Estação Ferroviária de Bombarral

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Bombarral é uma interface da Linha do Oeste, que serve o concelho de Bombarral, na sub-região Oeste, em Portugal.

Bombarral
Estação Ferroviária de Bombarral
Painel de azulejos na estação do Bombarral, alusivo à faina vitícola de grande importância local.
Identificação: 62703 BOM (Bombarral)[1]
Denominação: Estação de Bombarral
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: E (estação)[1]
Tipologia: C [3]
Linha(s): Linha do Oeste (PK 87+260)
Altitude: 30 m (a.n.m)
Coordenadas: 39°15′54.33″N × 9°9′13.15″W

(=+39.26509;−9.15365)

Mapa

(mais mapas: 39° 15′ 54,33″ N, 9° 09′ 13,15″ O; IGeoE)
Município: border link=BombarralBombarral
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Óbidos
C. Rainha
  IR   Outeiro
Lisboa S.Ap.
Paúl
C. Rainha
  R   Outeiro
T. Vedras
Paúl
Leiria
Fig. Foz
    Outeiro
Lisboa S.Ap.
Paúl
C. Rainha
    Outeiro
M.S.-Meleças

Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
125 264 542 546 637 764 788
Serviço de táxis
Serviço de táxis
BBR
Equipamentos: Bilheteira Telefones públicos Sala de espera Lavabos Lavabos adaptados
Endereço: Rua Júlio Tornelli, s/n
PT-2540-112 Bombarral
Website:
Plataforma e edifício de passageiros da estação do Bombarral, em 2022.
 Nota: Para a estação com nome semelhante, veja Estação Ferroviária de Bombel.

Descrição editar

 
A estação do Bombarral vista do exterior, em 2022.

Localização e acessos editar

Encontra-se junto à Rua Júlio Tornelli, na localidade de Bombarral.[4][5]

Infraestrutura editar

Em 2004, a estação do Bombarral dispunha de um serviço de informação ao público, e ostentava a classificação "E" (Estação) da Rede Ferroviária Nacional,[6] classificação que se mantinha em 2012.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Figueira da Foz).[8][9]

Esta interface apresenta duas vias de circulação, eletrificadas em toda a sua extensão, identificadas como I e I, ambas com 332 m de extensão e acessíveis por plataforma de 150 m de comprimento e 76 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 336 m que está apenas eletrificada num troço inicial de 30 m.[3]

Serviços editar

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido, entre Caldas da Rainha ou Coimbra-B ou Figueira da Foz e Lisboa - Santa Apolónia ou Mira Sintra - Meleças, incluindo um serviço de reforço no trajeto Torres-Caldas; estes serviços são maioritariamente de tipo regional, havendo uma circulação diária em cada sentido de tipo inter-regional (Lisboa-Caldas).[10]

História editar

 Ver artigo principal: Linha do Oeste § História
 
Torre de água na estação de Bombarral, em 2022.

Esta interface insere-se no troço entre Torres Vedras e Leiria da Linha do Oeste, que abriu à exploração a 1 de Agosto de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11]

Em 1880, durante a construção da Linha do Oeste, surgiu a ideia de construir um ramal do Carregado, na Linha do Norte, a Alenquer, que deveria ser posteriormente prolongado até à povoação do Bombarral, ligando desta forma as duas linhas.[12] O concelho de Alenquer tinha uma forte produção agrícola e industrial, que daria um rendimento certo ao ramal, prevendo-se que seria aumentado quando fosse eventualmente prolongado até ao Bombarral.[12] Este projecto foi depois várias vezes modificado, mas nunca chegou a ser construído.[12]

A estação protagonizou um episódio da Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910,[13] quando, a 3 de Outubro, os republicanos bombarralenses cortaram a linha férrea para impedir a passagem de eventuais reforços militares de apoio à monarquia.[13] A vitória do golpe em Lisboa foi festejada com entusiasmo na vila.[13][14]

Em 1913, existiam serviços de diligências ligando a gare do Bombarral às povoações de Sanguinhal, Cadaval, Chão de Sapo, Boiça e Pragança.[15]

Em 1933, a Junta Autónoma de Estradas realizou o concurso para a construção da E. A. 71-2 entre as localidades do Bombarral e Cadaval, com um ramal rodoviário até à estação ferroviária.[16] Em 1935, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses concluiu a construção de uma cobertura sobre o antigo cais descoberto da estação.[17]

 
PK 88+536: Início de um dos troços próximos da estação do Bombarral, (em foto de 2010) ripado em 2023.

