Um trilema é uma escolha difícil entre três opções, cada uma das quais é, pelo menos à primeira vista, inaceitável ou desfavorável.

Há duas formas, logicamente equivalentes, de expressar um trilema: como uma escolha entre três opções desfavoráveis, das quais alguma tem de ser aceita, ou como uma escolha entre três opções favoráveis, das quais apenas duas podem ser conciliadas simultaneamente.

O termo é uma extensão de dilema, palavra muito mais antiga que denota uma escolha entre duas alternativas difíceis ou desfavoráveis.

O mais antigo uso registrado do termo vem do pregador britânico Philip Henry em 1672, seguido, aparentemente de forma independente, pelo pregador Isaac Watts em 1725.[1]


O Trilema de Münchhausen editar

 Ver artigo principal: Trilema de Münchhausen

Em teoria do conhecimento o Trilema de Münchhausen é um termo filosófico criado para ressaltar a impossibilidade de se provar qualquer verdade segura mesmo nos campos da lógica e da matemática. Seu nome refere-se a uma antiga demonstração lógica do filósofo alemão Hans Albert.

Esta demonstração consiste do seguinte: Das únicas três possíveis tentativas de obter uma justificativa segura, todas falham:

  1. Todas as justificativas em busca de conhecimento seguro também tem de justificar os meios de sua própria justificativa, caindo portanto em regressão infinita.
  2. Pode-se recorrer à auto-evidência, ou ao bom senso, ou aos princípios fundamentais do discurso ex cathedra ou a qualquer outra evidência, mas ao fazê-lo abandona-se o objetivo de encontrar justificativas seguras.
  3. O terceiro ramo do trilema é a aplicação de um argumento circular, e portanto inválido.


O Trilema de Žižek editar

O “Trilema de Žižek” é um formulado humorístico sobre a incompatibilidade de certas virtudes pessoais sob uma estrutura ideológica restritiva. Atribuído ao filósofo Slavoj Žižek, embora o mesmo o cite tendo autoria anônima:

Não podemos aqui deixar de lembrar uma espirituosa fórmula para a vida sob um regime comunista rígido: das três características - honestidade pessoal, apoio sincero ao regime e inteligência - era possível combinar apenas duas, nunca todas as três. Quando se era honesto e participativo, não se era muito brilhante; quando se era brilhante e participativo, não se era honesto; se alguém era honesto e brilhante, não era participativo.[2]

Referências editar

  1. Allan A. Metcalf, Predicting New Words: The Secrets of Their Success, Houghton Mifflin Reference, 2004, págs. 106-107.
  2. Slavoj Žižek "The Dreams of Others" In These Times, May 18, 2007