Fátima Padinha

cantora portuguesa, fez parte das Doce a primeira girls band portuguesa

Fátima Padinha (1958), também conhecida por , foi uma das fundadoras da primeira girls band portuguesa Doce.[1][2][3]

Fátima Padinha
Nascimento 22 de maio de 1958 (65 anos)
Porto
Cidadania Portugal
Ocupação cantora

A sua vida e carreira enquanto membro da banda foi retratada no filme Bem Bom, da realizadora Patrícia Sequeira, que estreou nos cinemas portugueses em julho de 2021.[3][4][5]

Percurso editar

Fátima Padinha e Teresa Miguel, vindas dos extintos Gemini, criam as Doce em 1979, em conjunto com Laura Diogo e Lena Coelho, e lançam, em 1980, o primeiro single Amanhã de Manhã, composto por Tozé Brito e Mike Sargeant. Nesse mesmo ano, levam ao Festival da Canção o tema homónimo Doce, que venceu o segundo lugar e lançou a banda para o horário nobre da televisão portuguesa.[6][7][8][1][9]

Em 1981, as Doce marcaram e repetiram presença em muitos programas de entretenimento televisivo como “Eu Show Nico” ou “Passeio dos Alegres”.[8]

Mas, ainda em 1981, com a sua segunda ida ao Festival da Canção, ao som de Ali-Babá, as Doce sofrem as maiores críticas do público, pelas roupas de odaliscas utilizadas na atuação. O júri composto de “professores primários, presidentes de juntas de freguesia e padres” relegou o grupo para quarto lugar (atrás de Carlos Paião, José Cid e Maria Guinot). Ainda assim, o single tornou-se um dos maiores êxitos do Festival da Canção.[7][8]

Na edição de 1982 do Festival da Canção, o quarteto, com look de mosqueteiras, conquista o primeiro lugar com Bem Bom, o que lhes possibilita representar Portugal no Festival da Eurovisão. Aí, a classificação foi bastante mais modesta: um 13º lugar. Ainda assim, as Doce conseguem alguns contratos internacionais, e lançam singles em espanhol e inglês.[7][9][10]

Lena Coelho engravida, em 1985, e é substituída temporariamente por Ágata, entre maio e outubro desse ano. A banda recebe mais uns discos de platina: Quente Quente Quente ou O Barquinho da Esperança são sucessos, assim como “É Demais”, o segundo álbum do grupo. Ágata entrou definitivamente para as Doce após a saída de Fátima Padinha, em 1986.[7][9][11]

Em 1986, Fátima Padinha concorre a solo ao Festival da Canção com Uma balada de amor.[10] As Doce ainda duraram até 1987.[7][11]

Com a saída da banda e a promessa falhada de uma carreira a solo, Fátima Padinha seguiu uma carreira longe das artes e do palco. É mãe de Joana e Catarina, fruto do casamento com Pedro Passos Coelho.[1]

Reconhecimentos e Prémios editar

Em julho de 2021, estreou nos cinemas portugueses o filme "Bem Bom" de Patrícia Sequeira, sobre as historias de vida e da carreira das Doce, no qual Fátima Padinha é interpretada pela atriz Bárbara Branco.[3][4][12]

Também em julho, foi emitido na RTP1 o documentário "Bem Bom - Realidade e Ficção" que revela os bastidores da produção do filme. A realizadora e as quatro protagonistas Bárbara Branco, Carolina Carvalho, Ana Marta Ferreira e Lia Carvalho falam da experiência vivida ao longo de toda a produção, desde os ensaios, passando pelas coreografias até aos intensos dias de rodagem. Em contraponto, as verdadeiras Doce, Fátima Padinha, Lena Coelho, Teresa Miguel e Laura Diogo, partilham momentos e testemunhos inéditos da sua carreira e das suas vidas.[12]

Em outubro do mesmo ano, chegou a série, adaptada do filme, à RTP1 e RTP Play. Com uma forte componente musical, baseada em factos e depoimentos reais, a série acompanha todo o percurso da banda desde 1979 até ao fim da formação inicial.[13][14]

Referências editar

  1. a b c «Sexo, doenças, traições... e muito mais. Fátima Padinha esclarece a verdade sobre o fim da Doce: "Tentaram silenciar-nos"». www.flash.pt. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  2. «Visão | "Doce": A história da primeira girl band portuguesa na nova série da RTP1». Visão. 2 de outubro de 2021. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  3. a b c Cardoso, Sofia Santos. «Bárbara Branco: "Obriguei-me a andar pelas ruas de Leiria para sentir a energia da cidade"». Região de Leiria. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  4. a b «'Bem Bom': quem são as novas Doce?». Espalha-Factos. 9 de julho de 2021. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  5. «As Doce nunca foram ressarcidas pelo mal que lhes foi feito, lembra advogado». www.dn.pt. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  6. Amaral Cardoso, Joana (9 de Julho de 2021). «As Doce: as mulheres portuguesas dos anos 1980 numa encruzilhada» (PDF). ulusofona.pt. Consultado em 6 de Dezembro de 2021 
  7. a b c d e «Memórias de uma groupie das Doce». Máxima. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  8. a b c Santos, Pedro João. «"Uma sede de futuro": a história da música portuguesa não se escreve sem as Doce». onovo.pt. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  9. a b c SAPO. «Fechem a porta, apaguem as luzes, venham (re)ouvir as Doce». SAPO 24. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  10. a b «Portugal: Fátima Padinha das Doce luta contra um cancro». ESC PORTUGAL | A Eurovisão em Português. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  11. a b SAPO. «Lena Coelho: "As Doce foram um automóvel de luxo. O pneu suplente só se utiliza quando um dos principais se avaria"». SAPO Mag. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  12. a b Digital, Bismuto Labs-Web Design e Marketing (5 de julho de 2021). «Documentário sobre rodagem de "Bem Bom", filme biográfico das Doce, estreia na televisão portuguesa». Comunidade Cultura e Arte. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  13. Silveira, Ana. «Doce - Tozé Brito fala em "amizades coloridas" e abre guerra com Fátima Padinha». Revista Nova Gente. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  14. «"DOCE": Série de 7 Episódios Estreia na RTP1 em Outubro | Arte Sonora». artesonora.pt. Consultado em 6 de dezembro de 2021 

Ligações Externas editar