Gato-do-deserto

espécie de felideo
(Redirecionado de Felis margarita)

O gato-do-deserto (Felis margarita) é o menor membro do género Felis, juntamente com o gato-bravo-de-patas-negras (Felis nigripes). Apenas alcança os 50 cm de comprimento (cabeça e corpo), mais 30 cm da cauda. Os maiores machos chegam aos 3.5 kg de peso.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaGato-do-deserto

Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Felis
Espécie: F. margarita
Nome binomial
Felis margarita
Loche, 1858
Distribuição geográfica

Descrição editar

Trata-se de um felino bem adaptado à vida em desertos arenosos do Oriente Médio como Sahara, Arábia, Irã, Afeganistão, Turcomenistão e Paquistão. Nas zonas menos áridas destas regiões, convive com o gato-bravo (F. silvestris), aparentemente sem problemas. Não obstante, tem-se documentado o seu desaparecimento em alguns lugares devido o incremento de gatos domésticos assilvestrados.

A cabeça é larga, algo que o torna inconfundível em relação a outras espécies similares, e as orelhas também possuem dimensões apreciáveis. Isto melhora a sua audição e a perda de excesso de calor através delas (uma técnica comúm entre os pequenos mamíferos desérticos como a lebre-da-califórnia ou as raposas-do-deserto). A pelagem é de cor de areia, com poucas riscas mais escuras, que se encontram mais desenvolvidas na subespécie africana, F. m. margarita, e só são facilmente visíveis na parte alta das patas dianteiras. A ponta da cauda também possui coloração escura. Ao contrario de outros felinos, a planta dos pés está coberta totalmente de pelo a fim de as proteger em relação ao contacto com as ardentes areias do deserto.

Este animal apresenta hábitos preferencialmente crepusculares ou noturnos, passando as horas mais quentes do dia protegendo-se entre as rochas. Alimenta-se de roedores (gerbils, ratos), lebres, aves, serpentes (incluindo víboras venenosas), lagartos, aranhas e insectos. Por sua vez, sofrem predação de chacais e aves Strigiformes. A predação feita pelos Humanos tem o fim de comercializar as suas peles; também se vendem animais capturados como mascotes de forma ilegal. Não obstante, na atualidade, só a subespécie paquistanesa (F. m. scheffeli) está sujeita a algum tipo de ameaça, segundo a convenção CITES.

Reprodução editar

Os gatos-do-deserto são fundamentalmente solitários, mas não territoriais. É comum que vários indivíduos frequentem os mesmos refúgios, ainda que nunca os compartilhem ao mesmo tempo. Durante a época de reprodução, que varia de uma região para outra, os machos atraem as fêmeas com uma espécie de latidos para incitá-las para a cópula.

Entre 59 e 63 dias depois do acasalamento, as fêmeas parem uma ninhada de uma a oito crias, normalmente quatro ou cinco. Apresentam um crescimento rápido e aos 6-8 meses de idade já são independentes, ainda que só atinjam a maturidade sexual por volta do primeiro ano de idade. Ignora-se a sua esperança de vida em liberdade, ainda que em cativeiro possam chegar aos treze anos.

Conservação editar

A caça deste gato é proibida na Argélia, Irã, Israel, Cazaquistão, a Mauritânia, Niger, Paquistão e Tunísia.

Sem proteção legal é oferecido pelo Egito, Mali, Marrocos, Omã, Arábia Saudita, ou Emirados Árabes Unidos.

Gatos-do-deserto em cativeiro são altamente sensíveis a doenças respiratórias e infecção do trato respiratório superior é a principal causa de morte em adultos. A doença mais comum é a rinotraqueíte infecciosa. Com o gato-do-deserto sendo muito suscetível a infecções respiratórias têm que ser mantidos em recintos muito árida onde a umidade e a temperatura não oscile.

A partir de 20 de janeiro de 2010, há 26 gatos-do-deserto em cativeiro nos Estados Unidos. Em maio de 2010, o Al Ain Wildlife Park & Resort (AWPR) anunciou o primeiro nascimento de dois gatinhos depois de uma fecundação en vitro e procedimento de transferência de embriões em suas instalações.

A extirpação do gato-do-deserto de Israel, juntamente com o fato de que o gato está ameaçada durante todo sua escala - levou o Zoo de Jerusalém a começar um projeto de reintrodução da espécie. Um gabinete de aclimatação foi construído, utilizando o dinheiro do Zoo do Prof Shulov Fundo para o Estudo de animais em cativeiro, no Kibbutz Reserve Lotã pássaro no deserto de Arava . Após a construção do recinto, os primeiros indivíduos foram transferidos para a aclimatação, e pouco depois foram soltos na natureza. O monitoramento destes gatos após a sua libertação foi conduzida pela equipe Ecologia Criativa no Kibutz Lotan, e por Israel Natureza e Parques Nacionais Proteção Authority (INNPPA) rangers. O programa de reintrodução foi considerado falho, como os animais não sobreviveram.

Subespécies editar

Referências

  1. Cat Specialist Group (2002). Felis margarita (em inglês). IUCN 2006. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2006. Página visitada em 8 de Agosto de 2007.

Bibliografia editar

  • Catalogue des mammiferes sauvages du Maroc, Stéphane Aulagner y Michel Thevenot, 1986.
  • The Kingdon Field Guide to African Mammals, Jonathan Kingdon, 1997.

Ligações externas editar

 
Wikispecies
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