Estação Ferroviária do Pinhão

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária do Pinhão é uma interface da Linha do Douro, que serve a Freguesia de Pinhão, no Concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em Portugal.

Pinhão
Estação Ferroviária do Pinhão
a estação de Pinhão, em 2006
Identificação: 10249 PIN (Pinhão)[1]
Denominação: Estação de Pinhão
Administração: Infraestruturas de Portugal (norte)[2]
Classificação: E (estação)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Douro (PK 126+830)
Altitude: 90 m (a.n.m)
Coordenadas: 41°11′25.48″N × 7°32′42.48″W

(=+41.19041;−7.54513)

Mapa

(mais mapas: 41° 11′ 25,48″ N, 7° 32′ 42,48″ O; IGeoE)
Município: border link=AlijóAlijó
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Ferrão
Régua
P-Campanhã
P-São Bento
  IR   Tua
Pocinho
Ferrão
M.Canaves.
  R   Terminal

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
ALJ
Equipamentos: Bilheteira Sala de espera Telefones públicos Lavabos Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Inauguração: 1 de junho de 1880 (há 143 anos)
Diagrama:
Website:
Jardim da estação, em 2013.

Descrição editar

Localização e acessos editar

Esta interface situa-se na localidade de Pinhão, tendo acesso pelo Largo da Estação.[3]

Infraestrutura editar

Em Janeiro de 2011, possuía duas vias de circulação, ambas com 284 m de comprimento, e duas plataformas, com 145 e 198 m de comprimento, e 45 cm de altura; existia igualmente um sistema de informação ao público, prestado pela Rede Ferroviária Nacional.[4] Em Outubro de 2004, podiam-se efectuar aqui manobras.[5] Nesta data a estação era classificada como de tipologia D,[5] entretanto promovida a C.[6] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Barca d’Alva).[7]

 
Painel de azulejo na estação do Pinhão.

Azulejos editar

A estação encontra-se totalmente decorada com azulejos, que retratam paisagens e actividades tradicionais da região, especialmente o cultivo das vinhas.[8] Este tema relacionava-se directamente com a estação, que se afirmou como um dos principais entrepostos para o transporte do vinho.[9] Os azulejos foram produzidos pela Fábrica Aleluia de Aveiro.[8]

Serviços editar

Esta estação é servida por comboios Regionais e InterRegionais da operadora Comboios de Portugal.[10]

História editar

 Ver artigo principal: Linha do Douro § História
 
Vista do Pinhão na década de 1880, vendo-se à esquerda a ponte ferroviária e à direita a estação

Século XIX editar

Uma lei de 2 de Julho de 1867 autorizou o governo a construir e explorar uma via férrea entre o Pinhão e a cidade do Porto,[11] e um decreto de 14 de Junho de 1872 ordenou a realização de estudos para o traçado da Linha do Douro até ao Pinhão, que devia acompanhar parcialmente o percurso do Rio Sousa, passando por Penafiel.[12] A via férrea chegou ao Pinhão em 1879,[13] mas o troço entre Ferrão e o Pinhão só entrou ao serviço em 1 de Junho de 1880.[14] Em 1881, iniciou-se a construção do troço seguinte, até Tua,[13] que entrou ao serviço em 1 de Setembro de 1883.[14]

 
Panorâmica da estação, em 2015

Século XX editar

Em 1901, o conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado ordenou a realização de um estudo sobre as ligações rodoviárias às suas estações e apeadeiros, onde se apontou que ainda faltavam concluir vários lanços de estrada até à gare ferroviária do Pinhão: na margem direita, a Distrital n.º 51, que vinha de Sabrosa, e a Distrital n.º 52, que se cruzava com a anterior em Provesende, enquanto que na margem esquerda estava por concluir um ramal da Estrada Real n.º 14, que passava por Tabuaço, Sendim e Moimenta da Beira, e cruzava com a Estrada Real n.º 34 perto da foz do Rio Távora.[15] Também já tinha sido contratada a construção da ponte rodoviária do Pinhão.[15] Em 28 de Outubro de 1903, o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria autorizou a distribuição de vários valores para financiar a construção de estradas de acesso a várias estações, incluindo a conclusão da Estrada Distrital n.º 51.[16]

Em 1913, existia uma carreira de diligências ligando a gare do Pinhão a Alijó, por Favaios.[17]

A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 1 de Janeiro de 1935 noticiou que tinham sido submetidas à assinatura ministerial várias portarias sobre obras em caminhos de ferro, incluindo a adjudicação da empreitada de alargamento do pátio, na gare do Pinhão.[18] Igualmente em 1935, o Instituto da Vinho do Porto ofereceu os azulejos para forrar a estação,[8] que foram colocados em 1937.[19] Em 17 de Junho de 1936, o Ministério das Obras Públicas aprovou o auto de recepção definitiva da empreitada de alargamento do pátio exterior,[20] e esse ano também foram feitas grandes obras de reparação na estação.[21]

Em 1992, o mestre Fernando Gonçalves fez vários trabalhos de restauro, no âmbito de grandes obras de reparação na estação.[8]

 
Antigo armazém de mercadorias, em 2016

Ver também editar

Bibliografia editar

  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • MARTINS, Conceição; BARRETO, António (1990). Memória do Vinho do Porto. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 508 páginas 
  • PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. 3. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN 972-42-1225-4 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • VIEGAS, Francisco (1988). Comboios Portugueses: Um Guia Sentimental. Lisboa: Círculo de Leitores. 185 páginas 

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  3. «Pinhão». Comboios de Portugal. Consultado em 17 de Junho de 2011 
  4. «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 73, 87 
  5. a b «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. p. 65, 81 
  6. Diretório da Rede 2021. I.P.: 2012.11.06
  7. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. a b c d REIS et al, 2006:58
  9. VIEGAS et al, 1988:139
  10. «Pinhão - Linha do Douro». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 
  11. MARTINS et al, 1996:244
  12. MARTINS et al, 1996:245
  13. a b MARTINS e BARRETO, 1990:349
  14. a b «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 12 de Maio de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  15. a b SOUSA, José Fernando de (16 de Março de 1903). «A Viação Ordinária e as linhas do estado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (366). p. 81-82. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  16. «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (382). 16 de Novembro de 1903. p. 377-378. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  17. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 12 de Fevereiro de 2018 – via Biblioteca Nacional de Portugal 
  18. «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  19. PEREIRA et al, 1995:419
  20. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1165). 1 de Julho de 1936. p. 370-372. Consultado em 29 de Outubro de 2018 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  21. «O que se fez em Caminhos de Ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1179). 1 de Fevereiro de 1937. p. 86-87. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
 
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Ligações externas editar

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