Franz Radermacher (Hachen, 30 de março de 1882 - Porto Alegre, ?) foi um escultor e ornatista de origem alemã radicado no Brasil.

Nascendo em uma família pobre, foi destinado ao sacerdócio, iniciando seus estudos em um seminário jesuíta, mas não concluiu a formação e optou pela carreira artística, estudando na Escola de Artes e Ofícios de Dusseldorf.[1]

Viajou para Porto Alegre em 1913, contratado por João Vicente Friedrichs para fazer parte de sua oficina de escultura e decoração predial.[2] Chegou com atestado de proficiência emitido pelo atelier Zobus & Eisenmenger, de Dusseldorf. Foi um dos mais importantes decoradores da firma de Friedrichs, que em seu apogeu foi a mais requisitada da capital. Ali trabalhou por dois anos, colaborando em quase todos os projetos da firma.[1]

Trouxe inovações no método de trabalho da ornamentação de fachadas na época, modelando as figuras diretamente sobre o local definitivo e prescindindo de moldes de barro e fôrmas de gesso. Segundo Fernando Corona, esta técnica revolucionou o campo da decoração predial na cidade, sendo adotada generalizadamente. Sua primeira obra foi o brasão do Brasil na fachada do prédio antigo dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega.[2] Depois participou da decoração de diversos outros prédios, hoje históricos e tombados, da capital gaúcha, incluindo o Palácio Piratini, onde produziu molduras e ornamentos em gesso,[1] e a antiga Delegacia Fiscal, hoje o Museu de Arte do Estado.[3]

Mais tarde abriu seu próprio atelier de escultura e decoração, sendo contratado para realizar diversas obras pelo interior do estado. Destacam-se a estatuária da Igreja de Galópolis, ornatos para a sede da Prefeitura de Dom Pedrito e uma estátua monumental de Nossa Senhora da Conceição para a Matriz de Getúlio Vargas.[1]

Referências

  1. a b c d Doberstein, Arnoldo Walter. Estatuários, catolicismo e gauchismo. EDIPUCRS, 2002, pp. 32; 57; 81-83; 102-103; 130; 257
  2. a b Corona, Fernando. "Cem Anos de Formas Plásticas e seus Autores". In: Becker, Klaus [org.]. Enciclopédia Sul-Riograndense. Canoas: La Salle, 1956, v. 2, pp. 158-215
  3. "Museu de Arte - MARGS". IPHAE