Francisco Correia de Herédia Júnior

político português da 1ª república

Francisco Correia de Herédia Júnior, Visconde da Ribeira Brava (Ribeira Brava, Ribeira Brava, 2 de abril de 1852Lisboa, 16 de outubro de 1918) foi um nobre e político português.

Francisco Correia de Herédia Júnior
Francisco Correia de Herédia Júnior
1.º Visconde de Ribeira Brava
Nascimento 2 de abril de 1852
Ribeira Brava
Morte 16 de outubro de 1918 (66 anos)
Lisboa
Nacionalidade português
Ocupação político

Biografia editar

Filho de António Correia de Herédia (1822-1899), que fora deputado, presidente da câmara municipal e governador civil do Distrito do Funchal, e de D. Ana Aniceto de Bettencourt Herédia, naturais do Funchal, Francisco foi titulado 1.° Visconde da Ribeira Brava em sua vida[1] a 4 de Maio de 1871 pelo Rei D. Luís I de Portugal, quando o seu pai, respeitado pelo seu trabalho humanitário desenvolvido na ilha da Madeira, recusou o mesmo título nobiliárquico em seu favor. Usou por Armas: escudo partido, a 1.ª Correia e a 2.ª de Herédia; timbre: Correia; coroa de Visconde.[1] Recebeu o nome do avô paterno, Francisco Correia de Herédia, daí que possua como nome Francisco Correia de Herédia Júnior.[2]

Residente no Porto, casou em Lisboa, onde se encontrava hospedado, aos 19 anos, a 13 de novembro de 1871, na Igreja de São Domingos (Santa Justa), com D. Joana Isabel Gil Bórgia de Menezes e Macedo, também menor de idade, de 20 anos, natural e residente Portel e também hospedada em Lisboa, filha de D. Sebastião Gil Tojo Bórgia Menezes e Macedo e de D. Mariana da Assunção Gama Lobo Guião de Macedo. Foram testemunhas o 1.º Marquês de Ávila e Bolama, António José de Ávila, e o então presidente do Conselho de Ministros, Fontes Pereira de Melo.[2]

Formado em Letras, Francisco Correia de Herédia foi um notável esgrimista, Comendador de várias ordens, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real e governador civil dos Distritos de Beja, Bragança e Lisboa e deputado (antes e depois de 1910).

Em 1905, Francisco Correia de Herédia e José Maria de Alpoim, chefe de fila e ministro da Justiça de Portugal, romperam em conjunto com os progressistas. Durante o combate sem tréguas contra a monarquia, republicanos e "dissidentes" do Partido Progressista formaram um comité revolucionário: Herédia e Alpoim de um lado, e Afonso Costa, por quem tinha admiração, e Alexandre Braga de outro.

 
Francisco Correia de Herédia a celebrar a implantação da República Portuguesa.

A primeira reunião desse comité foi realizada em 11 de julho de 1907, na residência do visconde. Teria aí nascido o plano do movimento revolucionário de 28 de janeiro de 1908, que tinha a finalidade de depor João Franco. Porém, foi abafado três dias depois, a 31 de janeiro. As armas do planeado 28 de janeiro foram compradas pessoalmente na Espingardaria Central, na Praça D. João da Câmara, Freguesia de Santa Justa, na Baixa de Lisboa, e guardadas pelo Visconde da Ribeira Brava.

Após o regicídio de D. Carlos I e do Príncipe Real, a 1 de Fevereiro de 1908, do qual tentou ilibar-se de o ter conspirado, muito embora as armas usadas que estavam na sua posse tenham ido parar às mãos dos regicidas, veio a atestar a sua oposição à monarquia portuguesa ao filiar-se no Partido Republicano Português, sob orientação de Afonso Costa, e desempenhou cargos de grande influência política na Madeira.

Perseguido pelo governo sidonista, foi morto num misterioso tiroteio, em Lisboa, a 16 de outubro de 1918, enquanto era transferido para outra prisão juntamente com outros presos políticos.

Francisco Correia de Herédia é trisavô por varonia de Isabel de Herédia, esposa do pretendente miguelista Duarte Pio, igualmente trisavô de Manuel Caldeira Cabral, ex-ministro da economia de Portugal, e tetravô da atriz Inês Herédia.

Ver também editar

Referências

  1. a b "Nobreza de Portugal e do Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Terceiro, p. 214
  2. a b «Livro de registo de casamentos da Paróquia de Santa Justa e Rufina, Lisboa (1865-1885)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. fls. 67v, 68 e 68v., assento 29