que não existe mais hoje). Sob a impressão de suas peregrinações a Jerusalém, ele mandou construir a rotunda das Maurícias como uma réplica da Igreja do Santo Sepulcro , que poderia servir como um destino de peregrinação regional.

A homenagem aos santos Maurício e Lourenço - este último foi o dia do santo (10 de agosto) da famosa batalha em Lechfeld de 955 - também apontam para o Império Franconiano-Alemão Oriental . O imperador Otto I agradeceu a São Conrado em um documento datado de 21 de fevereiro de 962, poucos dias após sua coroação como imperador, aprovando a construção da catedral. A comemoração relacionada revelou os laços estreitos entre bispo e o imperador, culminando com a permanência de Otto na cidade episcopal de Conrado, em agosto de 972, e no festival Pelagius, no dia 28 deste mês.

Como se deu a devoção e a canonização de São Conrado de Konstanz editar

A devoção a São Conrado data dentre 1084 a 1110, a ele foi oferecido um culto local pois seus ossos foram transladados para a igreja de São Mauricio, catedral recém-construída. Havia por parte de Ulrich I (1111 – 1127) um interesse de estabelecer devoções regionais, segundo “a sagrada vita” podemos ler relatos de curas e resgates milagrosos atribuidos a São Conrado , que foram apresentados a santa sé em Roma, e ao Papa Calisto II (1119 – 1124) . Em março de 1123, foi decidida a canonização de Conrado de Konstanz pelo Conselho Lateranese

A canonização "real" ocorreu no magnus conventus , o "grande encontro" em Constança, no final de novembro de 1123, com a participação de três duques, muitos condes, clérigos, abades e monges e muitos fiéis no dia 26 de novembro, o dia da  morte de Conrado de Konstanz , em uma elaborada celebração litúrgica, os ossos do santo foram enterrados em um novo santuário e venerados. No entanto, as relíquias de Constança foram destruídas no tempo da Reforma . O crânio porém foi conservado e está na Konstanz Münster.   

O seu milagre mais conhecido e que o acompanha na sua iconografia, conta que num dia de Páscoa, uma grande aranha caiu no cálice, tendo já o vinho consagrado. Como naquela época todas as aranhas deveriam ser venenosas, Conrado considerou mais reverente engolir a aranha do que desprezar o Sangue de Cristo. Depois disso ficou esperando a agonia final... que não veio. Uma hora depois ele se levantou e a aranha saiu de sua boca. Por isso é representado com um cálice e uma aranha. Fato semelhante conta-se de São Norberto, com a variante de que este santo espirrou e o animal foi expelido. Algo semelhante à história do Beato Francisco de Fabriano (22 de abril), que, já consagrado, caiu um escorpião no cálice e, não ousando derramar o Sangue do Senhor, bebeu-o normalmente e continuou celebrando a Eucaristia, confiando-se para Deus. Ao final da missa, o escorpião saiu calmamente pela boca.

São Conrado de Constança - O místico editar

Para a glória da Santa Missa relatamos aqui como se fez a consagração da Capela de Einsiedeln, na Suíça, e como Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo celebrou o Santo Sacrifício com grande solenidade: "Oitenta anos depois da morte de Meinrado, o santo eremita, um piedoso solitário de nobre família, Eberardo, foi pedir a São Conrado, Bispo de Constança, a graça de consagrar a capela de São Meinrado. O virtuoso bispo anuiu-lhe ao pedido.

Na Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de Setembro de 940, devia realizar-se a consagração. Mas, indo para a capela, a fim de entregar-se à oração, o santo bispo ouviu os coros dos Anjos cantar as antífonas e os responsórios da consagração. Entrou e viu a capela cheia de Anjos, e, no meio deles, Nosso Senhor, que, revestido de paramentos episcopais, procedia à consagração do santuário. À vista disso, Conrado caiu em santo êxtase, sem entretanto nada perder de sua atenção. Viu e ouviu Nosso Senhor pronunciar as palavras da Igreja e desempenhar-lhe as cerimônias em igual festa. Os apóstolos, os Anjos e uma multidão de Santos o assistiam. A Mãe de Deus, a quem o altar e a capela eram dedicados, aparecia em cima do altar, mais brilhante que o sol, mais resplandecente que o fulgor do relâmpago.

Terminada a consagração, o Senhor começou a Missa Solene, depois da qual toda a corte celeste desapareceu, deixando Conrado em transportes de alegria. Reconheceu sobre as cinzas que cobriam o solo as marcas dos pés do Salvador e sobre as paredes os traços das unções. De manhã, o clero veio buscar o bispo para fazer a sagração, porém ele disse: Não posso consagrar este santuário, porque já foi consagrado de maneira misteriosa.

Insistem, forçam-no, quando uma voz celeste se faz ouvir e repete por três vezes: Para, meu irmão, a capela já está consagrada. Mais tarde São Conrado referiu ao Papa Leão VIII sobre este fato extraordinário, cuja veracidade o mesmo papa afirmou num rescrito apostólico, em que proibiu tornar a consagrar a capela e concedeu indulgências especiais aos fiéis, que a frequentasse."

