Sugestionabilidade

inclinação para aceitar a sugestão de outros

Sugestionabilidade é uma qualidade psicológica que define a disposição de alguém para receber uma ideia e ser por ela influenciado, de forma a agir e/ou pensar conforme a ideia recebida.[1]

Uma pessoa é considerada sugestionável se aceitar agir conforme sugestões de outras pessoas.[2]

A pessoa que experimenta emoções intensas tende a ser mais receptiva às ideias e consequentemente mais sugestionável.[2] As crianças mais novas são geralmente mais sugestionáveis que crianças mais velhas, e estas, por sua vez, geralmente são mais sugestionáveis que os adultos.[2] Entretanto, os psicólogos descobriram que os níveis individuais de auto-estima, de assertividade, e de outras qualidades psicológicas podem tornar algumas pessoas mais sugestionáveis que outras - isto é, algumas pessoas podem agir sugestionadamente por muito mais tempo do que outras.[2] Esta descoberta resultou na ideia preliminar de que existe um espectro de sugestionabilidade onde os indivíduos poderiam ser enquadrados o quanto seu grau de sugestionabilidade.[2]

Sugestionabilidade e hipnose editar

O quanto um sujeito pode ou não pode ser sugestionável tem significantes ramificações na pesquisa científica da hipnose e seus fenômenos associados, bem como na eficácia da aplicação da hipnoterapia. É também significativo que em muitas aplicações da hipnose, os termos técnicos "sugestionável" e "suscetível à sugestão" podem ser considerados equivalentes, da mesma forma que os equivalentes termos em inglês "suggestible" e "susceptible" também o são.

Teste de Sugestionabilidade editar

De acordo com Wagstaff (1991), as tentativas de isolar um traço global de "sugestionabilidade" não foram bem sucedidas, devido a uma inabilidade dos procedimentos de testes disponíveis em distinguir diferenças mensuráveis entre os vários tipos distintos de "sugestionabilidades" apresentados abaixo:[3]

  • 1. O tipo que afeta um sujeito através de uma comunicação ou por uma expectativa tais que determinadas respostas sejam manifestamente determinadas, ou subjetivamente experimentado como sem vontade própria, como no automatismo.
  • 2. O que usa deliberadamente a imaginação do sujeito ou emprega certas estratégias para causar certos efeitos (mesmo que interpretados, eventualmente, como involuntários) em resposta a uma comunicação ou a uma expectativa.
  • 3. O tipo de sugestionabilidade que faz um sujeito aceitar conscientemente, mas sem crítica, o que uma pessoa diz, e para fazer acreditar ou aceitar confidencialmente o que é dito.
  • 4. O que faz com que o sujeito conforme-se a determinadas expectativas ou pontos de vista de outras pessoas, sem uma apropriada aceitação ou experiência pessoal; isto é, que o sujeito apresente uma conformidade comportamental sem aceitação ou opinião próprias.

A maioria dos pesquisadores concorda com o ponto de vista de Wagstaff quando acreditam que uma verdadeira resposta à sugestão hipnótica não é uma resposta causada em nenhum momento pela vontade do sujeito sugestionado,[4] mas é preferencialmente uma verdadeira resposta involuntária.[5] Assim, somente a categoria (1) de sugestionabilidade encorparia realmente o verdadeiro domínio da sugestionabilidade hipnótica.

Ver também editar

Ligações externas editar

  • Amplas:
  1. HypnosisAndSuggestion.org Explorando a ciência que há por trás da Hipnose
  2. Subliminal Influence Uma visão crítica geral da pesquisa
  3. [1] A versão original deste artigo em Inglês.

