Estaleiro Mauá é o mais antigo estaleiro privado brasileiro, sendo superado apenas pela estatal Arsenal da Marinha do Brasil que foi fundado em 1808. Localiza-se na península da Ponta da Armação, em Niterói.

Estaleiro Mauá
Razão social Estaleiro Mauá S/A
Empresa de capital fechado
Atividade Construção naval
Gênero Sociedade anônima
Fundação 1905 (119 anos)
Sede Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
Área(s) servida(s)  Brasil
Presidente Geraldo Ripoll
Divisões Construção de navios tanque Aframax e Suezmax, embarcações Offshore, FPSO, reparo naval
Website oficial https://www.estaleiromaua.ind.br/

História editar

Antecedentes editar

A sua origem é a empresa anglo-brasileira Estabelecimento de Fundição e Estaleiros da Ponta d' Areia, localizada em Niterói, Rio de Janeiro, e foi comprada em 11 de agosto de 1846 por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá.[1]

Entre 1850 a 1861, o estaleiro produziu 72 navios. Quase um terço da frota naval brasileira utilizada na Guerra do Paraguai foi construída na Ponta D'Areia. Outros navios foram destinados à cabotagem, e outros para a empresa de navegação amazônica do Barão de Mauá. Alguns dos navios encomendados pela Marinha foramː Corveta Vapor Recife (1849), Vapor de Rodas D. Pedro (1849), Corveta Pedro II (1850), Vapor Paraense (1851), Vapor Fluminense (1852), dentre outros.[2][1]

Em 1857, houve um grande incêndio no estaleiro, tendo o Governo feito um empréstimo de 300 contos de réis ao Barão. Com dificuldades no pagamento do empréstimo, o estaleiro se torna uma simples oficina de consertos e encerra as atividades em 1877.[1]

Companhia Comércio e Navegação (CCN) editar

 

Em 1905, a instalações do estaleiro foram adquiridas pela Companhia Comércio e Navegação (CCN).[2]

Em 1911, é inaugurado um dique seco na Ponta D’ Areia, que foi denominado Lahmeyer, em homenagem ao Dr. Furquim Lahmeyer, engenheiro que coordenou a construção e era o presidente da companhia.[3]

Em 1935, um grupo chefiado por Mário de Almeida, Antônio Ferraz, Amandino Câmara e o Comendador Martinelli, assumiu o controle da empresa.[3]

Na década de 1950, o estaleiro foi assumido por Paulo Ferraz.[3]

Em 1961, foi lançado ao mar o Ponta D’ Areia, primeiro navio construído no Brasil em termos industriais.[3]

A primeira plataforma do Brasil, a P-1, foi construída em 1968 no estaleiro.[3]

Na década de 1970, a companhia ganha projeção internacional e muda seu nome para Estaleiro Mauá, tendo construído navios para Alemanha. Estados Unidos, Grécia, Escócia e Chile. A empresa atingiu o seu pico de produção em 1973, com a fabricação de 12 navios de médio porte.[3]

Na década de 1980, com a crise econômica, o estaleiro enfrentou dificuldades. Foram construídos dois navios patrulha para a Marinha do Brasil em 1987, o Graúna, casco P–40; e o Goiana, casco P–41.[3][4]

Com o fim do financiamento para a indústria naval, o estaleiro Mauá parou as construções. A companhia passou a realizar apenas reparos e trabalhos nas oficinas.[3][4][5]

De março de 1997 até dezembro de 1998, o estaleiro foi arrendado pelo grupo SEAPAR. De 1999 até setembro de 2000, o estaleiro foi arrendado pela Marítima Construções Navais.[4]

Em 2000 a empresa realizou um joint-venture com o também estaleiro Jurong Shipyard de Singapura, dando origem a empresa Mauá Jurong S/A (MJ) . A nova companhia além da construção e reparos de navios, tem como especialização a construção de plataformas para exploração de petróleo e gás. A parceria foi encerrada em outubro de 2007[6][7]

O estaleiro continua em funcionamento, mesmo com a crise instalada no setor de construção naval do Brasil.[1]

Produção recente de navios editar

O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, reativou a construção de navios no estaleiro Mauá Jurong como segue: [7][8]

Unidade flutuante de armazenamento e transferência editar

FPSOs construídos para a Petrobras.[6]

Referências

  1. a b c Minadeo, Roberto (10 de janeiro de 2022). «A Controversa Figura de Mauá». RAM. Revista de Administração Mackenzie: 17–31. ISSN 1678-6971. doi:10.1590/1678-69712002/administracao.v3n1p18-31. Consultado em 13 de julho de 2023 
  2. a b Alcides Goularti Filho. «História Econômica da Construção Naval no Brasil: Formação de Aglomerado e Performance Inovativa» (PDF) 
  3. a b c d e f g h Jadjiski, Dayanne (11 de março de 2013). «Berço da construção naval». www.portosenavios.com.br. Consultado em 13 de julho de 2023 
  4. a b c Dias, Sydney (13 de abril de 2010). «A história do Estaleiro Mauá». unipeg. Consultado em 13 de julho de 2023 
  5. Pessanha, Elina Gonçalves da Fonte; Pereira, Luisa Barbosa (1 de dezembro de 2019). «A indústria naval no Brasil: três momentos de impulso estatal e a crise atual». Anuario Centro de Estudios Económicos de la Empresa y el Desarrollo (12): 23–61. ISSN 2545-8299. Consultado em 13 de julho de 2023 
  6. a b «Mauá Jurong S/A (MJ), Histórico». Consultado em 26 de maio de 2010 
  7. a b «Estaleiro Mauá». Prominp - Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  8. «Estaleiro Mauá vai construir oito navios de produtos para Transpetro». G1 Rio. 15 de janeiro de 2014. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  9. «staleiro Mauá lança ao mar o petroleiro "Sergio Buarque de Holanda"». SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore. 19 de novembro de 2010. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  10. «Estaleiro Mauá lança ao mar o petroleiro Rômulo Almeida». SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore. 30 de junho de 2011. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  11. Informa|Tags: |, 2011-12-12T19:41:04+00:0012/12/2011|Seção: SINAVAL. «Estaleiro Mauá lança ao mar o navio José Alencar e começa a construção de quatro navios Panamax». SINAVAL. Consultado em 13 de julho de 2023 
  12. «Transpetro lança ao mar navio Anita Garibaldi - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 13 de julho de 2023 
  13. «P-43 vai para Barracuda amanhã». TN Petróleo. 27 de setembro de 2004. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  14. 28 de fevereiro de 2005. «Plataforma P-48 começou a produzir hoje». Agência Estado. Consultado em 24 de novembro de 2014 
  15. http://www.jurong.com.br/institucional/principais-projetos  Em falta ou vazio |título= (ajuda)