Varre-Sai

município brasileiro do estado do Rio de Janeiro


Varre-Sai é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, localizado na Região Imediata de Itaperuna, que integra a Região Intermediária de Campos dos Goytacazes.

Varre-Sai
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Varre-Sai
Bandeira
Brasão de armas de Varre-Sai
Brasão de armas
Hino
Gentílico varresaiense[1]
Localização
Localização de Varre-Sai no Rio de Janeiro
Localização de Varre-Sai no Rio de Janeiro
Localização de Varre-Sai no Rio de Janeiro
Varre-Sai está localizado em: Brasil
Varre-Sai
Localização de Varre-Sai no Brasil
Mapa
Mapa de Varre-Sai
Coordenadas 20° 55' 51" S 41° 52' 08" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Porciúncula e Guaçuí (ES)
Distância até a capital 363 km
História
Emancipação 12 de janeiro de 1991 (33 anos)
Administração
Prefeito(a) Silvestre José Gorini (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 201,938 km²
População total (estimativa IBGE/2021[2]) 11 208 hab.
Densidade 55,5 hab./km²
Clima Tropical de Altitude (Cwa)
Altitude 600 a 1.100 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2005 [3]) 0,728 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 82 564,031 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 9 418,67

É o município do estado mais distante da capital Rio de Janeiro. Quarta sede de município mais elevada do estado, Varre-Sai, por seu clima frio e altitude elevada, se destaca como maior produtor de café do estado, sendo inclusive reconhecido pela ALERJ como Capital Estadual do Café. Também se destaca por ser a maior colônia de descendentes de italianos do estado (compõe mais de setenta por cento da população do município).

Além da produção cafeeira, outro importante segmento da economia que vem crescendo é o turismo, integrante dos "Circuitos das Águas" (juntamente com Itaperuna, Porciúncula, Natividade e Raposo) e também como importante rota de acesso ao Parque Nacional do Caparaó. Sua maior atração é o Festival do Vinho e a Festa da Colônia Italiana, seguidos pelas festas de Abril e Cruz da Ana. Outro ponto que vem se destacando é o turismo rural (fazendas de café e suas lavouras, hotéis-fazenda, artesanatos, queijos, vinhos e licores) e o turismo de aventura, que inclui o voo de parapente, tendo participantes de outros países, como a Alemanha em 2009, além da prática de motocross e de passeios nas cachoeiras, matas e montanhas.

História editar

Os primeiros habitantes conhecidos da região do atual município de Varre-Sai foram os índios puris, e goitacases. Estes índios impediram a ocupação da região pelos portugueses, que, nela, criaram a Capitania de São Tomé no século XVI. A região só começou a ser ocupada por não índios por volta de 1830, com a chegada de José de Lannes Dantas Brandão, procedente de Minas Gerais.[5]

A origem do nome "Varre-Sai" remonta a meados do século XIX: onde fica a atual sede do município, existia um rancho que era cuidado por uma velha senhora chamada dona Inácia. Este rancho era ponto de parada dos rancheiros que vinham das Minas Gerais para vender seus produtos no Espírito Santo. A condição para que eles pernoitassem era que os tropeiros, após dormirem, limpassem o estábulo onde ficavam os cavalos e burros. Daí, o rancho foi ganhando popularidade, passando a ser conhecido como "Rancho Varre-Sahe". Algum tempo depois, o proprietário das terras doou um pedaço de terra para a construção da atual Igreja Matriz São Sebastião.

No seu entorno, começou a nascer uma vila que viria a se tornar o atual município. Já no final do século XIX e início do século XX, com auge da economia cafeeira no Brasil, começaram a chegar os imigrantes, principalmente italianos, que se estabeleceram para trabalhar nas lavouras de café. Como não existiam uvas na região, os italianos passaram a produzir o vinho de jabuticaba,[6] que atualmente é típico do município.[6]

Na condição de distrito, Varre-Sai ficou politicamente subordinado à sede, que era o município de Natividade, embora deste fosse bem diferente em aspectos culturais, geográficos e econômicos. A tão almejada emancipação veio no ano de 1990 com o plebiscito em 25 de novembro (feriado na cidade), no ano de 1991 foi assinado pelo então Governador Moreira Franco a Lei de Emancipação com a criação do atual município de Varre-Sai.

Geografia editar

Com uma população estimada de 10 207 habitantes em 2022, e área de 201,9 quilômetros quadrados, a densidade demográfica de Varre-Sai é de 50,55 habitantes por quilômetro quadrado.[5] É o município fluminense mais distante da capital Rio de Janeiro, localizado a 363 km do centro desta – distância comparável à existente entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo (430 km). Situa-se mais próximo da capital do estado do Espírito Santo (Vitória). Varre-Sai faz divisa com os municípios de Natividade, Porciúncula, Bom Jesus do Itabapoana e Guaçuí, este já no estado do Espírito Santo, e próximo da divisa com Minas Gerais.

Quarta sede de município mais elevada do estado do Rio de Janeiro, com 700 metros de altitude média, seu relevo varia de ondulado a montanhoso. Situa-se na Serra da Sapucaia, um prolongamento da Serra do Caparaó. Varia de altitudes entre 600 a 1 100 metros. Embora seu relevo seja relativamente baixo se comparado a outras regiões do Brasil, quando comparado com as regiões Norte e Noroeste do estado, Varre-Sai apresenta características únicas. É conhecido como a "Petrópolis do Noroeste" por sua altitude e clima bem parecidos a Petrópolis.

Outra característica marcante sua é que, diferente de seus vizinhos, a cidade, no perímetro urbano, não é cortado por um rio e sim um pequeno valão denominado Ribeirão Santa Cruz, embora faça parte da bacia hidrográfica do Rio Itabapoana, através do Rio da Prata, que inclusive dá nome à localidade de Santa Rita do Prata. Este rio, devido ao seu curso acidentado, é muito utilizado para produção de energia elétrica.

