Estação Ferroviária de Oliveira do Bairro

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Oliveira do Bairro é uma interface da Linha do Norte, que serve o concelho de Oliveira do Bairro, no Distrito de Aveiro, em Portugal.

Oliveira do Bairro
Identificação: 37218 OBA (Oliv.Bairro)[1]
Denominação: Estação Satélite de Oliveira do Bairro
Administração: Infraestruturas de Portugal (norte)[2]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Norte (PK 252+240)
Altitude: 20 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°30′37.11″N × 8°29′56.08″W

(=+40.51031;−8.49891)

Mapa

(mais mapas: 40° 30′ 37,11″ N, 8° 29′ 56,08″ O; IGeoE)
Município: border link=Oliveira do BairroOliveira do Bairro
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Paraimo
Coimbra
  R   Oiã
Aveiro
P-Campanhã
Mogofores
Entroncam.to
Lis-Apolónia
    Aveiro
P-Campanhã

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
OBR
Equipamentos: Telefones públicos Parque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Lavabos
Inauguração: 10 de abril de 1864 (há 160 anos)
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Apeadeiro de Oliveira, Estação Ferroviária de Oliveira de Azeméis ou Estação Ferroviária de Oliveirinha-Cabanas.
Vista remota da estação de Oliveira do Bairro, de noroeste, em 2018.

Descrição editar

Localização e acessos editar

Esta interface no limite sulsudoeste da malha urbana de Oliveira do Bairro, com acesso pelo Largo da Estação e distando menos de um quilómetro do centro da localidade (quartel), em declive apreciável.[3]

Infraestrutura editar

Esta interface apresenta três vias de circulação, numeradas de I a III, com comprimentos de 584, 705, e 594 m, respetivamente, e acessíveis por plataformas com 231 m de extensão e 50 cm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado nordeste da via (lado direito do sentido ascendente, a Campanhã).[4][5]

História editar

 Ver artigo principal: História da Linha do Norte

Século XIX editar

Esta interface situa-se no troço da Linha do Norte entre as Estações de Estarreja e Taveiro, que abriu no dia 10 de Abril de 1864, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[6] Foi uma das estações originais deste troço, tendo começado a ser servida desde logo pelos comboios mistos entre Vila Nova de Gaia e Coimbra-B.[7]

 
Horário de 1933 da Linha do Norte, incluindo a estação de Oliveira do Bairro.

Em 1870, a autarquia alertou o governador civil para a necessidade de construir uma estrada entre a estação e a localidade de Palhaça, passando por Malhapão e Pedreira.[8] Em 1879, a autarquia enviou uma representação ao governo, para pedir que os comboios correios tivessem paragem na estação de Oliveira do Bairro.[9]

Século XX editar

Em 1 de Fevereiro de 1903, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses tinha ordenado a instalação de semáforos no sistema Barbosa na estação de Oliveira do Bairro.[10] Em 1913, existiam serviços de diligências entre a estação e a vila de Oliveira do Bairro, Silveiro, Perrães, Piedade, Recardães e Águeda.[11]

Em 1926, foi aprovado um projecto da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para a ampliação desta estação, de forma a acomodar a duplicação da linha, então em construção entre Mogofores e Aveiro.[12] Em finais de 1927, dois comboios de mercadorias colidiram no interior da estação, causando dois mortos e um dezena de feridos, e grandes estragos materiais.[13] Em Dezembro de 1928, já tinha sido concluída a duplicação da linha entre Mogofores e Oliveira do Bairro, e já se tinham iniciado as obras do seu prolongamento até Aveiro.[14]

 
Comboios de mercadorias a passar na estação em 2018.

Movimento de mercadorias editar

Uma das principais exportações foi cerâmica, fabricada numa unidade industrial junto à estação,[8] e a cal, produzida nos fornos de Vale Salgueiro, e destinada a Estarreja, Esmoriz, Ovar, Carvalhos, Porto e Águeda, entre outros pontos.[15] Entre as importações, destacava-se o gado para as feiras.[16]

Século XX editar

Em Janeiro de 2011, a estação apresentava três vias de circulação, com 605 e 717 m de comprimento; as plataformas tinham todas 231 m de extensão de 55 cm de altura[17] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b c Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  3. «Cálculo de distância pedonal (40,51030; −8,49861 → 40,51302; −8,49432)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 11 de janeiro de 2024 : 824 m: desnível acumulado de +43−1 m
  4. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  5. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  6. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). Lisboa. p. 9-12. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  7. «Escada Rolante: Há 104 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 81 (1931). 16 de Novembro de 1968. p. 152. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  8. a b MOTA, 2002:55
  9. MOTA, 2002:39
  10. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (363). 1 de Fevereiro de 1903. p. 43-44. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  11. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 8 de Fevereiro de 2018 
  12. «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 39 (935). Lisboa. 1 de Dezembro de 1926. p. 356. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  13. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1235). 1 de Junho de 1939. p. 281-284. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  14. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1236). 16 de Junho de 1939. p. 299-300. Consultado em 1 de Abril de 2014 
  15. MOTA, 2002:309
  16. MOTA, 2002:306
  17. «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 75-97 

Bibliografia editar

  • MOTA, Armor Pires (2002). Oliveira do Bairro. Alma e Memória. Oliveira do Bairro: Câmara Municipal. 372 páginas 
 
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Ligações externas editar