Referências

  1. Dicionário Eletrônico Houaiss - Intranet V.1.0
  2. a b c d e Citar
  3. Wagstaff, G.F., "Suggestibility: A Social Psychological Approach", pp.132-145 in Schumaker, J.F. (ed), Human Suggestibility: Advances in Theory, Research, and Application, Routledge, (New York), 1991.
  4. Sujeitos que participam de experimentos de hipnose normalmente dizem que suas respostas apresentadas aos testes de sugestão ocorrem sem que eles estejam com a vontade própria ativa. Por exemplo: quando é dada uma sugestão para o levantamento do braço, os sujeitos hipnotizados tipicamente dizem que o braço se levantou por si só - não sentiram que fizeram o braço se levantar. (Spanos & Barber, 1972, p.510)
  5. Wagstaff, 1991, p.141.

Bibliografia editar

  • Aveling, F. & Hargreaves, H.L., "Suggestibility With And Without Prestige In Children", British Journal of Psychology, Vol.12, No.1, (June 1921), pp. 53–75.
  • Barber, T.X., "Comparison of Suggestibility during "Light Sleep" and Hypnosis", Science, Vol.124, No.3218, (31 August 1956), p. 405.
  • Bird, C., "Suggestion and Suggestibility: A Bibliography", Psychological Bulletin, Vol.36, No.4, (April 1939), pp. 264–283.
  • Braffman, W. & Kirsch, I., "Imaginative Suggestibility and Hypnotizability: An Empirical Analysis", Journal of Personality and Social Psychology, Vol.77, No.3, (September 1999), pp. 578–587.
  • Brown, W., "Hypnosis, Suggestibility and Progressive Relaxation", British Journal of Psychology, Vol.28, No.4, (April 1938), pp. 396–411.
  • Coffin, T.E., "Some Conditions of Suggestion and Suggestibility: A Study of Certain Attitudinal and Situational Factors Influencing the Process of Suggestion", Psychological Monographs, Vol.53, No.4, (1941).
  • Davis, S.L., "Social and Scientific Influences on the Study of Children's Suggestibility: A Historical Perspective", Child Maltreatment, Vol.3, No.2, (May 1998), pp. 186–194
  • De Pascalis, V., Ray, W.J., Tranquillo, I. & D'Amico, D., "EEG Activity and Heart Rate During Recall of Emotional Events in Hypnosis: Relationships with Hypnotizability and Suggestibility", International Journal of Psychophysiology, Vol.29, No.3, (1 August 1998), pp. 255–275.
  • Eisen, M.L., "The Relationship Between Memory, Suggestibility and Hypnotic Responsivity", American Journal of Clinical Hypnosis, Vol.39, No.2, (October 1996), pp. 126–137.
  • Evans, F.J., "Suggestibility in the Normal Waking State", Psychological Bulletin, Vol.67, No.2, (February 1967), pp. 114–129.
  • Gheorghiu, V.A., Netter, P., Eysenck, H.J., Rosenthal, R., Fiedler, K., Edmonston, W.E., Lundy, R.M. & Sheehan, P.W. (eds.), Suggestion and Suggestibility: Theory and Research: Proceedings of the First International Symposium on Suggestion and Suggestibility, held at the University of Giessen, 1987, Springer-Verlag, (Berlin), 1989.
  • Hergovich, A., "Field Dependence, Suggestibility and Belief in Paranormal Phenomena", Personality and Individual Differences, Vol.34, No.2, (February 2003), pp. 195–209.
  • Hergovich, A., "The Effect of Pseudo-Psychic Demonstrations as Dependent on Belief in Paranormal Phenomena and Suggestibility", Personality and Individual Differences, Vol.36, No.2, (January 2004), pp. 365–380.
  • Hilgard, E.R. & Hilgard, J.R., Hypnotic Susceptibility, Harcourt, Brace & World, (New York), 1965.
  • Hull, C.L., Hypnosis and Suggestibility: An Experimental Approach, Appleton-Century-Crofts, (New York), 1933.
  • Janet, P., "The Hysterical Stigmata — Suggestibility", pp. 270–292 in Janet, P., The Major Symptoms of Hysteria, Macmillan Publishing, (New York), 1907.
