Transportes Aéreos da Bacia Amazônica

A Transportes Aéreos da Bacia Amazônica, mais conhecida pela abreviatura TABA, foi uma companhia aérea brasileira, fundada em 1976 e encerrada em 1999.[1][2][3]

Transportes Aéreos da Bacia Amazônica
IATA T2
ICAO TAB
Indicativo de chamada TABA
Fundada em 26 de abril de 1976
Encerrou atividades em 1999
Principais centros
de operações
Aeroporto Internacional de Belém/Val de Cans
Sede Belém, Pará, Brasil
Pessoas importantes Marcílio Gibson
Alexandre Gibson
Bruno Gibson

A TABA teve seus serviços iniciados em 29 de abril de 1976, após uma iniciativa do Governo Federal.[1][2] Sua área de atuação compreendia aproximadamente a região Norte e parte da região Centro-Oeste do Brasil, especificamente os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, além de partes do Pará e Mato Grosso.[4][2]

História editar

 
British Aerospace BAe 146-100 da TABA no Aeroporto de Paris - Le Bourget, em 1983.
 
Fokker 100 da TABA em 1993.

Em 1970, a Paraense Transportes Aéreos encerrou suas atividades. Um dos antigos acionistas do Lóide Aéreo Nacional, antes da Venda para a VASP, Marcílio Jacques Gibson que havia comprado a Norte Táxi Aéreo, passou a preencher as rotas deixadas pela Paraense.[1][2]

Em novembro de 1980, a TABA realizava voos para 34 cidades com uma frota de 10 EMB 110 Bandeirante e 4 Fairchild Hiller FH-227B.[5][2] Entre 1983 e 1985 a TABA operou 2 British Aerospace BAe 146 na rota Belém-Val de Cães/Itaituba/Alta Floresta/Cuiabá/Vilhena/Ji-Paraná/Porto Velho.[1]

Em 1991, o Governo Federal levantou as restrições geográficas para as operações de companhias aéreas regionais, a TABA inaugurou serviços para o Aeroporto Santos Dumont e Belo Horizonte-Pampulha, ligando essas duas cidades à sua rede já estabelecida na Bacia Amazônica.[1] Durante este período, a TABA também iniciou a renovação da sua frota, substituindo o Fairchild Hiller FH-227B pelo Bombardier Dash 8-300.[1]

Em 1992, a TABA iniciou os serviços para Georgetown, na Guiana, sendo a primeira companhia aérea regional a estabelecer voos internacionais.[2][3]

Em 1993, TABA teve um faturamento de US$44 milhões.[3]

A TABA operou 2 Fokker 100 entre 1993 e 1995, mas as dificuldades econômicas crescentes levaram ao fim do contrato de locação.[2][2] Para tentar substituir os serviços efetuados por estes aparelhos, a TABA fretou um Boeing 727-200 pertencente ao operador charter brasileiro Air Vias nos dias úteis. O contrato terminou em novembro de 1995, quando a Air Vias deixou de voar.[2]

As operações com o Dash 8-300 também foram canceladas em 1996 e os aviões foram devolvidos ao locador.

Em 1997, o TABA já se encontrava em sérios problemas econômicos e, finalmente, em 1999, cessou suas atividades aéreas.[2]

Frota editar

Frota da TABA[6][3]
Aeronaves Total Anos de operação Notas
Beechcraft D-18S/H-18S 7 1976–1979
Curtiss C-46 Commando 1 1976–1981
Embraer EMB 110 Bandeirante 11 1976–1999
Fairchild Hiller FH-227B 8 1976–1999
British Aerospace 146 2 1983–1985
Bombardier Dash 8-300 6 1991–1996
Fokker 100 2 1993–1995
Boeing 727-200 1 1995–1995 chartered from Air Vias

