Tritão-marmoreado-pigmeu

espécie de anfíbio

O tritão-marmoreado-pigmeu ou tritão-pigmeu (Triturus pygmaeus) é uma espécie de anfíbio caudado pertencente à família Salamandridae.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTritão-marmoreado-pigmeu

Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Triturus
Espécie: T. pygmaeus
Nome binomial
Triturus pygmaeus
(Wolterstorff, 1905)
Distribuição geográfica
Tritão-marmoreado-pigmeu
Tritão-marmoreado-pigmeu

Em 2001 foi proposta a sua elevação a espécie, tendo anteriormente sido considerado uma subespécie de tritão-marmoreado.[2]

Em 2023, foi proposto que as populações a sul do Rio Guadalquivir fossem consideradas uma subespécie, T. pygmaeus pygmaeus, enquanto que as populações a norte seriam de uma nova subespécie, T. p. lusitanicus.[3] Poderão, após reanálise genética, ser elevadas a duas espécies distintas.[3] Em 2024, foi proposta a elevação a espécie de populações a norte do Rio Tejo entre Lisboa e Aveiro, como T.rudolfi.[4]

Descrição editar

O comprimento das fêmeas atinge os 14 cm em áreas da Espanha central, no entanto no sul não passa os 10,5 cm. O seu dorso é de um verde mais ou menos vivo, dependendo da região. O ventre é branco-rosado com pintas negras e brancas.[5] Tem a cabeça achatada e focinho arredondado. A pupila é circular e preta e a íris é dourada. A pele é algo rugosa no dorso, mas lisa no ventre. O dorso das fêmeas e juvenis está dividido ao meio por uma linha alaranjada. Nos machos, e durante a época de reprodução, desenvolve-se uma crista ao longo da coluna vertebral desde a cabeça à cauda, que apresentam riscas verticais escuras e amareladas alternadamente. A cauda dos machos é mais abobadada e apresenta uma risca branca ou prateada na região central. A cloaca difere entre os sexos, sendo menos avultada e alaranjada nas fêmeas e maior e mais escura nos machos. Os ovos são amarelados e estão rodeados de uma substância gelatinosa. Podem ser observados à transparência na barriga das fêmeas grávidas, antes de serem depositados individualmente em folhas de vegetação aquática.[6]

Distribuição e habitat editar

Ocorre em Portugal e em Espanha, aproximadamente a sul do Rio Tejo. Em Portugal, ocorre ainda ao longo da costa desde Aveiro. A sua área de distribuição vai desde o nível do mar até aos 1450 m.

Os seus habitats naturais são: florestas temperadas, matagais mediterrânicos, rios, rios intermitentes, marismas de água doce, marismas intermitentes de água doce, terras aráveis, pastagens, jardins rurais, áreas de armazenamento de água, lagoas, escavações a céu aberto, terras irrigadas, canais e valas.

O tritão-marmoreado-pigmeu é comum em terrenos ricos em substrato silicioso. As populações presentes em solos calcários têm sofrido um declínio considerável.

Conservação editar

 
Tritão-pigmeu a sair da água

O seu estado de conservação é considerado quase ameaçado devido ao declínio observado nesta espécie, que é significativo, mas não preocupante principalmente devido à perda de habitat, decorrente da desertificação do sul da Península Ibérica.[1] A desertificação provoca a dessicação de charcos temporários, essenciais como locais de reprodução destes tritões.

Outras causas para o declínio incluem a predação por espécie exóticas depeixes (como Gambusia holbrooki) e lagostim (Procambarus clarkii).

O aumento da urbanização nos arredores de Madrid, também provocou várias extinções locais.[1]

Ver também editar

Referências

  1. a b c Jan Willem Arntzen, Pedro Beja, Jaime Bosch, Miguel Tejedo, Miguel Lizana, Robert Jehle, Iñigo Martínez-Solano, Alfredo Salvador, Mario García-París, Ernesto Recuero Gil, Rafael Marquez, Paulo Sá-Sousa, Carmen Diaz Paniagua (2008). Triturus pygmaeus (em inglês). IUCN 2008. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2008. Página visitada em 12 de Junho de 2009.
  2. García-París, M., B. Arano, and P. Herrero. 2001. Molecular Characterization of the contact zone between Triturus pygmaeus and T. marmoratus (Caudata: Salamandridae) in Central Spain and their taxonomic assessment. Revista Española de Herpetología 15:115-126.
  3. a b Arntzen, Jan W. (20 de novembro de 2023). «Morphological and genetic diversification of Old-World marbled newts, with the description of a new and 'not-at-all-cryptic' subspecies from the Iberian Peninsula (Triturus, Salamandridae)». Contributions to Zoology (aop): 1–26. ISSN 1875-9866. doi:10.1163/18759866-bja10055. Consultado em 20 de março de 2024 
  4. Arntzen, Jan W. (8 de março de 2024). «Morphological and genetic diversification of pygmy and marbled newts, with the description of a new species from the wider Lisbon Peninsula (Triturus, Salamandridae)». Contributions to Zoology (aop): 1–23. ISSN 1875-9866. doi:10.1163/18759866-bja10057. Consultado em 20 de março de 2024 
  5. «AmphibiaWeb - Triturus pygmaeus». Consultado em 19 de setembro de 2013 
  6. «Tritón pigmeo - Triturus pygmaeus». Consultado em 21 de setembro de 2013 

Bibliografia editar

  • Arntzen, J.W., Beja, P., Bosch, J., Tejedo, M., Lizana, M., Jehle, R., Martínez-Solano, I., Salvador, A., García-París, M. & Gil, E.R. 2004. Triturus pygmaeus. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 13 de setembro de 2008.


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