Solitude é um termo poético que se refere à solidão,[1][2] ou seja, ao estado de privacidade. Pode representar o isolamento e a reclusão, voluntários ou impostos, porém não diretamente associados ao sofrimento. Em inglês, é feita uma distinção entre os termos solitude e loneliness. Nesse sentido, essas duas palavras se referem, respectivamente, à alegria e à dor de estar sozinho.[3][4][5]

Pintura de Frederick Leighton retratando a solitude

Solitude pode ser usada positivamente para adicionar oportunidades de meditação, concentração, introspecção ou oração individuais e alcançar um estado de paz e consolo. Na doutrina Católica, em particular com a devoção do Rosário, é possível "encher de oração as jornadas de tantos contemplativos, ou servir de companhia a doentes e idosos e crianças".[6]

Efeitos psicológicos editar

Efeitos positivos editar

Há muitos benefícios em passar o tempo sozinho. A liberdade é considerada um dos benefícios da solitude, pois as restrições dos outros não terão nenhum efeito sobre a pessoa em solitude. Com o aumento da liberdade, as escolhas de uma pessoa são menos propensas a serem afetadas pela interação com outras pessoas. A liberdade de distrações tem o potencial de estimular a criatividade.[7] Em 1994, o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi descobriu que os adolescentes que não suportam ficar sozinhos muitas vezes param de aumentar os talentos criativos.

Outro benefício comprovado da solitude é o desenvolvimento de si mesmo ao experimentar mudanças em seu autoconceito, ajudando uma pessoa a formar ou descobrir sua identidade sem distrações externas. A solitude também proporciona tempo para contemplação, crescimento da espiritualidade pessoal e auto-exame. Nestas situações, a solidão pode ser evitada desde que a pessoa em solitude saiba que tem relações significativas com os outros.

Efeitos negativos editar

Passar muito tempo sozinho nem sempre é algo benéfico ao indivíduo. Muitos dos efeitos negativos foram observados em prisioneiros.[8] A reclusão pode desencadear respostas fisiológicas que aumentam os riscos para a saúde.[9]

Os efeitos negativos do isolamento também podem depender da idade. Crianças em idade escolar primária podem reagir negativamente. Isso ocorre principalmente porque, muitas vezes, estar sozinho nessa idade não é algo escolhido pela criança. Crianças podem procurar afastar-se quando elas não têm certeza de como interagir socialmente com os outros, preferindo ficar sozinhas, causando timidez ou rejeição social.

Enquanto os adolescentes são mais propensos a se sentirem solitários ou infelizes quando não estão perto dos outros, eles também são mais propensos a ter uma experiência mais agradável com os outros, se tiverem tempo sozinhos primeiro. No entanto, adolescentes que freqüentemente passam o tempo sozinhos não têm um ajuste global tão bom quanto aqueles que equilibram seu tempo de solidão com seu tempo social.[10]

Ver também editar

Referências

  1. «solitude». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de julho de 2021 
  2. «solitude». Infopédia. Porto Editora. Consultado em 10 de julho de 2021 
  3. Alexander Pope. «Ode on Solitude». Consultado em 1 de abril de 2016 
  4. «The Difference Between Solitude and Loneliness». Singlescafe.net. Consultado em 6 de março de 2013. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2013 
  5. Cym (2 de março de 2011). «Effortless Flow: The Difference Between Solitude and Loneliness». Effortlessflow.blogspot.it. Consultado em 6 de março de 2013 
  6. João Paulo II (16 de outubro de 2002). «Rosarium Virginis Mariae». A Santa Sé. Consultado em 4 de junho de 2022 
  7. Long, Christopher R. & Averill, James R. «Solitude: An Exploration of the Benefits of Being Alone». Consultado em 6 de junho de 2019 
  8. Kupers, Terry A. «What To Do With the Survivors? Coping With the Long-Term Effects of Isolated Confinement» (PDF). Consultado em 6 de junho de 2019 
  9. «Loneliness triggers cellular changes that can cause illness, study shows». PsyPost (em inglês). Universidade de Chicago. 24 de novembro de 2015. Consultado em 4 de junho de 2022 
  10. Larson, R. W. «The emergence of solitude as a constructive domain of experience in early adolescence». Consultado em 6 de junho de 2019