Sua composição étnica é formada principalmente por descendentes de italianos (setenta por cento da população), portugueses, sírio-libaneses, negros, e índios.[carece de fontes?] Embora a maior parte de sua população viva na área urbana, cerca de 40 por cento da população vive na zona rural. Sua população, em sua imensa maioria, professa a religião católica, novamente contrariando uma característica do Estado do Rio de Janeiro, que é considerado um dos estados menos católicos do país. Os não católicos professam religiões protestantes, espíritas, ou não têm religião.

Economia editar

 
Vinho de jabuticaba, típico de Varre-Sai e produzido desde fins do século XIX, por italianos e descendentes.[6][7]

Possui 4 bancos, sendo que o Banco do Brasil é o maior deles, responsável por mais de 90% do crédito agrícola local.

A principal atividade econômica é a cafeicultura, responsável por um terço do produto interno bruto do município. Abragendo cerca de 38,4 por cento do parque cafeeiro do Estado do Rio de Janeiro, Varre-Sai se destaca como o maior produtor estadual de café, produzindo algo próximo a duzentas mil sacas de café, tipo arábica, por ano.

A pecuária também é importante fonte econômica. Destaca-se ainda a vocação do município para o turismo rural e ecoturismo, com seus produtos artesanais, como vinho de jabuticaba,[8] queijo, doces, licores, cachaça (produto que já foi exportado para outros países) e artigos em geral.

Filho ilustre editar

Varre-Sai é a cidade natal do violonista Baden Powell de Aquino, um dos principais nomes da música brasileira.

Turismo editar

  • Janeiro: Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade e Festa de Aniversário do município
  • Abril: Festa da Cidade, em homenagem à banda Lira de Santa Cecília. Esta festa atrai milhares de visitantes de municípios vizinhos, com seus shows, atrações de motocross e voo livre.
  • Março/Abril: Semana Santa, mostra da grande religiosidade do povo.
  • Maio: Festa do Divino, por ocasião de Pentecostes. Festa com grande participação popular, e Bênção de tratores. É promovida pela Paróquia Nossa Senhora das Graças.
  • Julho: Festival do Vinho e desfile da colônia italiana. Uma das maiores e mais importantes festas do interior do estado, o Festival do Vinho resgata as origens da colônia italiana, regada a muito vinho de jabuticaba, atrações, frio e com público de vários cantos do Brasil.
  • Agosto: Ocorrem aos 10 de agosto os Festejos de Santa Filomena com cerimônias religiosas, passeios ciclísticos e procissão de motocicletas.
  • Setembro: Festa do Dia do Evangélico; com os tradicionais e grandes festejos que embalam o último sábado de setembro. É realizado no Centro da cidade.
  • Outubro: Festa de Nossa Senhora Aparecida com tradicional Cavalgada.
  • Novembro: Em 25 de novembro comemora-se a emancipação político administrativa da cidade - Festa de Nossa Senhora das Graças.

Além das festas, Varre-Sai detém um imenso potencial turístico para o turismo rural e o turismo de aventura. Dispõe de Pousadas rurais com chalés, restaurante, cavalgada e rampa para asa delta. No município, existem cachoeiras, matas e grutas que favorecem a prática de esportes. No 3M, morro sagrado para os praticantes de parapente, existe um desnível com a vizinha Bom Jesus do Querendo-Natividade de mais de 600 metros.

Há, também, passeios aos pontos mais elevados do município, como o Morro da Malacacheta, a apenas 3 km do centro da cidade, com seus 1 020 metros de altitude (embora o ponto culminante encontre-se na comunidade da Jacutinga, com aproximadamente 1 100 metros, este pertencente à Paróquia de Nossa Senhora das Graças, chamado Alto do Santo Cristo, um dos locais mais visitados hoje em dia devido à bela visão de todo o redor que proporciona (local de afluência de devotos e esportistas). Existem, no município, pelo menos 8 pontos que superam os mil metros de altitude; 10 que superam os novecentos, com destaque para o Morro do Pirozzi, com 970 metros; e inúmeros pontos que superam os oitocentos de altitude, com destaque para o morro da Torre, com 890 metros e o Morro do Calvário, com 840 metros.

As fazendas do ciclo do café, algumas centenárias, conservam toda sua imponência da época aúrea do café. Já na cidade, destacam-se as adegas de vinho de jabuticaba, com seu processo artesanal, seus bares e botecos, suas praças e a arquitetura das igrejas e das casas do Centro, algumas centenárias e das mais conservadas do Noroeste Fluminense. Além do Vilagge Club de Varre-Sai.

Referências

  1. [1]
  2. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2021). «Varre-Sai». Consultado em 19 de agosto de 2022 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. a b Guia de cachoeiras.com.br. Disponível em http://www.guiadecachoeiras.com.br/conteudo_cidades.php?cidade=VARRE%20SAI&cod_cidade=141&cod_tipo=2. Acesso em 12 de janeiro de 2013.
  6. a b c Motta, Débora (18 de abril de 2019). «Vinho artesanal de jabuticaba: uma alternativa para o desenvolvimento do Noroeste Fluminense». FAPERJ. Consultado em 24 de junho de 2023 
  7. «Estudos Socioeconômicos. Municípios do Estado do Rio de Janeiro: Varre-Sai.». TCE-RJ. 2018. Consultado em 24 de junho de 2023 
  8. Bom Dia Rio. Disponível em http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-rio/v/varre-sai-produz-vinho-de-jabuticaba/2060803/. Acesso em 12 de janeiro de 2013.

Ligações externas editar

 
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