Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt

antiga estação ferroviária em Nazaré, Bahia

Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt é uma estação férrea fundada no ano de 1880, localizada no município de Nazaré, no interior do estado da Bahia.[1][2] Foi construída com o intuito de integrar as cidades do recôncavo baiano e melhorar a logística da região baiana.[3]

Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt
Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt

Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt em 2019.
Tipo
Inauguração 1880
Proprietário inicial Alexandre Bittencourt, João Luiz Pires Lopes
Função inicial estação ferroviária
Proprietário atual Prefeitura Municipal de Nazaré
Função atual centro cultural
Património nacional
Classificação Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
Geografia
País  Brasil
Cidade Nazaré, BA
Rua Barão Homem de Melo
Coordenadas 13° 02' S 39° 0' 41" O

História editar

Ao final do século XVIII e início do século XIX, o município de Nazaré apresentava uma tendência de crescimento e desenvolvimento econômico ganhando destaque nessa região da Bahia.[4][5] Percebendo o nítido crescimento do município autoridades locais do estado como o Presidente da província da Bahia, Francisco Gonçalves Martins, em 1849, já esboçava a vontade de possuir uma linha férrea no local visando melhorar a logística da região e a integração do interior da Bahia com a capital de Salvador, já mais moderna que o restante do estado.[1][6] Os bons resultados da agronomia dos municípios vizinhos a Nazaré como Santo Antônio de Jesus, Amargosa, São Miguel e Areia, influenciavam na balança comercial de Nazaré e aumentavam a necessidade de maior integração férrea no estado.[1]

Em 1871, já esboçava-se o crescimento da linha férrea na região com a fundação da Tram Road de Nazareth, conhecida como Estrada de Ferro de Nazaré, fundada por Alexandre Bittencourt e João Luiz Pires Lopes, que vinculava a Câmara Municipal da cidade com a linha férrea garantindo o uso fruto da linha férrea aos representantes municipais.[7][8][9] Na década seguinte, 1880, marcou-se a inauguração da Estação de Santo Antônio de Jesus, no quilometro 34, onde a estrada fica dividida em quatro secções: de Nazaré a Onha, de Onha a Taitinga ao Mutum a Santo Antônio de Jesus.[1] Essa linha permitiu maior integralização com o interior do estado.[3]

Com o declínio da ferrovia no Brasil, após políticas públicas visando atender ao setor automobilístico detrimento do setor ferroviário como no governo de Juscelino Kubitschek (PSD), a estação foi abandonada no ano de 1971.[1][10][11] Após o abandono do prédio, desde o ano de 1985, opera na estação o Centro Cultural e Artesanal de Nazaré, tendo sido adaptado pare receber o espaço.[1][12][13]

Tombamento editar

Dada sua importância para a indústria ferroviária baiana e a integralização do estado no século XIX, no ano de 1989, o prédio da estação passou pelo processo de tombamento histórico junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão estadual da Bahia que visa preservar e garantir a memória do estado da Bahia.[1][14]

 
Placa do Centro Cultural da cidade que funciona atualmente na estação.
 
Detalhes da Estação.

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g «Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 30 de julho de 2021 
  2. «Nazaré (BA) | Cidades e Estados | IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 30 de julho de 2021 
  3. a b Sacramento, Cledivaldo (2007). «Mundos do trabalho no Recôncavo Sul: cotidiano, trabalhadores, costumes, conflitos e solidariedades, 1879 – 1910.» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 30 de julho de 2021 
  4. Veiga, José Eli da (dezembro de 2001). «O Brasil rural ainda não encontrou seu eixo de desenvolvimento». Estudos Avançados (43): 101–119. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/s0103-40142001000300010. Consultado em 30 de julho de 2021 
  5. «A evolução da economia da Bahia do Século XVI ao século XX» (PDF). Consultado em 30 de julho de 2021 
  6. Santos, Mário. «Crescimento urbano e habitação em Salvador (1980-1940)». Universidade Federal da Bahia. Consultado em 30 de julho de 2021 
  7. Santos, Oscar. «Uma viagem histórica na Estrada de Ferro Nazaré-Jequié (Bahia): A morte do trem» (PDF). Universidade Estadual de Santa Cruz. Consultado em 30 de julho de 2021 
  8. Santos, Oscar Santana dos (3 de outubro de 2014). Uma Viagem histórica pelas Estradas da Esperança. [S.l.]: Buqui Livros Digitais 
  9. Giesbrecht, Ralph (30 de março de 2019). «Nazaré -- Estações Ferroviárias do Estado da Bahia». Estações Ferroviárias do Estado do Brasil. Consultado em 30 de julho de 2021 
  10. Brandão, Ramon (2011). «O automóvel no Brasil entre 1955 e 1961: a invenção de novos imaginários na era JK». Universidade Federal de Juiz de Fora. Consultado em 30 de julho de 2021 
  11. Pompeu, Bruno (2017). «O desenvolvimento da indústria automobilística sob a ótica do plano de metas do governo Juscelino Kubitschek (1956 – 1961)» (PDF). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 30 de julho de 2021 
  12. Santos, Jariane (2018). «Transformações na paisagem urbana do centro histórico de Nazaré-BA: o patrimônio como testemunho». VI Simpósio das Cidades médias e pequenas da Bahia (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia). Consultado em 30 de julho de 2021 
  13. «Nazaré da Farinha completou 165 anos de Emancipação Política». Gazzeta do Recôncavo. 10 de novembro de 2014. Consultado em 30 de julho de 2021 
  14. «Institucional». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 30 de julho de 2021