Latinocracia

período da história grega após a Quarta Cruzada
(Redirecionado de Francocracia)

A Latinocracia (em grego: Λατινοκρατία - "reino dos latinos"), também chamada de Francocracia (em grego: Φραγκοκρατία - "reino dos francos"), e, somente no caso dos territórios da República de Veneza, de Venetocracia (em grego: Βενετοκρατία), foi o período da história grega ocorrido logo após a Quarta Cruzada (1204), quando diversos estados cruzados, primordialmente italianos e franceses, foram fundados na Grécia no território do então dissolvido Império Bizantino (veja Partitio Romaniae). O termo deriva do fato de que os ortodoxos gregos chamavam os católicos de "latinos" ou "francos".

O início da Latinocracia.

O período de duração da Francocracia é diferente para cada estado fundado. A situação política era muito volátil e, conforme eles iam-se fragmentando ou trocando de mãos, muitos deles acabaram novamente nas mãos dos gregos.

Com exceção das Ilhas Jônicas e alguns fortes isolados que permaneceram nas mãos do venezianos, o destino final da Francocracia nas terras gregas chegou com a conquista do Império Otomano nos séculos XIV a XVI.

Estados latinos / francos na Grécia editar

Além disso, havia também um conjunto de domínios genoveses no noroeste do Egeu:

A República de Veneza acumulou diversas possessões na Grécia, que formavam parte do seu Stato da Màr. Alguns deles sobreviveram até o final da própria República em 1797:

  • Creta, oficialmente designada Ducado de Cândia ou Reino de Cândia, de 1211 até 1669.[1] Uma das mais importantes colônias ultramarina de Veneza, mesmo com as constantes revoltas gregas, se manteve sob controle veneziano até ser capturada pelos turcos otomanos na Guerra de Creta (1645-1669).[2]
  • Corfu (1207-1214 e 1386-1797) foi capturada por Veneza de seus governantes genoveses logo após a Quarta Cruzada. A ilha foi logo retomada pelo Despotado de Epiro e recapturada em 1258 pelo Reino da Sicília. A ilha permaneceu sob controle angevino até 1386, quando Veneza conseguiu impor seu controle, que duraria até o final da própria República.
  • Lêucade (1684-1797), originalmente parte do Condado palatino e do Despotado de Epiro, governados pela família Orsini, ele caiu sob o jugo otomano em 1479 e foi conquistado pelos venezianos em 1684 durante a Guerra da Moreia.
  • Zacinto (1479-1797), originalmente parte do Condado palatino e do Despotado de Epiro, governados pela família Orsini, caiu nas mãos venezianos em 1479.
  • Cefalônia e Ítaca (1500–1797), originalmente parte do Condado palatino e do Despotado de Epiro, governados pela família Orsini, caíram frente aos otomanos em 1479 e foram conquistados pelos venezianos em 1500.
  • Várias fortalezas na costa do Peloponeso: Modon e Coroni, ocupadas em 1206 e mantidas até a Guerra otomano-veneziana de 1499–1503; Nápoles da România (Náuplia), mantida entre 1388 e 1540; Patras entre 1408 até a conquista pelo déspota Constantino XI Paleólogo em 1430. A península do Peloponeso (ou Moreia) foi conquistada durante a Guerra da Moreia na década de 1680, mas a região foi novamente perdida na última guerra otomano-veneziana em 1715.

Referências

  1. Maltezou, Crete during the Period of Venetian Rule, p. 105
  2. Maltezou, Crete during the Period of Venetian Rule, p. 157

Bibliografia editar

Ligações externas editar

 
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