Vittoria Accoramboni

Vittoria Accoramboni (Gubbio, 15 de fevereiro de 1557 – Pádua, 22 de dezembro de 1585) foi uma nobre italiana, famosa por sua grande beleza e realizações e pelas circunstâncias que envolveram sua morte, uma história que mais tarde serviu de base para uma peça de teatro e um romance.

Vittoria Accoramboni
Vittoria Accoramboni
Vittoria Accoramboni por Scipione Pulzone, século XVI. Coleção do Peterhof.
Nascimento 15 de fevereiro de 1557
Gubbio
Morte 22 de dezembro de 1585
Pádua
Cônjuge Paolo Giordano, I Orsini, Francesco Peretti di Montalto
Ocupação feudatário
Título Nobile

Biografia editar

Vittoria nasceu em Gubbio, a décima criança de uma família pertencente à pequena nobreza de Gubbio, que migrou para Roma, com vista a melhorar sua fortuna. Depois de recusar várias propostas de casamento para Vittoria, seu pai prometeu-a a Francesco Peretti, um homem sem título de nobreza, porém, um sobrinho do cardeal Montalto, considerado como susceptível a se tornar papa.

Vittoria era admirada e venerada por todos os homens mais inteligentes e brilhantes de Roma, e como gostava de luxo e extravagância, embora fosse pobre, ela e o marido logo mergulharam em dívidas. Entre os seus mais fervorosos admiradores estava Paulo Giordano I Orsini, duque de Bracciano, um dos homens mais poderosos de Roma. O irmão de Vittoria, Marcello, desejando torná-la esposa do duque, assassinou Peretti (1581). O próprio duque era suspeito de cumplicidade, uma vez que era suspeito de ter assassinado sua primeira esposa, Isabel de Médici. Agora que Vittoria estava livre, o duque fez-lhe o pedido de casamento, o qual foi aceito de bom grado, e se casaram pouco depois.

Mas sua sorte despertou muita inveja, e foram feitas tentativas para anular o casamento; Vittoria chegou até a ser presa, e só libertada graças à intervenção do cardeal Carlos Borromeu. Com a morte do Papa Gregório XIII, o cardeal Montalto, tio do primeiro marido de Vittoria, foi eleito em seu lugar como Sisto V (1585), que jurou vingança contra o duque de Bracciano e Vittoria. Avisados a tempo, fugiram, primeiramente para Veneza e daí para Salò, no território veneziano. Em Salò, o duque morreu em novembro de 1585, deixando à viúva todos os seus bens pessoais. O ducado de Bracciano passou para seu filho com sua primeira esposa.

Vittoria, amargurada, passou a viver reclusa em Pádua, onde foi seguida por Lodovico Orsini, um parente de seu falecido marido e funcionário da República de Veneza, que queria organizar de forma amigável a divisão de seus bens. Mas após uma discussão que surgiu neste contexto, Lodovico contratou um grupo de bandidos que assassinaram Vittoria no final de 1585. Ele próprio e quase todos os seus cúmplices foram posteriormente condenados à morte por ordem da República.

Cultura popular editar

Sua história serviu de base para o drama de John Webster, The White Devil, ou A Tragédia de Paolo Giordano Ursini, Duque de Brachiano (1612); para o romance de Stendhal, Vittoria Accoramboni (1837-1839); para o romance de Ludwig Tieck, Vittoria Accoramboni (1840) e para o romance de Robert Merle, l'Idole (1987), publicado na versão inglesa como Vittoria.

Referências