Vitela, chamado por vezes também de vitelo, é o termo para a carne de bezerros. Os filhotes machos de raças leiteiras são aproveitados para a produção deste tipo de carne.[1][2]

Refere-se também a um novilho que tem menos de um ano, ou sua carne.[3]

Tipos de carne editar

Existem 2 tipos de carne: a branca e a rosada. No caso de produção de carne branca o objetivo deste sistema é obter bezerros com 115 a 200 kg de peso vivo (70 a 125 kg de carcaça), com aproximadamente, 3 a 4,5 meses de idade. Para tanto os bezerros precisam ganhar, em média, mais de 900 g/cabeça/dia, com boa conversão alimentar.

A carne rosada é produzida com bezerros de 5 a 6 meses de idade, com um peso vivo de 225 a 250 kg ou 135–150 kg de carcaça. Para atingir este peso os animais precisam ganhar, em média, 1,2 kg por dia, com boa conversão alimentar.

Produção da carne branca editar

O sistema de carne consiste em alojar os animais em baias individuais, e alimentá-los exclusivamente com uma dieta líquida - privando-os de qualquer outro alimento - preferencialmente um substituto artificial do leite, que deve ser deficiente em ferro. Na Países Baixos e na Bélgica o sistema inicia com consumo de 125 a 200 g do substituto industrial do leite para 1 a 2,5 litros de água e finaliza com 1400 a 1500 g/dia de substituto para 8,5 a 9 litros de água.

Produção de carne rosada editar

O sistema de alimentação é baseado no uso de substituto do leite durante as primeiras semanas de vida do bezerro, fazendo-se o desaleitamento o mais rápido possível, utilizando-se então, ração concentrada fornecida à vontade, e pequenas quantidades de forragem.

Controvérsias editar

Os bezerros são colocados em baias com espaço insuficiente para o exercício das funções mais básicas, como se virar ou andar e sem exposição ao sol.[1]

Segundo pesquisadores como Tom Regan, a madeira é utilizada nas baias para impedir que o animal absorva ferro lambendo a baia, mantendo assim a coloração clara da carne.[2]

Diversos grupos de direitos animais têm agido contra a produção de carne de vitela no mundo, argumentando que esta é produzida de forma essencialmente cruel.[4][5][6][7]

Em 2011, após ser flagrado (e, posteriormente, absolvido) pela Real Federación Española de Ciclismo em exame antidoping, o ciclista espanhol Alberto Contador chegou a alegar "nunca mais como vitela", por questões de procedência de carne.[8] O exame foi positivo para Clenbuterol,[9] substância utilizada para, entre outros usos, engordar gado.

Referências

  1. a b Maria de Lourdes Pereira Dias (abril 2008). «Carne de vitela». Vista-se.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2014 
  2. a b Carl Cohen, Tom Regan (2001). «The animals right debate» (em inglês). Google Livros. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  3. MICHAELIS, Dicionário de Português Michaelis UOL (1998–2007). Walter Weiszflog, ed. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Versão online ed. [S.l.: s.n.] ISBN 85-06-02759-4. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  4. Nina Rosa (2001). «Comer carne, uma forma de violência?». Instituto Nina Rosa. Consultado em 18 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 18 de agosto de 2016 
  5. Farm Sanctuary. «The Welfare of Calves in Veal Production: A Summary of the Scientific Evidence» (em inglês). www.NoVeal.org. Consultado em 18 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 14 de abril de 2012 
  6. PETA. «Veal: A Byproduct of the Cruel Dairy Industry» (em inglês). PETA.org. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  7. APASFA. «Parar de comer carne muda a realidade dos animais criados para alimentação?». Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis. Consultado em 18 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 18 de agosto de 2016 
  8. Ana Ponte (15 de fevereiro de 2011). «Contador: "Nunca mais como vitela"». Eurosport. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  9. Lancepress! (15 de fevereiro de 2011). «Alberto Contador não será punido por doping». Lance!Net. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 [ligação inativa]