Exército da Costa Oceânica

(Redirecionado de Exército de Inglaterra)

O Exército da Costa Oceânica (em francês: Larmée des côtes de l'Océan) foi um exército da França erguido durante a Guerra da Terceira Coalizão com o intuito de invadir o Reino Unido.[1]

Napoleão inspecionando suas tropas na Bolonha, em agosto de 1804.

Foi criado em 1795 pelo Diretório para lutar contra os chouans e os vendées, agregando os exércitos do Oeste, de Brest e de Cherbourg, e ficando sob o comando do general Lazare Hoche. Em 1797, torna-se o "Exército de Inglaterra" (Armée d'Angleterre). Este exército foi reunido em três grandes campos — Bruges (Gand), Saint-Omer (Boulogne, Outreau, Wimille, Wimereux, Ambleteuse), Montreuil (Étaples) — para treinar e receber formação durante dois ano. Entre 1803 e 1805, com cerca de 200 000 soldados, esta tropa passou a ser chamada de Armée des côtes de l'Océan (ou "Exército da Costa Oceânica").

O plano inicial francês de invadir a Inglaterra foi atrasado em 1798 quando Napoleão Bonaparte levou suas tropas para o Egito e depois veio a guerra contra a Áustria na Itália. Em 1802, a invasão foi praticamente cancelada após a assinatura do Tratado de Amiens. No ano seguinte, com a eclosão da Guerra da Terceira Coalizão, a França novamente contemplou invadir a ilha da Grã-Bretanha. Os franceses começaram a construir uma armada, conhecida como Flottille de Boulogne, para levar o exército pelo Canal da Mancha e então para a Inglaterra. Os navios foram construídos com auxílio do almirante batavo Carel Hendrik Ver Huell. A maioria das embarcações, contudo, se mostraram inapropriadas e durante os testes muitos homens morreram afogados.[2] No outro lado do canal, os britânicos não ficaram parados, mobilizando homens e fortificando a costa. Mas sua principal proteção era sua poderosa marinha de guerra.[3]

Para custear esse exército, Napoleão autorizou a venda dos territórios franceses remanescentes na América do Norte, a chamada "Compra da Luisiana", para os Estados Unidos, por um valor de 50 milhões de francos. Ironicamente, para financiar esta compra, o governo americano solicitou vários emprésticos de bancos britânicos, como o Baring Brothers.[4][5]

No final, os planos de Napoleão para invadir a Inglaterra caíram por terra com a derrota francesa na Batalha de Trafalgar, em outubro de 1805. A marinha napoleônica já não tinha mais como proteger a frota de desembarque e futuros planejamentos foram cancelados. Contudo, os mais de 200 mil homens bem treinados e estacionados na Bolonha para a invasão se tornariam a espinha dorçal do Grande Armée, que Napoleão usaria para conquistar boa parte da Europa.[1]

Referências

  1. a b Peter A. Lloyd, The French Are Coming! The Invasion Scare 1803–05 (Spellmount Publishers Ltd, 1992), ISBN 978-0946771776.
  2. Chandler, David G. The Campaigns of Napoleon. New York: Simon & Schuster, 1995. ISBN 0-02-523660-1.
  3. Correlli Barnett, Britain and Her Army. A Military, Political and Social History of the British Army 1509–1970 (Cassell, 2000).
  4. The Louisiana Purchase, Thomas J. Fleming, John Wiley & Sons Inc. 2003, ISBN 0-471-26738-4 (p.129-130)
  5. «The Louisiana Purchase: Napoleon, eager for money to wage war on Britain, sold the land to U.S.--and a British bank financed the sale». The Vintage News (em inglês). 31 de outubro de 2017. Consultado em 3 de maio de 2020 

Ligações externas editar

  Este artigo sobre tópicos militares é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.