Fatna El Bouih

ativista marroquina pelos direitos humanos e escritora

Fatna El Bouih (nascida em 1956) é uma ativista marroquina pelos direitos humanos e escritora. Aprisionada por cinco anos durante os Anos de Chumbo, ela continuou seu trabalho, particularmente como advogada pelos direitos das mulheres, quando foi libertada.[1] As memórias da sua experiência durante os Anos de Chumbo foram publicadas em livro em 2008 com o nome em francês “Une Femme Nommée Rachid” (em inglês, ”Talk of Darkness”).[2][3]

Fatna El Bouih
Nascimento 1956 (68 anos)
Ben Ahmed
Cidadania Marrocos
Ocupação professora, escritora, ativista

Biografia editar

Fatna El Bouih nasceu em 1956 em Ben Ahmed, Marrocos. Seu pai, um professor, a encorajou a ir para a escola.[4]

Como estudante durante os Anos de Chumbo, ela se tornou uma ativista com o movimento de protesto jovem esquerdista, reclamando por democracia como membro da União Nacional de Estudantes do Ensino Médio. Ela foi presa em 1974 como líder de uma greve de estudantes de ensino médio, mas foi liberada após uma noite na prisão. Em 1977, ela foi presa de novo, durante as prisões em massa de membros do grupo marxista “23 de Março”. Desta vez, ela passou cinco anos na prisão, onde foi torturada. Entretanto, graças a um movimento de solidariedade entre as internas, ela conseguiu ganhar melhores condições de detenção, status de prisioneira política e a oportunidade de continuar seus estudos. Ela conseguiu os graus de bacharelado e mestrado enquanto estava presa.[5][6]

Depois de deixar a prisão, El Bouih ensinou árabe em uma escola em Casablanca e começou a escrever artigos e histórias. Ela se juntou à União de Ação Feminina, conduzida por Latifa Jbabdi, que também tinha sido prisioneira política nos anos 1970. Alguns anos depois, ela se tornou membro fundadora do Observatório Marroquino de Prisões e do Fórum Marroquino por Verdade e Justiça, ambos fundados em 1999, no final dos Anos de Chumbo. Este Fórum foi a primeira organização pelas vítimas políticas dos Anos de Chumbo, um precursor da Comissão de Equidade e Reconciliação criada em 2004 pelo rei Maomé VI, que sucedeu a Hassan II em 1999. El Bouih também trabalhou com o Instituto Nacional pela Solidariedade com Mulheres em Dificuldades, para apoiar mulheres com problemas, particularmente mulheres grávidas que estão presas.[4][5]

El Bouih escreveu diversos livros e outras publicações sobre os Anos de Chumbo, o destino de prisioneiros políticos e a violência contra mulheres. Seu primeiro livro, de memórias das suas experiências, intitulado “Hadit-al-atama”, foi publicado em 2001; ele foi lançado em francês com o nome “Une Femme Nommée Rachid”, e em inglês como “Talk of Darkness”. Outros livros notáveis incluem “Atlasyat, témoignages des coulisses de l’histoire” (em tradução livre, “Atlasyat, Testemunhos dos Bastidores da História“) (2006).[7][8][9][10]

Referências editar

  1. Slyomovics, Susan (2012). «Fatna El Bouih and the Work of Memory, Gender, and Reparation in Morocco». Journal of Middle East Women's Studies (1): 37–62. ISSN 1552-5864. doi:10.2979/jmiddeastwomstud.8.1.37. Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  2. Achour, Christiane Chaulet (8 de abril de 2020). «Écritures du confinement: écrire en prison, Anna Greki, Bachir Hadj Ali». DIACRITIK (em francês). Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  3. «STAFFELFELDEN. "Ladies' Turn" : un combat féminin pour se faire une place dans le football au Sénégal». www.lalsace.fr (em francês). Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  4. a b Casti, Danilo (16 de maio de 2008). «Fatna El Bouih «Une femme nommée Rachid»». La Gazette du Maroc. Consultado em 14 de novembro de 2020 
  5. a b Le dictionnaire universel des créatrices. Didier, Béatrice., Fouque, Antoinette., Calle-Gruber, Mireille, 1945-. Paris: Des femmes-A. Fouque. 2013. ISBN 978-2-7210-0631-8. OCLC 864873770 
  6. Bīh, Fāṭinah. (2008). Talk of darkness. Kamal, Mustapha., Slyomovics, Susan. Austin, TX: Center for Middle Eastern Studies at the University of Texas at Austin. ISBN 978-0-292-71915-6. OCLC 271772060 
  7. Ghachem, Béchir (15 de junho de 2018). «Genre, mémoire, témoignage. De la violence carcérale de genre dans les années de plomb au Maroc à travers l'écriture testimoniale de Fatna El Bouih». Université Lumière Lyon 2 (em francês). 198 páginas 
  8. Chabaa, Qods (18 de março de 2016). «Prix Littéraire Sofitel Tour Blanche: Fatna El Bouih remporte le premier Prix». Le 360 (em francês). Consultado em 14 de novembro de 2020 
  9. Palou, Anthony (21 de março de 2016). «4e édition du Prix littéraire féminin du Sofitel Tour Blanche». Le Figaro (em francês). Consultado em 14 de novembro de 2020 
  10. Orlando, Valérie K. (1 de setembro de 2010). «Feminine spaces and places in the dark recesses of Morocco's past: the prison testimonials in poetry and prose of Saïda Menebhi and Fatna El Bouih». The Journal of North African Studies. 15 (3): 273–288. ISSN 1362-9387. doi:10.1080/13629380902745884 
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