Vitória de Samotrácia

A Vitória de Samotrácia, também conhecida como Nice de Samotrácia, é uma escultura que representa a deusa grega Nice[1] (em grego Νίκη, Níkē ou Niké – "Vitória"), cujos pedaços foram descobertos em 1863 nas ruínas do Santuário dos grandes deuses de Samotrácia. Em grego, o seu nome é Níkē tes Samothrakes (Νίκη της Σαμοθράκη). Fazia parte de uma fonte, com a forma de proa de embarcação, em pedra calcária, doada ao santuário provavelmente pela cidade de Rodes. Ocupa lugar de destaque numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris.

Vitória de Samotrácia
Νίκη της Σαμοθράκης'
Vitória de Samotrácia
Autor Desconhecido
Data século II a.C.
Gênero período helenístico
Técnica Mármore de Paros
Dimensões 245 centímetro
Localização Room 703

História editar

Produzida por algum escultor desconhecido, provavelmente rodiano, acredita-se que a estátua foi confeccionada entre 220 e 190 a.C.. Quando sua descoberta em 1863, acreditou-se que seu patrocinador teria sido o general e rei Demétrio I da Macedónia, chamado Poliórcetes, após sua vitória em Chipre entre 295 e 289 a.C., mas evidências encontradas em novas escavações mostram que o pedestal foi erguido provavelmente perto do ano 200 a.C. e provavelmente para comemorar uma vitória naval em Rhodes. As semelhanças com figuras e drapeados da vestimenta de esculturas do Altar de Pérgamo (c.170 a.C.) são grandes.

 
A Escadaria Darú, no Louvre, palco da estátua

A Vitória foi descoberta pelo consul e arqueologista amador francês Charles Champoiseau em abril de 1863, que a enviou para Paris no mesmo ano. Em novas escavações, alguns anos depois, descobriu a proa da embarcação que hoje sustenta a estátua na Escadaria Darú.[2] Em 1948 foi descoberta a mão elevada em saudação, que encaixou em um outro fragmento de dedo existente em Viena, estabeleceu a moderna reconstrução, que repousa no Louvre.

Influência editar

Apesar dos danos significativos e de estar incompleta, é considerada uma das grandes sobreviventes do período helenístico. Obra de leveza da escultura grega, apesar de sua estrutura maciça, apresenta-se deslizando suavemente, cortando o vento. Mostra mestria na forma e no movimento, que impressionou críticos e artistas desde sua descoberta. É particularmente admirada por seu naturalismo e pela fina realização dos drapeados. É considerado um dos grandes tesouros do Louvre.

É também um ícone cultural, explorado por outros artistas em vários contextos. Em seu icônico Manifesto Futurista (1908), por exemplo, Marinetti escreve: "Nós afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu com uma nova beleza, a beleza da velocidade. Um carro de corrida com seu capô decorado com grossos tubos parecidos a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é maisbelo que a Vitória de Samotrácia."[3]

Restauro editar

Em 2013-2014 a obra passou por um profundo restauro, no valor de 4 milhões de euros[4]

Ver também editar

Referências

  1. MACHADO, José Pedro. Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa.
  2. A monumental escadaria, projetada por Hector Lefuel para o Museu Napoleão foi construida entre 1855 e 1857 no Pavilhão Darú, assim chamado por causa de um ministro de Napoleão III. Ao final do Segundo Império permanecia incompleta, o que só aconteceu em 1883 com a exposição da Vitória de Samotrácia
  3. author., Marinetti, F. T., 1876-1944,. Fondazione e manifesto del futurismo : (Pubblicato dal <<Figaro>> di Parigi il 20 febbraio 1909). [S.l.: s.n.] OCLC 30827986 
  4. publico.pt (10 de julho de 2014). «Mais limpa e mais completa, a Vitória de Samotrácia volta a estar exposta no Louvre». 10-7-2014. Consultado em 10 de julho de 2014 

Bibliografia editar

  • Francis Haskell e Nicholas Penny, 1981. Taste and the Antique; the Lure of Classical Sculpture 1500-1900 (Yale University Press).

Ligações externas editar

 
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