Acidentes e incidentes editar

Acidentes editar

  • 31 de janeiro de 1978: um Embraer EMB 110 Bandeirante de matrícula PT-GKW despenhou-se ao decolar de Eirunepé. A tripulação de 2 pessoas morreu, mas os 14 passageiros sobreviveram.[7]
  • 12 de junho de 1982: um Fairchild Hiller FH-227, matrícula PT-LBV, que fazia a rota de Eirunepé para Tabatinga, ao aproximar-se de Tabatinga, colidiu com um poste em condições de má visibilidade e despenhou-se num parque de estacionamento. Todos os 40 passageiros e 4 tripulantes morreram.[8][9]
  • 23 de junho de 1985: um Embraer EMB 110 Bandeirante, matrícula PT-GJN, que voava de Juara para Cuiabá, quando se aproximava para aterrar em Cuiabá, teve problemas técnicos no motor número 1. Foi tentado um pouso de emergência, mas a aeronave estolou e caiu a 1 km da pista. Todos os 17 ocupantes morreram.[10][11]
  • 6 de junho de 1990: um Fairchild Hiller FH-227, matrícula PT-ICA, que voava de Belém-Val de Cans para Cuiabá via Altamira, Santarém, Itaituba e Alta Floresta, quando se aproximava para aterrar sob nevoeiro em Altamira, desceu abaixo da trajetória de aproximação, colidiu com árvores e despenhou-se a 850 m da pista. Dos 41 passageiros e tripulantes, 23 morreram.[12][13]
  • 5 de janeiro de 1993: um Fairchild Hiller FH-227, matrícula PT-LCS, que efetuava um voo de carga de Belém-Val de Cans para Altamira, despenhou-se na selva perto de Altamira durante os procedimentos de aproximação noturna. A tripulação de 3 pessoas morreu.[14]
  • 28 de novembro de 1995: um Fairchild Hiller FH-227, matrícula PP-BUJ, que efetuava um voo de carga de Belém-Val de Cans para Santarém, despenhou-se na sua segunda tentativa de aproximação a Santarém. A tripulação de 2 pessoas e 1 dos 2 ocupantes morreram.[15]

Incidentes editar

  • 6 de março de 1991: um Embraer EMB 110 Bandeirante que voava para Manaus foi sequestrado perto de São Gabriel da Cachoeira por 3 pessoas.[16]
  • 15 de dezembro de 1994: um Embraer EMB 110 Bandeirante que fazia a rota de Carauari e Tefé para Manaus foi sequestrado por dois cidadãos colombianos. Os passageiros foram libertos próximo de Tabatinga e a aeronave foi levada para a Colômbia. A tripulação foi liberta na Embaixada do Brasil em Bogotá.[17]

Referências

  1. a b c d e f Finlay, Mark. «What Happened To Brazilian Carrier Transportes Aéreos da Bacia Amazônica?». simpleflying.com (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  2. a b c d e f g h i j Nagano, Tohuro. «TABA, a aventura da companhia aérea da selva amazônica». www.airway.com.br. Consultado em 30 de julho de 2023 
  3. a b c d Galib, Simone. «Taba une a Amazônia a principais centros do país». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de julho de 2023 
  4. Garofálo 1982, pp. 103–107.
  5. Pereira 1987, pp. 254–255.
  6. Pereira 1987, pp. 255–256.
  7. «Descrição acidente PT-GKW». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  8. «Descrição acidente PT-LBV». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  9. da Silva 2008, pp. 327–331.
  10. da Silva 2008, pp. 342–344.
  11. «Descrição acidente PT-GJN». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  12. «Descrição acidente PT-ICA». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  13. da Silva 2008, pp. 361–363.
  14. «Descrição acidente PT-LCS». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  15. «Descrição acidente PP-BUJ». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  16. «Descrição incidente 6 de março de 1991». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 
  17. «Descrição incidente 15 de dezembro de 1994». aviation-safety.net/ (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2023 

Bibliografia editar

  • Garofálo, Gílson (1982). O Mercado Brasileiro de Transporte Aéreo Regional. São Paulo: Instituto de Pesquisas Econômicas 
  • Pereira, Aldo (1987). Breve História da Aviação Comercial Brasileira. Rio de Janeiro: Europa 
  • da Silva, Carlos (2008). O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes 1928-1996. Porto Alegre: PUC-RS. ISBN 978-85-7430-760-2 

Ligações externas editar

 
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