Nos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, a estação do Bombarral foi alvo de remodelação a nível das plataformas e respetivo equipamento, prevendo-se também a substituição do sistema ATV — sinalização para atravessamento de via seguro (passando do PK 87+264 para o PK 87+249).[18] Previa-se a suprissão de duas passagens de nível rodoviárias a sul da estação (PK 86+018 e PK 86+496), e a construção de uma passagem superior pedonal contígua à estação (ao PK 87+383), em substituição de uma passagem de nível pedonal no mesmo local; previa-se que se mantivessem também as passagens rodoviárias inferior (ao PK 88+268) e superior (ao PK 89+257) próximas.[18] Nas proximidades da estação, a sul e a norte, duas curvas foram alvo de ripagem (PK 86+152 a PK 86+522 e PK 88+536 a PK 89+033).[18]

Em Janeiro de 2011, esta estação apresentava duas vias de circulação, identificadas como I e II,[19] ambas com 408 m de comprimento; as duas plataformas tinham, respectivamente, 153 e 84 m de extensão, e 35 e 50 cm de altura,[20] valores que se mantinham em 2022; apresentava ainda duas vias secundárias, identificadas como III e IV, com comprimentos de 284 e 148 m.[19] Esta configuração era já então assaz reduzida em comparação com a de décadas anteriores, que incluía em 1980, e.g., sete agulhas e duas placas giratórias, servindo um total de seis vias numeradas;[21] em 2023, na sequência das obras de eletrificação da Linha do Oeste, foi mais uma vez reduzida para a configuração atual.[3]

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  4. «Bombarral». Comboios de Portugal. Consultado em 15 de Julho de 2015 
  5. «Bombarral - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 15 de Julho de 2015 
  6. «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005» (PDF). Rede Ferroviária Nacional. O Comboio. 13 de Outubro de 2004. p. 61, 66, 82. Consultado em 16 de Outubro de 2010 
  7. Instrução de exploração técnica nº 2 : Índice dos textos regulamentares em vigor. IMTT, 2012.11.06
  8. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  9. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  10. Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2023.06.05»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  11. «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). 16 de Janeiro de 1958. p. 61–64. Consultado em 25 de Maio de 2014  Texto "TORRES, Carlos Manitto" ignorado (ajuda)
  12. a b c GONÇALVES et al, 1993:422
  13. a b c «Centenário - Factos Históricos». Câmara Municipal do Bombarral. Consultado em 10 de Maio de 2014. Arquivado do original em 12 de Maio de 2014 
  14. LOURENÇO et al, 1995:47
  15. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152–155. Consultado em 5 de Março de 2018 – via Biblioteca Nacional de Portugal 
  16. «Obras Públicas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1104). 16 de Dezembro de 1933. p. 14. Consultado em 16 de Outubro de 2010 
  17. «Os nossos Caminhos de Ferro em 1935» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1154). 16 de Janeiro de 1936. p. 52–55. Consultado em 25 de Maio de 2014 
  18. a b c ELABORAÇÃO DO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE – TROÇO MIRA SINTRA / MELEÇAS – CALDAS DA RAINHA, ENTRE OS KM 20+320 E 107+740 (PDF). Volume 00 – Projeto Geral. [S.l.: s.n.] 
  19. a b Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  20. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71–85 
  21. Sinalização da estação de Bombarral” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1980

Bibliografia editar

  • LOURENÇO, António Dias (1995). Vila Franca de Xira: Um Concelho do País. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. 284 páginas 
  • RODRIGUES, Luís; TAVARES, Mário; SERRA, João (1993). Terra de Águas: Caldas da Rainha, História e Cultura 1.ª ed. Caldas da Rainha: Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 527 páginas 

Ligações externas editar

 
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