Estados Belgas Unidos

confederação extinta
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 Nota: Para outros significados de Estados Unidos, veja Estados Unidos (desambiguação).
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Os Estados Belgas Unidos ou Estados Unidos da Bélgica (em francês: États Belgiques Unis; em neerlandês: Verenigde Nederlandse Staten ou Verenigde Belgische Staten) foram uma Confederação de países membros dos Países Baixos Austríacos, que se proclamaram independentes do imperador José II, em 1790. José II era o soberano de diversos países, sendo ao mesmo tempo duque de Brabante e de Limburgo, duque de Luxemburgo, conde de Flandres, conde de Hainaut, conde de Namur, Senhor de Mechelen, Senhor de Tournai, etc.

Estados Belgas Unidos

1790
 

Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Estados Belgas Unidos
Localização de Estados Belgas Unidos
Continente Europa
Região Europa ocidental
Capital Bruxelas
Língua oficial Frances e holandês
Outros idiomas alemão
Governo confederação
História
 • 1790 Fundação
 • 1790 Dissolução
Moeda Florim

Na época, a palavra ”Bélgica“ era usada como adjetivo, significando “dos Países Baixos” ou “dos Países Baixos do Sul”; às vezes, usava-se «as Bélgicas», no lugar de «os Países Baixos».

Independência e tratado de união editar

Entre 1787 e 1790, aconteceu a Revolução brabantina, contra as reformas paulatinas do imperador José II. Esta revolução não foi ligada à Revolução francesa.

Dirigidos por Henri van der Noot, um dos membros da nobreza de Bruxelas, os insurgentes derrotam os Austríacos em Turnhout, a 27 de outubro de[1789; invadiram Gante, em 13 de novembro, obrigando os regentes imperiais Alberto Casimiro, Duque de Teschen e sua esposa, a arquiduquesa Maria Cristina de Habsburgo-Lorena a partirem para o exílio. Van der Noot proclamou então a independência do Brabante e outras províncias dos Países-Baixos seguirem o exemplo (exceto o Luxemburgo).

O tratado de união foi assinado em Bruxelas, a 11 de janeiro de 1790, por deputados dos nove Estados, especialmente os Estados de Brabante, de Gueldres, de Flandres, de West–Flandres, de Hainaut, de Namur, do Tournaisis e de Malines. Não foi assinado pelo Luxemburgo onde permaneceu a autoridade ducal do imperador.

Em paralelo, no Principado de Liège, a situação era bastante diferente. Após a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, os habitantes de Liège obtêm o fim do Antigo Regime. A partir de 18 de agosto, após a tomada da cidadela, eles começam a redigir uma nova constituição. Em 1790, a nação de Liège estabelece aliança com os Estados Belgas Unidos. A Revolução de Liège não tem nenhum ponto em comum com a Revolução Brabante. É também diferente da Revolução Francesa por seu grande radicalismo.

Causas e finalidades editar

A Revolução Brabantina foi mais conservadora que a Revolução Francesa. A agitação foi provocada pelas tentativas de centralização e de reformas de José II. A união confederal inspirava-se no Acto de Haia de 1581 - pelo qual as sete províncias dos Países Baixos do Norte se separaram de seu rei - e na Declaração da Independência dos Estados Unidos - pela qual as treze colônias fizeram o mesmo, em 1776. Os tamanhos das populações dessas três uniões eram comparáveis, na época.

Desaparecimento e consequência editar

Na ausência de suporte internacional, a «República de Bélgica das nove províncias dos Paises-Baixos do Sul» existiu por apenas um ano. Em dezembro 1790, um exército imperial austríaco tomou novamente o poder, em nome do novo imperador, Leopoldo II.

O imperador interveio também em Liège, para restabelecer o príncipe-bispo Cesar Constantin-François de Hoensbroeck. Os revolucionários de Liège refugiaram-se na França.

Apesar de sua curta duração, a Revolução Brabantina permitiu aos Belgas conhecer uma primeira independência, unidos na mesma nação. Quarenta anos mais tarde, uma segunda revolução aconteceu e levou à criação da Bélgica.