Estação Ferroviária da Cruz Quebrada
Cruz Quebrada ![]() | |
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Linha(s) | L.ª de Cascais (PK 9,793) R. Est. Nacional (PK 0,0) |
Coordenadas | 38° 41′ 59,58″ N, 9° 15′ 07,98″ O |
Concelho | Oeiras |
Serviços Ferroviários | Urbano Horários em tempo real |
Serviços | ![]() ![]() ![]() |
A Estação Ferroviária da Cruz Quebrada é uma estação da Linha de Cascais, que serve a localidade de Cruz Quebrada, e que é explorada pela rede de comboios suburbanos de Lisboa, em Portugal. Foi a estação de transbordo e término jusante nominal do Ramal do Estádio Nacional, enquanto este ramal funcionou.
ServiçosEditar
Transporte ferroviárioEditar
Urbanos de LisboaEditar
CP Urbanos de Lisboa | |
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Padrão de serviços de comboioEditar
Estação anterior | Comboios de Portugal | Estação seguinte | ||
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Algés Direção Cais do Sodré |
CP Lisboa Linha de cascais |
Caxias Direção Oeiras1 / Cascais |
1Excepto fins-de-semana e feriados
Transportes urbanosEditar
Vimeca / Lisboa TransportesEditar
- 102 Cruz Quebrada (Estação) ⇄ Estação Queluz/Belas
HistóriaEditar
Século XIXEditar
A estação de Cruz Quebrada faz parte do lanço entre Cascais e Pedrouços que foi inaugurado em 30 de Setembro de 1889 pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, desde logo utilizando via dupla.[1]
Um alvará de 15 de Outubro de 1891 autorizou o empresário Jaime Henrique Pereira Bramão a construir um um caminho de ferro no tipo americano entre a Cruz Quebrada e Carnaxide,[2] tendo a concessão sido prolongada até São José de Ribamar em 10 de Março de 1892.[3]
Décadas de 1910 e 1920Editar
Em 7 de Agosto de 1918, a Linha de Cascais foi subarrendada à Sociedade Estoril.[4] Esta empresa iniciou um programa de modernização da linha, que incluiu a instalação da tracção eléctrica, inaugurada em 15 de Agosto de 1926, e a remodelação de várias estações, incluindo a de Cruz Quebrada, que foi totalmente reconstruída.[5]
Esta estação é a segunda das quatro referidas por Fernando Pessoa no seu poema “Anti-Gazetilha” (Sol 1926.11.13; mais tarde incluída como “O Comboio Descendente” em numerosas antologias e musicada nos anos 1980 por Zé Mário Branco), que descreve um sinuoso e improvável «comboio descendente» que segue de «Queluz à Cruz Quebrada», «da Cruz Quebrada a Palmela», e «de Palmela a Portimão».[6][7]
Décadas de 1930 e 1940Editar
Em 1933, a Sociedade Estoril fez obras de reparação no edifício desta estação.[8]
Em 1 de Setembro de 1939, a Gazeta dos Caminhos de Ferro Noticiou que o Ministério das Obras Públicas iria publicar em breve um decreto sobre a alteração do traçado da Linha de Cascais no lanço entre Alcântara-Mar e Cruz Quebrada, devido às obras de construção da Estrada marginal entre Lisboa e Cascais.[9]
Em 1944, foi inaugurado o Ramal do Estádio Nacional, entre aquele complexo desportivo e a estação de Cruz Quebrada.[10]
Década de 1970Editar
Em 13 de Dezembro de 1976, terminou o contracto com a Sociedade Estoril para a exploração da Linha de Cascais, passando esta para a posse directa dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11]
Década de 1990Editar
Durante a Década de 1990, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses realizou várias obras de modernização na Linha de Cascais, no âmbito de um programa de requalificação das redes ferroviárias suburbanas de Lisboa, tendo sido construídas várias novas subestações de tracção eléctrica, incluindo uma na Cruz Quebrada.[12]
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ NONO, Carlos (1 de Outubro de 1950). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 63 (1507). p. 353-354. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ NONO, Carlos (1 de Março de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 61 (1469). p. 169-170. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ REIS et al, 2006:150
- ↑ «Sociedade "Estoril"» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1476). 16 de Junho de 1949. p. 423-425. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ Jerónimo Pizarro: “Sobre a primeira gazetilha de Álvaro de Campos” Pessoa Plural 1: 320-334. ISSN 2212-4179
- ↑ Alice Áurea Penteado Martha: “Fernando Pessoa e Cecília Meireles: o encontro entre poesia e criança” Espéculo : Revista de estudios literarios (Universidad Complutense de Madrid) 30
- ↑ «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal no ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ «A linha férrea de Cascais vai sofrer alterações entre Alcântara e a Cruz Quebrada» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1241). 1 de Setembro de 1939. p. 415. Consultado em 18 de Abril de 2017
- ↑ REIS et al, 2006:62
- ↑ MARTINS et al, 1996:279
- ↑ MARTINS et al, 1996:217
BibliografiaEditar
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; Gomes, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856 - 2006. Lisboa: CP - Comboios de Portugal e Público - Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Leitura recomendadaEditar
- CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4
- GOMES, Levy Nunes (2006). Cruz Quebrada - Dafundo: Património e Personalidades. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras - Gabinete de Comunicação. 171 páginas. ISBN 989-608-030-5
- NETO, Paula; VALENÇA, Costa (2013). Ao ritmo de Cruz Quebrada - Dafundo. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras. 73 páginas. ISBN 978-989-608-161-4
- SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas