Eunápio de Queirós

político brasileiro

Eunápio Peltier de Queirós (Valença, 5 de outubro de 1905 — Salvador, 8 de abril de 1998) foi um político brasileiro. Era filho de Eunápio Rosa de Queirós e de Eugênia Peltier de Queirós. Casou-se com Maria Alice Bastos Queirós, com quem teve cinco filhos. Exerceu o mandato de deputado federal constituinte pela Bahia em 1946[1]. O município de Eunápolis foi batizado em sua homenagem.[2]

Eunápio de Queirós
Nascimento 5 de outubro de 1905
Valença
Morte 8 de abril de 1998 (92 anos)
Salvador
Cidadania Brasil
Ocupação político

Biografia editar

Início de sua carreira editar

Formou-se em Engenharia Civil pela Escola Politécnica de seu estado, no ano de 1924. Deu início a sua vida profissional, no mesmo ano de sua formatura, quando passou a realizar serviços topográficos, medição de terras e mapeamento, no interior da Bahia.

Foi o responsável pelo projeto e pela construção da Rodovia Maracas-Tamburi, em 1926. Começou a trabalhar, no ano de 1929, como engenheiro-residente na Estrada de Ferro de Nazaré, onde tornou-se engenheiro-chefe do setor de tráfego, por cinco anos exerceu tal função. Ao longo desses anos, também passou a ocupar em dois períodos a superintendência da empresa. Depois da Revolução de 1930 e da subida de Getúlio Vargas ao poder, assumiu o cargo de prefeito nomeado de Nazaré (BA), cumulativamente em 1931.[3]

Carreira Política editar

Em 1933, deixou a Estrada de Ferro de Nazaré, aceitando o cargo de diretor da construção do sistema rodoviário do novo Instituto de Cacau da Bahia e da companhia Viação Sul Baiano, encarregada de todo o tráfego da região cacaueira.

No decorrer do Estado Novo, mais precisamente no ano de 1943, acabou sendo eleito prefeito de Ilhéus (BA), ocupando o cargo até 1945[4], ano que marcou sua saída da Viação Sul Baiano e o fim do regime ditatorial no país. A partir da redemocratização do Brasil, ganhou a eleição para deputado federal pela Bahia à Assembléia Nacional Constituinte, em dezembro de 1945, pelo Partido Social Democrático (PSD). Em 1946, realizou trabalhos constituintes e começou a cumprir o mandato ordinário na Câmara Federal após a promulgação da nova Carta (18/9/1946). Durante essa legislatura, entrou como membro das comissões do Polígono das Secas, de Investigação Econômica e Social e de Transportes e Comunicações, passando a ser relator da revisão do Plano de Viação Nacional. Também foi relator geral da Comissão Especial da Mudança da Capital e ainda atuou na Comissão Especial da Bacia do São Francisco.

Pela Coligação Baiana entre os partidos Social Democrático (PSD), Partido de Representação Popular (PRP) e o Partido Social Trabalhista (PST), candidatou-se mais uma vez, a deputado federal pela Bahia, nas eleições de outubro de 1950, na qual adquiriu apenas uma suplência. Ao final de seu mandato, em janeiro de 1951, deixou a Câmara dos Deputados, sendo nomeado, nesse mesmo ano, a secretário de Viação e Obras Públicas da Bahia, na administração do governador Luís Régis Pacheco (1951-1955). A frente desse cargo, deu início aos trabalhos de pavimentação asfáltica das rodovias Ilhéus, Itabuna e Bahia-Feira, e a barragem do rio Joanes. Em 1954, encerrou sua participação na Secretaria de Viação, pois no ano anterior, assumiu como diretor-presidente das Centrais Elétricas do Rio das Contas (CERC).[5]

Em 1954, elegeu-se deputado federal participando da coligação entre Partido Social Democrático (PSD), Partido de Representação Popular (PRP) e o Partido Libertador (PL). Ao longo de seu mandato integrou a Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados como membro efetivo. Candidatou-se novamente em 1958, pela aliança Aliança Democrática Popular, realizada entre o PSD e o PRP, mas não obteve sucesso e teve que deixar a Câmara do Deputados no ano seguinte. Retornou à presidência do CERC e acabou colocando fim às atividades parlamentares.

