A xana é um ser da mitologia asturiana e leonesa, identificada com as jãs do folclore galego e português.[1] É uma espécie de fada ou ninfa, dotada de uma beleza extraordinária que vive nos rios, nas fontes, nas cascatas e nos bosques que têm cursos de água cristalina.

Xana (Lamia, John William Waterhouse, 1909)

É habitual aparecerem na noite de São João (24 de Junho).

Desconhece-se a origem da palavra "xana", contudo pensa-se que deriva do nome latino da deusa Diana.

Actualmente, nas escolas asturianas, durante a Primavera, são feitos concursos para eleger a Xana e Xanina de cada escola.

Características editar

As xanas prometem tesouros e podem ser desencantadas. Algumas atacam as pessoas e roubam a sua comida.[2]

Podem ser representadas de duas maneiras: ora como uma jovem bela loira, de túnicas brancas de tecido leve; ora como seres pequenos, escuros e magros. Enquanto que a primeira imagem é associada às xanas que possuem um tesouro ou estão sobre um feitiço; as segundas são as que assaltam casas e roubam crianças.[2]

Xaninos editar

As xanas têm crianças chamadas xaninos (singular: xanín), mas devido a não terem como os amamentar costumam trocar os seus bébés por um bébé humano que esteja no berço. A mãe humana descobre a troca passado poucos meses com o crescimento da criança. De modo a desmascarar o xanín, devem se colocar várias panelas e cascas de ovo perto do lume, e, se a criança for mesmo um ser mitológico, exclamará, "Eu nasci há cem anos, e desde então nunca vi tantas cascas de ovo perto de fogo!"

Folclore envolvendo as xanas editar

As histórias sobre as xanas podem ser dividas em quatro categorias. Em primeiro, as histórias em que a xana tem uma criança e a troca pela de uma outra mulher. Em segundo, histórias em que as xanas foram enfeitiçadas. Nessas deve ocorrer um ato de acordo com uma norma secreta pré-estabelecida, de modo a que sejam desencantadas. As terceiras envolvem possessão de tesouros e riquezas. A xana pode ter adquirido estas riquezas acidentalmente, ou através de doação ou roubo; apesar de na maioria das vezes o humano falhar na missão de conquistar os tesouros, por vezes consegue suceder. Por último, as histórias em que a xana é maliciosa. As histórias mais importantes desta última categoria são aquelas em que a xana entra numa casa através da fechadura; as em que a xana rapta e encanta alguém; aquelas em que a xana se transforma num animal; e aquelas em que possui um cinto mágico.[2]

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Referências editar

  1. «Definição de 'jana' no Dicionário Estraviz». www.estraviz.org. Consultado em 5 de dezembro de 2016 
  2. a b c Sánchez Vicente, Cañedo Valle, Xuan Xosé, Xesús (2003). El gran libro de la mitología asturiana. [S.l.]: Ediciones Trabe. p. 28, 37-45