Forte de Nossa Senhora da Graça

forte em Elvas
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O Forte de Nossa Senhora da Graça, oficialmente denominado como Forte Conde de Lippe, no Alentejo, localiza-se na freguesia da Caia, São Pedro e Alcáçova, a cerca de um quilómetro a norte da cidade de Elvas, no município do mesmo nome, distrito de Portalegre, em Portugal.[1]

Forte de Nossa Senhora da Graça
Forte de Nossa Senhora da Graça
Nomes alternativos Forte Conde de Lippe
Tipo Forte
Estilo dominante Vauban
Início da construção 1763
Fim da construção 1792
Proprietário inicial José I de Portugal
Função inicial Militar
Proprietário atual Estado Português
Área
  • 11,2544 hectare
Património Mundial
Critérios (iv)
Ano 2012
Referência 1367 en fr es
Património Nacional
Classificação  Monumento Nacional
Ano 1910
DGPC 70196
SIPA 3771
Geografia
País Portugal
Cidade Elvas
Coordenadas 38° 53' 40" N 7° 9' 51" O
Forte de Nossa Senhora da Graça está localizado em: Portugal Continental
Forte de Nossa Senhora da Graça
Geolocalização no mapa: Portugal Continental

Em posição dominante sobre o chamado Monte da Graça, integrava a defesa da Praça-forte de Elvas e Cidade – Quartel Fronteiriça de Elvas e as suas Fortificações – classificado desde o dia 30 de Junho de 2012 como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.[2][3] O Forte da Graça estava classificado como Monumento Nacional desde 1910.[1]

A boa posição estratégica do local evidenciou-se durante a Guerra da Restauração, quando as tropas espanholas ocuparam o local durante o cerco à cidade de Elvas no ano de 1658 que precedeu a Batalha das Linhas de Elvas a 14 de Janeiro de 1659.

Em 2014, o Forte Nossa Senhora da Graça foi integrado num novo projeto do Ministério da Defesa Nacional, criado com o apoio do Turismo de Portugal, chamado Turismo Militar, que apresenta roteiros históricos baseados em heróis portugueses.[4]

Devido à forte necessidade de preservação, em 2014 o Forte entrou para a lista bienal do World Monuments Watch.

História editar

No século XVII, a posição estratégica do monte da Graça, ocupada por tropas espanholas no contexto da Guerra da Restauração da independência, muito caro custou a Portugal durante o cerco a Elvas (1658-1659).

Um século mais tarde, durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a cidade sofreu novo sítio (1762). Com esse fato em mente, sob o reinado de D. José I (1750-1777), tendo o Marquês de Pombal chamado o Marechal Wilhelm von Schaumburg-Lippe, conde de Lippe para reorganizar o Exército português, determinou-lhe traçar planos para a modernização daquela praça-forte.

Os trabalhos do Forte da Graça iniciaram-se em 1763, estendendo-se até ao reinado de Dna. Maria I (1777-1816), que a inaugurou em 1792, com o nome de Forte Conde de Lippe, militar que havia proposto a sua construção e que comandou o Exército português entre 1762 e 1764. Em 1763 foram precisos quase 30 anos, seis mil homens, quatro mil animais e 120 mil moedas de ouro para a renovação.

O forte resistiu às tropas espanholas durante a chamada Guerra das Laranjas (1801) e, mais tarde, no contexto da Guerra Peninsular, às tropas do general Nicolas Jean de Dieu Soult, que a bombardearam (1811), não chegando a tomá-la.

Utilizado no passado como prisão militar, o conjunto encontrava-se até 2014 em condições próximas da ruína, aguardando a sua cedência à Câmara Municipal de Elvas para consolidação e restauro. Em Setembro de 2015 foram concluídas as obras de restauro nas infrastruturas, com o objectivo de transformar o forte num museu miltiar funcional.

Em 2015, foram precisos quase 11 meses, 220 trabalhadores a tempo inteiro e 6,1 milhões de euros para o restaurar e reabilitar a tempo de no dia 27 de novembro de 2015, reabrir as suas portas ao público.

Características editar

 
Capela do forte

A estrutura, de planta quadrangular com 150 m de lado, é completada por baluartes pentagonais nos vértices. Quatro revelins cobrem as cortinas, a meio das quais de inserem o portão monumental (Porta do Dragão) e três poternas.

O corpo central da praça apresenta um reduto elevado, de planta circular, com dois pavimentos e parapeito, abrindo canhoneiras para três ordens de baterias em casamatas. Sobre o reduto, como sua lanterna central, uma torre circular com dois pavimentos abobadados: o primeiro constituindo-se em uma capela decorada e o segundo, na Casa do Governador. Abaixo da capela, escavada na rocha viva, uma cisterna constitui-se em uma de suas obras mais notáveis.

Externamente, a estrutura é completada por um hornaveque com seu revelim e poterna, e por um fosso seco, largo e profundo.

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar

 
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  O Forte de Nossa Senhora da Graça faz parte do sítio "Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e as suas Fortificações", Património Mundial da UNESCO.