Fiama Hasse Pais Brandão

escritora portuguesa
 Nota: Para outros significados de Hasse, veja Hasse (desambiguação).

Fiama Hasse Pais Brandão (Lisboa, 15 de agosto de 1938 — Lisboa, 19 de janeiro de 2007) foi uma premiada escritora, poetisa, dramaturga, ensaísta e tradutora portuguesa.

Fiama Hasse Pais Brandão
Nascimento 15 de agosto de 1938
Lisboa
Morte 19 de janeiro de 2007 (68 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Prêmios Prémio Adolfo Casais Monteiro (1974)

Prémio P.E.N. Clube Português de Poesia (1986, 2001)
Grande Prémio de Poesia APE/CTT (1996, 2000)
Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (2005)
Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (2006)

Magnum opus Âmago

Biografia editar

Fiama Hasse Pais Brandão nasceu no dia 15 de agosto de 1938, numa pequena quinta em Carcavelos, Cascais, filha de Gustavo Wilson Perey Brandão e Carmen Pereira de Vasconcelos Hasse Brandão e era neta do escritor Raul Brandão[1].

A sua infância foi passada entre uma quinta em Carcavelos e o St. Julian's School.[2] Foi estudante de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Foi casada com Gastão Cruz. [2][3][4]

Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos».[3] É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60.[2][5][6]

A sua actividade no teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970. Em 1974, fez parte do grupo fundador do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com Mariana Pineda, de Federico García Lorca. [2] É autora de várias peças de teatro, entre elas A Campanha, O Golpe de Estado e Auto da Família que foram censuradas pela PIDE. [7]

Traduziu obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertolt Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros. [8]

Colaborou em publicações como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago, A Phala e Quadrante (revista da Faculdade de Direito de Lisboa, iniciada em 1958). [9][10]

Prémios e reconhecimento editar

Ao longo da sua carreira recebeu vários prémios, entre eles: [11][12]

Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. [3]

Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.[2]

Principais obras editar

Entre as suas principais obras encontram-se: [13][14][15]

  • 1961 – «Morfismos», in Poesia 61
  • 1967 – Barcas Novas
  • 1970 – (Este) Rosto
  • 1974 – Novas Visões do Passado
  • 1976 – Homenagem à literatura
  • 1978 – Área Branca
  • 1978 – Melómana
  • 1985 – Âmago I/Nova Arte
  • 1986 – F de Fiama (antologia)
  • 1989 – Três Rostos
  • 1974 – O Texto de João Zorro (Obra poética)
  • 1991 – Obra Breve (Obra poética)
  • 1995 – Cântico maior
  • 1996 – Epístolas e Memorandos
  • 2005 – Noites de Inês-Constança

Referências

  1. Daniela Severino Amaral (2023). O arquivo pessoal Fiama Hasse Pais Brandão. [S.l.]: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. p. 44 
  2. a b c d e «Fiama Hasse Pais Brandão». Porto Editora. Infopédia. Consultado em 18 de janeiro de 2013 
  3. a b c «Fiama Hasse Pais Brandão». Alumni da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 
  4. «Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007) A FALA DO NOME MÁGICO». PÚBLICO. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  5. Portugal, Rádio e Televisão de. «Presidente da República presta homenagem a "grande escritora"». Presidente da República presta homenagem a "grande escritora". Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  6. Portugal, Rádio e Televisão de. «Fiama Hasse Pais Brandão é "um dos maiores poetas depois de Pessoa" - Fernando Pinto do Amaral». Fiama Hasse Pais Brandão é "um dos maiores poetas depois de Pessoa" - Fernando Pinto do Amaral. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  7. «Fiama Hasse Pais Brandão: a censura de três peças num volume». Esquerda. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  8. Lusa. «Morreu a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão». PÚBLICO. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  9. Ana Cabrera. «Ficha histórica:Quadrante – a revolta de uma elite perante a crise da universidade» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de março de 2015 
  10. «Biografia - Fiama Hasse Pais Brandão». Direcção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (Portugal). Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  11. «Prémios - Fiama Hasse Pais Brandão». livro.dglab.gov.pt. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  12. Portugal, Rádio e Televisão de. «Morreu Fiama Hasse Pais Brandão, grande nome da escrita poética portuguesa». Morreu Fiama Hasse Pais Brandão, grande nome da escrita poética portuguesa. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  13. «Biblioteca Nacional de Portugal - Obras de Fiama Hasse Pais Brandão». catalogo.bnportugal.gov.pt. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  14. «Bibliografia». livro.dglab.gov.pt. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  15. «Fiama Hasse Pais Brandão | Wook». www.wook.pt. Consultado em 5 de janeiro de 2022 

Ligações externas editar

Ver também editar

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