Estação Ferroviária de Belém
A Estação Ferroviária de Belém, originalmente conhecida como Belem, é uma estação da Linha de Cascais, que serve a Freguesia de Santa Maria de Belém, no Concelho de Lisboa, em Portugal. É utilizada pela rede de comboios suburbanos de Lisboa.
Belém | ||||||||||||||
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Identificação:[1] | 69054 BEL (Belém) | |||||||||||||
Denominação: | Apeadeiro de Belém | |||||||||||||
Classificação: | A (apeadeiro)[2] | |||||||||||||
Coordenadas: | ||||||||||||||
38° 41′ 46,13″ N, 9° 11′ 52,93″ O | ||||||||||||||
Concelho: | ![]() | |||||||||||||
Linha(s): | L.ª de Cascais (PK 4,861) | |||||||||||||
Coroa: | L | |||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||
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Conexões: | 113 144 149 15E 201 714 727 728 729 751 ~T~ | |||||||||||||
Equipamentos: | ![]() ![]() ![]() | |||||||||||||
Website: |

DescriçãoEditar
Localização e acessosEditar
Esta interface situa-se na Avenida da Índia, em Lisboa.[3]
HistóriaEditar
AntecedentesEditar
Em 1854, o conde Claranges Lucotte assinou um contrato para uma linha férrea entre Lisboa e Sintra, que deveria começar nas proximidades do Forte de São Paulo e seguir pela marginal até Belém, indo depois para Sintra.[4] O contrato incluía desde logo a construção dos aterros e dos muros de cais entre São Paulo e Belém.[4] No entanto, este projecto foi abandonado, e a ideia de construir um caminho de ferro ao longo da orla costeira só ressurgiu em 1870, quando o engenheiro M. A. Thomé de Gamond propôs a construção de um grande porto marítimo em Lisboa, e de uma linha até Colares, que deveria passar por Belém.[4] Este projecto também não avançou, mas reapareceu em 1874 no âmbito do Plano Geral das Obras, que também preconizava a instalação de uma via férrea entre o Beato e a Torre de Belém.[4] Em 16 de Março de 1883, foi nomeada uma comissão para estudar o Plano, que incluía a linha férrea e duas estações principais em Lisboa.[4] Posteriormente, o projecto foi modificado, formando a génese para uma linha até Cascais, que seguia ao longo da marginal.[4] Entretanto, em 29 de Agosto de 1871, o Duque de Saldanha foi autorizado a construir uma linha no sistema Larmanjat, de Belém a Cascais,[5] projecto que não chegou a ser concretizado.[6]
Século XXEditar
Em 30 de Setembro de 1889, foi inaugurado o primeiro lanço da Linha de Cascais, de Pedrouços a Cascais, e em 6 de Dezembro de 1890 entrou ao serviço o troço entre Pedrouços e Alcântara-Mar, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[7] Em Junho de 1896, estava a ser instalada a via definitiva neste troço, que passaria a ser em linha dupla, e estava em construção uma estação nova para Belém, que ficaria noutro local, mas com o mesmo alinhamento em relação à praça.[8] A via dupla entrou ao serviço em 28 de Julho.[9] Nesse ano, também estava prevista a instalação de iluminação por bicos de incandescência em várias estações da Linha de Cascais, incluindo a de Belém.[10]
Em 1918, a exploração da Linha de Cascais foi subarrendada à Sociedade Estoril, com a condição de instalar a tracção eléctrica na linha.[11] O contrato de arrendamento terminaria em 1976.[12]
Em 1932, a Sociedade Estoril inaugurou um novo edifício de passageiros, para substituir um barracão temporário que tinha sido construído para esse fim,[13] e, no ano seguinte, foi construído um abrigo.[14] Em 1934, foi realizado o calcetamento das plataformas.[15]
Em 16 de Dezembro de 1939, foram concluídos os trabalhos de deslocação para Norte do traçado da Linha de Cascais entre Belém e Bom Sucesso, de forma a permitir a construção da estrada marginal entre Lisboa e Cascais.[16] O novo troço entre Belém e o Bom Sucesso entrou ao serviço em 24 de Dezembro.[17] Naquela altura, previa-se que o tramo seguinte a ser modificado seria o de Belém a Alcântara Mar.[16]
Em Janeiro de 1977, expirou o contracto com a Sociedade Estoril, pelo que a Linha de Cascais voltou a ser explorada pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses.[18]
Na Década de 1990, o Gabinete do Nó Ferroviário de Lisboa iniciou um projecto para a expansão e modernização da rede suburbana da capital, incluindo a Linha de Cascais, onde deveriam ser construídas novas subestações de tracção eléctrica, uma delas em Belém.[19]
Ver tambémEditar
- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Instrução de exploração técnica nº 2 : Índice dos textos regulamentares em vigor. IMTT, 2012.11.06
- ↑ «Belém». Comboios de Portugal. Consultado em 13 de Novembro de 2014
- ↑ a b c d e f MARTINS et al, 1996:29-31
- ↑ MARTINS et al, 1996:245
- ↑ COLAÇO et al, 1999:21
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 4 de Julho de 2015
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1163). 1 de Junho de 1936. p. 313. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1163). 1 de Junho de 1936. p. 313. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ NONO, Carlos (1 de Julho de 1950). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 63 (1501). p. 186-187. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ REIS et al, 2006:63
- ↑ REIS et al, 2006:117
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081). 1 de Janeiro de 1933. p. 10-14. Consultado em 8 de Junho de 2012
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 8 de Junho de 2012
- ↑ «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 1 de Fevereiro de 2013
- ↑ a b SABEL (16 de Dezembro de 1939). «Ecos & Comentários» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1248). p. 544. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ «Imprensa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1250). 16 de Janeiro de 1940. p. 55. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ MARTINS et al, 1996:64
- ↑ MARTINS et al, 1996:218
BibliografiaEditar
- COLAÇO, Branca; ARCHER, Maria (1999). Memórias da Linha de Cascais. Cascais: Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras. 370 páginas. ISBN 972-637-066-3
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel de; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X