Forte de São Pedro de Jaraguá

O Forte de São Pedro de Jaraguá localizava-se na enseada onde hoje se inicia o cais do porto de Jaraguá, no centro histórico de Maceió, litoral do atual estado brasileiro de Alagoas.

Forte de São Pedro de Jaraguá
Construção João VI de Portugal (c. 1820)
Estilo Abaluartado
Conservação Desaparecido
Aberto ao público Não

História editar

Segundo forte a ser erguido na província após as Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), pelo governador Sebastião Francisco de Melo e Póvoas (1819-1822), o seu nome foi uma homenagem ao Príncipe Regente, posteriormente Imperador D. Pedro I (1822-1831). Embora SOUZA (1885) informe que se destinava à defesa do caminho de Maceió (op. cit., p. 89), destinava-se a cruzar fogos com o Forte de São João de Maceió, iniciado em 1819, na defesa do porto da cidade (GARRIDO, 1940:77).

Em faxina e terra (madeira, cf. GARRIDO, 1940:77), estava artilhado com 21 peças. O Comandante das Armas da Província de Alagoas, Coronel Joaquim Mariano de Oliveira Belo, em participação ao vice-Presidente em exercício da Província, Nóbrega de Vasconcelos, em 1828, comunicou a ruína desta estrutura defensiva. Em 1830, quando da inspeção das fortificações daquela Província, efetuada pelo Tenente-Coronel de Artilharia Francisco Samuel da Paz Furtado de Mendonça, este oficial observou que seriam necessários recursos da ordem de 12:543$760 réis para a sua recuperação, tendo em vista a regularidade com que ainda funcionava. O Ofício de 16 de fevereiro de 1832 do Presidente da Província, Manuel Lobo de Miranda Henriques (1831-1832), ao Ministério da Guerra, dando conta do estado das fortificações da Província, reportou que este forte, apesar de se encontrar em melhores condições que o vizinho Forte de São João, dispunha de nove peças de artilharia, embora apenas cinco se encontrassem montadas em seus reparos. O Ofício de 6 de agosto de 1834 do Presidente da Província, Vicente Tomás Pires de Figueiredo Camargo (1833-1834), ao Ministério da Guerra, informa que foram desarmados o Forte de São Pedro e o Forte do Espírito Santo, considerados inúteis e de dispendiosa manutenção, solicitando, para o atendimento às suas funções defensivas, um brigue de guerra em Jaraguá. Aparentemente transferida para o Ministério da Marinha, o seu Ministro, Conde de Lajes, insistiu para que se conservasse o Forte de São Pedro artilhado com quatro peças (18 de janeiro de 1837), tendo o Presidente da Província, Rodrigo de Sousa Silva Pontes (1836-1838), ponderado em resposta (junho de 1837) a impossibilidade da sua recuperação, tanto pela carestia dos materiais, quanto pela falta de técnicos para os planos necessários. Complementava que o Forte de São Pedro não guardava apropriadamente a barra de Jaraguá, sendo preferível, para esse fim, restaurar o vizinho Forte de São João (GARRIDO, 1940:77-78).

SOUZA (1885) cita uma informação do General Antônio Eliziário [Tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito] de 1841, confirmando-lhe a ruína, e atribuindo-lhe apenas sete peças. Mas esclarece que o Mapa de Fortificações do Império de 1847 apresenta-o como demolido, tendo estado armado com vinte e uma peças (op. cit., p. 89).

Já no período republicano, à época do governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894), cogitou-se erguer nova fortificação no local. Para esse fim, teria se chegado a armazenar materiais num barracão onde onde mais tarde seria instalada a Escola de Aprendizes Marinheiros, e onde de localizava a sede da Capitania dos Portos de Alagoas em 1940 (GARRIDO, 1940:78). O mesmo autor cita que, em 1925, o Capitão-de-Corveta Enéas Ramos, comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros, ao proceder obras de nivelamento do terreno a NE desse edifício, para a abertura de um campo de esportes, encontrou vestígios da antiga fortificação (op. cit., p. 78).

BARRETTO (1958) confirma que, à época (1958), o local abrigava a sede da Capitania dos Portos de Alagoas (op. cit., p. 159-161).

Bibliografia editar

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
  • TONERA, Roberto. Fortalezas Multimídia: Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: Projeto Fortalezas Multimídia/Editora da UFSC, 2001 (CD-ROM).

Ver também editar

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