Caro leitor, com certeza irá dizer: Ah se pudesse assistir a igual festa, ver o que viu São Conrado, ouvir o que ouviu! Que prazer, que emoção! Entretanto não está presente, em cada Missa, Nosso Senhor, o grande pontífice? Não nasce, em cada Missa, sobre o altar, e não o cercam os Anjos? Feliz serás, pois, se considerares que te achas no meio de uma tão alta assembleia, que se digna de unir tuas pobres orações às suas, para fazê-las subir até o trono

Fonte: Cochem, Frei Martinho de. A Santa Missa para Leigos: Uma Explicação do Santo

Sacrifício da Missa (p. 39). Edições Católicas Independentes. Edição do Kindle.

Paróquia São Conrado no Rio de Janeiro editar

A igreja de São Conrado foi mantida durante muitos anos pelo legado de Conrado de Niemeyer e administrada pelos filhos. Pela morte destes, foi então doada à Mitra.

A história da Igrejinha de São Conrado começou com o lançamento de sua pedra fundamental em 1914, sendo que dois anos depois aconteceu a inauguração em 1916.

Sua construção foi financiada com os recursos do Comendador Conrado Jacob de Niemeyer que escolheu para padroeiro São Conrado, por ser este nome uma constante através de gerações em sua família.

A igrejinha, além de oficiar a cerimônia religiosa da missa uma ou duas vezes por mês, servia de ponto de encontro dos moradores e sitiantes da praia da Gávea e arredores.

O projeto de arquitetura, feito por um engenheiro dinamarquês amigo de Conrado Niemeyer, caracterizava-se por ser modesto, simples e "sui generis".

Foi na época do Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara que a Igreja de São Conrado tornou-se Paróquia (03 de julho de 1969), quando muitos moradores do bairro se mobilizaram para sua primeira restauração.

Em 1996 tiveram conclusão as obras adicionais de reforma da antiga Igreja e de construção do Centro Comunitário, necessário para a continuidade dos trabalhos das pastorais da Igreja.

Bibliografia editar

  • Vita sancti Chuonradi Constantiensis episcopi; Georg Heinrich Pertz u. a. (Hrsg.): Scriptores (in Folio) 4: Annales, chronica et historiae aevi Carolini et Saxonici. Hannover 1841, S. 429–445 (Monumenta Germaniae Historica (digitalizado).
  • Adriaan Breukelaar: Konrad von Konstanz. Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon (BBKL). Band 4, Bautz, Herzberg 1992, ISBN 3-88309-038-7, Sp. 416–417.
  • Paul Ladewig, Theodor Müller. Regesta episcoporum Constantiensium. Regesten zur Geschichte der Bischöfe von Konstanz (von Bubulcus bis Thomas Berlower, 517-1496). Band 1: 517-1293. Editado por "Badischen Historischen Commission". Innsbruck 1895.
  • Simon Maier. Semantik der "sozialen Tatsache". Überlegungen zur Kanonisierung des heiligen Konrad von Konstanz. Escritos de la Asociación para la Historia del Lago de Constanza y sus Alrededores. Cuaderno 132. Jan Thorbecke Verlag der Schwabenverlag AG, Ostfildern 2014, ISBN 978-3-7995-1720-1, S. 17-40.
  • Helmut Maurer (historiador). Konstanz als ottonischer Bischofssitz. Zum Selbstverständnis geistlichen Fürstentums im 10. Jahrhundert. Publicación del Instituto Max-Planck de Historia; 39; = Estudios de la Alemania Sacra (Studien zur Germania sacra); 12). Göttingen 1973, ISBN 3-525-35348-0
  • Helmut Maurer. Der heilige Konrad – Bischof von Konstanz. Studien aus Anlaß der tausendsten Wiederkehr seines Todesjahres. Archivo Diocesano de Friburgo. Archivo 95, Friburgo i.Br. 1975 ISBN 3-451-17449-9 (Texto completo).
  • Helmut Maurer. Der Herzog von Schwaben. Grundlagen, Wirkungen und Wesen seiner Herrschaft in ottonischer, salischer und staufischer Zeit, Sigmaringen 1978 ISBN 3-7995-7007-1
  • Helmut Maurer. Konrad, hl.. In: Neue Deutsche Biographie. Band 12, Duncker & Humblot, Berlín 1980, ISBN 3-428-00193-1, página 507 f. (digitalizado).
  • Helmut Maurer. Konstanz im Mittelalter: I. Von den Anfängen bis zum Konzil (= Geschichte der Stadt Konstanz, Bd.1), Historia de la Ciudad de Constanza Volumen 2. Edición de 1996, ISBN 3-7977-0182-9
  • Helmut Maurer. Konstanzer Bischöfe. 6. Jahrhundert bis 1206 (Germania Sacra; NF 42,1; Las diócesis de la provincia eclesiástica de Magunciaː La diócesis de Constanza. 5) De Gruyter, Berlin u. a. 2003, ISBN 3-11-017664-5 (Texto completo)
  • Georg von Wyß: Konrad I., Bischof von Constanz. Allgemeine Deutsche Biographie. Band 16, Duncker & Humblot, Leipzig 1882, página 576.
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