Estação Ferroviária de Sabugo

estação ferroviária em Portugal
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A Estação Ferroviária de Sabugo é uma gare da Linha do Oeste, que serve a freguesia de Almargem do Bispo, no distrito de Lisboa, em Portugal.

Sabugo
Estação Ferroviária de Sabugo
a estação do Sabugo, panorama sentido norte, em 2018
Identificação: 62091 SAO (Sabugo)[1]
Denominação: Estação de Sabugo
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: E (estação)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Oeste (PK 25+377)
Altitude: 170 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°49′50.03″N × 9°18′0.17″W

(=+38.83056;−9.30005)

Mapa

(mais mapas: 38° 49′ 50,03″ N, 9° 18′ 00,17″ O; IGeoE)
Município: border link=SintraSintra
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Mafra
C. Rainha
  IR   M.S.-Meleças
Lisboa S.Ap.
Pedra Furada
Leiria
Fig. Foz
  R   M.S.-Meleças
Lisboa S.Ap.
Pedra Furada
C. Rainha
    M.S.-Meleças
terminal

Coroa: Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1231 1512
Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Endereço: Rua da Estação, s/n
Sabugo
PT-2715-128 Pero Pinheiro SNT
Inauguração: [quando?]
Website:
Porta, relógio, e plataforma empedrada da Estação do Sabugo, em 2008.
 Nota: Este artigo é sobre a estação na Linha do Oeste. se procura a antiga estação na Linha do Dão, veja Estação Ferroviária de Sabugosa. se procura o antigo apeadeiro na Linha da Beira Baixa, veja Apeadeiro de Sabugal.

Descrição editar

 
Vista geral das vias, do lado norte, em 2017; à esquerda o acesso à Siemens.

Localização e acessos editar

Esta interface situa-se na Rua da Estação, na junção entre as freguesias de Almargem do Bispo e Pero Pinheiro, no concelho de Sintra, junto à localidade de Abelheira, e dista 1,2 km do centro da povoação nominal; no extremo oposto dos duzentos metros desta Rua da Estação, onde a mesma entronca na EN117, situam-se as paragens mais próximas de transporte rodoviário coletivo de passageiros.[4]

Infraestrutura editar

Esta interface apresenta duas vias de circulação, identificadas como I e II, com 487 e 572 m de extensão e acessíveis por plataforma de 246 m de comprimento e 45 cm de altura:[5] a via principal é servida por ambas as plataformas.[6] A estação possui igualmente uma segunda via de resguardo e também uma via de cais e uma via de topo[6] — identificadas como III, IV, e V, com comprimentos de 229, 182, e 100 m,[5] estando as duas últimas habitualmente ao serviço do material circulante da Fergrupo.[6]

Unidade Siemens junto à estação do Sabugo, em 2021.

O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Figueira da Foz).[7][8]

Junto à estação existe um pontão ferroviário[9] sobre a Ribeira dos Ferreiros.

Até ao encerramento deste,[quando?] esta estação funcionou como ponto de entroncamento do ramal particular Siemens-Sabugo com a Linha do Oeste.[carece de fontes?]

 
Automotora 0592 no Sabugo, em 2017.

Serviços editar

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. tipicamente com oito circulações diárias em cada sentido, entre Caldas da Rainha ou Coimbra-B ou Figueira da Foz e Lisboa - Santa Apolónia ou Mira Sintra - Meleças; estes serviços são maioritariamente de tipo regional, havendo uma circulação diária em cada sentido de tipo inter-regional (Lisboa-Caldas).[10]

História editar

 Ver artigo principal: Linha do Oeste § História

Século XIX editar

Esta interface faz parte do troço da Linha do Oeste entre Agualva-Cacém e Torres Vedras, que entrou ao serviço em 21 de Maio de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11]

Século XX editar

 
Fotografia da estação, na década de 1930.

Em 18 de Outubro de 1936, realizou-se uma festa de inauguração após várias terem sido feitas várias obras de modificação nesta interface, durante a qual se homenagearam três ferroviários da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[12] Estas alterações, organizadas pelo chefe da estação, Carlos José da Costa, contemplaram uma sala de espera, um gabinete de serviço, e um jardim.[13] A cerimónia iniciou-se com a chegada de Lima Henrique, director geral, e de outros altos funcionários da Companhia, e do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Álvaro de Miranda e Vasconcelos, no comboio das 10 e 30, tendo-se seguido uma sessão solene onde foram descerrados os retratos dos ferroviários homenageados; a seguir, foram inaugurados os melhoramentos na estação, e visitados os jardins.[13] Depois visitaram-se as pedreiras em Pero Pinheiro, e o evento foi concluído com um almoço oferecido pelo chefe da estação.[13]

Em 26 de Dezembro de 1936, uma comissão formada por utilizadores da estação, tinha entregue uma petição à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, com mais de uma centena de assinaturas de particulares e comerciais, pedindo que fosse atrelada uma carruagem mista a um comboio de mercadorias, para servir o Sabugo e outras localidades.[14][15] A comissão criticava a forma como não existia um comboio servindo aquelas localidades que chegasse a Lisboa antes das nove da manhã, criando problemas aos estudantes e trabalhadores, levando à deslocalização dos habitantes para a capital.[14] Em 6 de Março de 1937, a Comissão de Proprietários do Sabugo e Vale de Lobos pediu novamente à CP para ser satisfeito o seu pedido, prevendo que esta medida iria aumentar consideravelmente o tráfego desta estação, já no Verão seguinte.[14]