Entre 1968 e 1970 participou como assessor técnico da Secretaria de Minas e Energia e, em 1971, foi nomeado diretor da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), por indicação da Eletrobrás, cargo que ocupou também em 1974 e 1976. Ficou responsável por levar adiante a construção da barragem e da usina hidrelétrica de Sobradinho, das usinas de Moxotó, Paulo Afonso, Pedra, Itaparica, além das usinas termelétricas de Bonji, Camaçari, São Luís e da eclusa de Boa Esperança. Foi membro da Sociedade de Engenheiros da Bahia, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da Associação Rodoviária do Brasil e do Sindicato de Engenheiros da Bahia.

Eunápio e Eunápolis editar

Antes da sua chegada em 1954, a região já estava sendo ocupada pelos "garimpeiros", que estavam construindo a BR-367 desde 1946[6]. O povoado com o passar dos anos foi se desenvolvendo e se estabelecendo na área, com novos centros comerciais abrindo e junto com isso, já no final de 1949, transporte entre Porto Seguro e o povoado havia se concretizado[7]. Por conta da nova movimentação de pessoas que estavam passando pelo lugar, e já que ele estava entre várias cidades importantes, o povoado se tornou um entreposto comercial importante. Do Km 64, como ele era conhecido, saiam as mercadorias que iriam para Porto Seguro, e os produtos industrializados que saiam de cidades como Porto Seguro, Ilhéus e Salvador para lugares como o norte de Minas Gerais eram armazenados no povoado[7].

Eunápio veio ao povoado em 7 de Março de 1954, sendo ele o secretário de Viação e Obras do Estado da Bahia, fazendo parte de uma equipe de engenheiros que vieram inaugurar o novo trecho da BA-02, que conectou o povoado Mundo Novo com o Km 64[7][8]. As terras do povoado eram terras devolutas do estado, e em 1951 o Sr. Ivan de Almeida Moura, junto com seus dois irmãos compraram 1500 hectares do primeiro "posseiro" da terra; no mesmo ano ele já havia terminado de regularizar a terras com o governo do estado[8][9]. Por conta disso, Sr. Ivan estava pedindo a desocupação das terras, causando um grande tumulto com a população. Eunápio após conhecer a situação que o povoado se encontrava e os pedidos de aquisição de uma gleba das terras, comprou 5 alqueires das fazendas Boa Nova e Gravatá do Sr. Ivan em 12 de Maio, no valor de Cr$ 60 mil cruzeiros. Após a compra a terra foi repartida com a população e empreiteiros locais, e junto com isso, ele organizou para que limpassem e traçasse os quarteirões e ruas, que permitiu que o Km 64 continuasse a existir e se desenvolver[10][9].

Entretanto a transição não foi tranquila. Por conta de irregularidades no recibo, o Sr. Ivan tentou se reaver das terras novamente, e por conta disso a cidade com o passar dos anos passou por diversas crises para ganhar o reconhecimento da aquisição e legalização dessas terras dadas por Eunápio[10]. Mas ainda com tudo isso, o povoado por respeito e em homenagem a ele, decidiu nomear si mesmo por ele.

Referências editar

  1. «Eunápio Peltier de Queirós - CPDOC». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  2. «Eunápolis». Portal Ibahia.com. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  3. Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «EUNAPIO PELTIER DE QUEIROS | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  4. «Câmara dos Deputados» Eunápio de Queiroz Biografia
  5. «Conheça os Deputados». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  6. Eunápolis passado, presente e futuro 2010; pág. 5
  7. a b c Eunápolis passado, presente e futuro 2010; pág. 13
  8. a b Eunápolis de Mata a cidade 1998; pág. 19-20
  9. a b Eunápolis passado, presente e futuro 2010; pág. 14
  10. a b Eunápolis de Mata a cidade 1998; pág. 20
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