  • Janet, P., "The Hysterical Stigmata — The Contraction of the Field of Consciousness — The Common Stigmata", pp. 293–316 in Janet, P., The Major Symptoms of Hysteria, Macmillan Publishing, (New York), 1907.
  • Janis, I., "Personality Correlates of Susceptibility To Persuasion", Journal of Personality, Vol.22, No.4, (June 1954), pp. 504–518.
  • Kirsch, I. & Braffman, W., "Imaginative Suggestibility and Hypnotizability", Current Directions in Psychological Science, Vol.10, No.2, (April 2001), pp. 57–61.
  • Lynn, S.J., "Enhancing Suggestibility: The Effects of Compliance vs. Imagery", American Journal of Clinical Hypnosis, Vol.47, No.2, (October 2004), pp. 117–128.
  • Lynn, S.J., Shindler, K. & Meyer, E., "Hypnotic Suggestibility, Psychopathology, and Treatment Outcome", Sleep and Hypnosis, Vol.5, No.1, (2003), pp. 2–10.
  • Matheus, J.M., "Effects on Suggestibility of Experimenter Prestige Under Hypnotic Induction Conditions", American Journal of Clinical Hypnosis, Vol.15, No.3, (January 1973), pp. 199–208.
  • Meares, A., "On The Nature Of Suggestibility", British Journal of Medical Hypnotism, (Summer 1956), pp. 3–8.
  • Meares, A., "The Clinical Estimation of Suggestibility", Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, Vol.II, No.2, (April 1954), pp. 106–108.
  • Neal, E.V. & Clark, C.S. (eds), Hypnotism and Hypnotic Suggestion: A Scientific Treatise on the Uses and Possibilities of Hypnotism, Suggestion and Allied Phenomena by Thirty Authors, New York State Publishing Co., (Rochester), 1900.
  • Poulsen, B.C. & Matthews, W.J., "Correlates of Imaginative and Hypnotic Suggestibility in Children", Contemporary Hypnosis, Vol.20, No.4, (2003), pp. 198–208.
  • Powell, M.B. & Roberts, K.P., "The Effect of Repeated Experience on Children's Suggestibility Across Two Question Types", Applied Cognitive Psychology, Vol.16, No.4, (May 2002), pp. 367–386.
  • Prideaux, E., "Suggestion and Suggestibility", Brain, Vol.42, (January 1920), pp. 291–304.
  • Scheier, M.F., Carver, C.S. & Gibbons, F.X., "Self-Directed Attention, Awareness of Bodily States, and Suggestibility", Journal of Personality and Social Psychology, Vol.37, No.9, (1979), pp. 1576–1588.
  • Shumaker, J.F. (ed), Human Suggestibility: Advances in Theory, Research, and Application, Routledge, (New York), 1991.
  • Sidis, B., The Psychology of Suggestion: A Research into the Subconscious Nature of Man and Society, D. Appleton & Company, (New York), 1898.
  • Solomon, J., "Hypnotism, Suggestibility and the Law", Nebraska Law Review, Vol.31, No.4, (May 1952), pp. 575–596.
  • Spanos, N.P. & Barber, T.X., "Cognitive activity during "hypnotic" suggestibility: Goal-directed fantasy and the experience of non-volition", Journal of Personality, Vol.40, No.4, (December 1972), pp. 510–524.
  • Wagstaff, G.F., "Suggestibility: A Social Psychological Approach", pp. 132–145 in Schumaker, J.F. (ed), Human Suggestibility: Advances in Theory, Research, and Application, Routledge, (New York), 1991.
  • Wegrocki, H.J., "The Effect of Prestige Suggestibility on Emotional Attitudes", Journal of Social Psychology, Vol.5, (1934), pp. 384–394.
  • Weitzenhoffer, A.M., Hypnotism: An Objective Study in Suggestibility, John Wiley & Sons, (New York), 1953.
  • White, R., "Influence of Suggestibility on Responses in Ink Spot Test", Child Development, Vol.2, No.1, (March 1931), pp. 76–79.
  • Wilson, I., The Bleeding Mind: An Investigation into the Mysterious Phenomenon of Stigmata, Paladin, (London), 1991.