Em 25 de Março de 1937, foi realizada nesta estação uma cerimónia pelo cinquentenário da inauguração do lanço entre Agualva-Cacém e Torres Vedras, tendo a estação sido decorada para o efeito.[16] A cerimónia iniciou-se logo de manhã, com o lançamento de foguetes, e à noite houve um banquete, presidido pelo director da Gazeta dos Caminhos de Ferro, onde foi homenageado o chefe da estação, Carlos José da Costa.[16] Terminou com uma verbena junto da estação, com música de uma banda de jazz de Lisboa.[16]

Século XXI editar

No troço da Linha do Oeste entre Meleças e Torres Vedras, a estação de Sabugo foi a única que, em inícios do século,[quando?] não foi modernizada, tendo mantido as vias de resguardo e de topo:[6] Em dados de Janeiro de 2011, estas duas vias de circulação tinham com 318 e 320 m de comprimento e as plataformas apresentavam ambas 150 m de extensão, tendo a primeira 25 cm de altura, e a segunda, 30 cm[17] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[5]

 
PK 26+607: uma das passagens de nível a suprimir junto à estação do Sabugo.
CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
 
             
 
(n) Azambuja 
               
 Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja 
               
 Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha 
             
 Setúbal (u)
**(n) Carregado 
     
 
 
     
 Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo 
             
 Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira 
       
 
 
 Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra 
             
 Penteado (a)
(n) Alverca   Moita (a)
(n) Póvoa   Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria   Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela   Lavradio (a)
(n) Sacavém   Barreiro-A (a)
(n) Moscavide   Barreiro (a)
(n) Oriente   (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata 
         
 
 
 Terreiro do Paço (a)
 
 
 
 
 
 
 
 
 Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia 
 
 
 
 
 
       
 Coina (u)
(z) Marvila 
 
         
 Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro 
           
 Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos 
           
 Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios 
           
 Pragal (u)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica   Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia   Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira   Santos (c)
(z) Alcântara-Terra 
 
 
 
 
   
 Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora   Belém (c)
(s) Queluz-Belas   Algés (c)
(s) Monte Abraão   Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena   Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém   Paço de Arcos (c)
 
 
 
         
 Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças   Rio de Mouro (s)
(s) Mercês   Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins   Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra   Parede (c)
(s) Sintra   São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo 
           
 São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada 
           
 Estoril (c)
(o) Mafra 
           
 Monte Estoril (c)
(o) Malveira 
           
 Cascais (c)
**(o) Jerumelo 
 
 
     
 

2019-2021 []

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**)   continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Nos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, a Estação do Sabugo irá ser alvo de remodelação a nível das plataformas e respetivo equipamento, sendo parte de um dos dois segmentos de a duplicar (Desvio Ativo 1: PK 20+700 a PK 30+450), prevendo-se também a instalação de um sistema ATV — sinalização para atravessamento de via seguro (ao PK 25+396); serão igualmente construídas duas passagens superiores nas imediações de estação: a de Sabugo Sul (ao PK 25+080) e a de Sabugo Norte (ao PK 26+556), e serão eliminadas quatro passagens de nível (aos PK 24+991, 25+715, 26+607, e 28+420).[9]

Documentação oficial publicada em finais de 2022 indicava já esta estação como tendo as vias de circulação eletrificadas em toda a sua extensão,[5] o que não se verificava in situ.[carece de fontes?]

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  4. OpenStreetMaps / FossGIS Routing Service. «Cálculo de distância rodoviária». Consultado em 19 de abril de 2022 
  5. a b c d Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  6. a b c d José Sousa: “Balastro : Renovação da Linha do OesteTrainspotter 78 (2017.02) p.13-23. ISSN: 2183-7619 Portugal Ferroviário / APAC: Por lapso, refere-se EN-250 em vez de EM-544.
  7. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  9. a b ELABORAÇÃO DO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE – TROÇO MIRA SINTRA / MELEÇAS – CALDAS DA RAINHA, ENTRE OS KM 20+320 E 107+740 (PDF). Volume 00 – Projeto Geral. [S.l.: s.n.] 
  10. Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2023.06.05»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  11. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 7 de Maio de 2014 
  12. «Melhoramentos Ferroviários na estação do Sabugo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1172). 16 de Outubro de 1936. p. 482. Consultado em 7 de Maio de 2014 
  13. a b c «Melhoramentos Ferroviários na Estação do Sabugo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1173). 1 de Novembro de 1936. p. 510-511. Consultado em 7 de Maio de 2014 
  14. a b c «Pedido à C. P.» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1182). 16 de Março de 1937. p. 150. Consultado em 1 de Janeiro de 2018 
  15. «Pelos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1177). 1 de Janeiro de 1937. p. 23. Consultado em 1 de Janeiro de 2018 
  16. a b c «Caminhos de Ferro Portugueses» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1187). 1 de Junho de 1937. p. 284. Consultado em 1 de Janeiro de 2018 
  17. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
 
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Ligações externas editar

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