Frente Nacional para a Salvação da Líbia

 Nota: Para outros significados de Frente Nacional, veja Frente Nacional (desambiguação).

A Frente Nacional para a Salvação da Líbia (FNSL) foi fundada em outubro de 1981, por Muhammad Yusuf al-Magariaf, ex-embaixador da Líbia para a Índia, e defendia a instituição de um regime democrático com garantias constitucionais, eleições livres, liberdade de imprensa, e separação entre os poderes executivo, legislativo e judicial. O grupo publicava um boletim bimestral denominado "Al Inqadh" (Salvação).

História editar

Entre 1982 e 1984, os EUA, então presidido por Ronald Reagan, via a FNSL como um importante aliado contra Muammar al-Gaddafi, e começou a fornecer financiamento, armas e treinamento em bases clandestinas no Chade.

Em 17 de abril de 1984, a FNSL mobilizou seus partidários para um manifestação em frente à Embaixada da Líbia em Londres, durante essa manifestação foram disparados tiros que feriram 11 manifestantes e mataram uma policial britânica, o incidente resultou na ruptura de relações diplomáticas entre a Líbia e o Reino Unido.

Em 8 de maio de 1984, a FNSL, apoiada pela França, pelos EUA e pela inteligência britânica, realizou um ousado ataque ao Palácio Presidencial (Babal Azizia) em Trípoli, que teria resultado em cerca de 80 mortes entre os oficialistas, mas a tentativa de tomada do Palácio presidencial foi derrotada, e nos dias seguintes ao incidente, o Regime Líbio realizou cerca de 2.000 prisões. O incidente também levou a um agravamento do Conflito entre o Chade e a Líbia.

Em 1985, em decorrência da derrubada de Yaffar al Numeiry, o comando da FNSL teve de se retirar do Sudão[1].

Em março de 1987, Khalifa Hafter, um General do Exército Líbio que foi capturado junto com cerca de 650 de seus comandados durante a Guerra Líbio-Chadiana, e depois de sua captura, juntou-se à FNSL.[2]

Em 1988, a CIA recrutou cerca de 600 ex-militares líbios capturados no Chade, para formar uma força paramilitar associada à FNSL, que passaram a receber treinamento em uma base próxima à Jamena, capital do Chade, dentre eles estava Hafter que lideraria o grupo para-militar da FNSL no futuro[3].

Em 2 de dezembro de 1990, o governo de Hissène Habré foi derrubado por Idriss Déby, apoiado pelo regime líbio[4] que exigiu que os ex-militares líbios fossem repatriados, mas Déby permitiu que os ex-militares líbios que recebiam treinamento da CIA fossem levados para para o Zaire (país que a partir de 1996 passou a ser denominado como República Democrática do Congo e que na época era um aliado dos Estados Unidos na região), por meio de aviões de transporte norte-americanos, posteriormente o regime líbio conseguiu convencer 250 daqueles ex-militares a retornar ao país, enquanto que os 350 restantes, dentre eles Hafter, foram recebidos como exilados nos Estados Unidos em 1991,[5][3] onde foram dispersos entre todos os 50 estados norte-americanos.

Em 2005, a FNSL juntou-se à Conferência Nacional para a Oposição da Líbia (CNOL) por um breve período, na tentativa de formar uma frente unida, que durou somente até 2007, devido a diferenças ideológicas. No início de 2011 a FNSL era liderada por Ibrahim Abdulaziz Sahad e teria maior influência na região sul do país[6].

Em 09 de maio de 2012, foi realizada uma conferência em Bengazi na qual a FNSL foi dissolvida e seus partidários juntaram-se a uma nova organização política denominada Frente Nacional (FN), que elegeu Muhammad Yusuf al-Magariaf como principal dirigente. Na época os dirigentes avaliavam que a FN tinha maior apoio entre os berberes (Amazigues), entre os Tebus[7] e na Cirenaica. Apesar de apoiar a descentralização, a FN mas se opunha fortemente ao federalismo. A FN apresentava-se como um partido liberal e progressista que defendia os direitos das mulheres e sustentava que o julgamento de todas as pessoas envolvidas com o Regime Deposto deveria ocorrer, antes que a reconciliação pudesse acontecer. No campo militar defendia a formação de um exército profissional para proteger as fronteiras e instalações estratégicas[8] [9].

Nas eleições parlamentares 07 de julho de 2012, conseguiu eleger 3 parlamentares de um total de 80 assentos disputados entre partidos políticos[10] [11].

Líderes editar

Referências

  1. Libya Exiled Opposition, em inglês, acesso em 08 de dezembro de 2012
  2. Is General Khalifa Hifter The CIA’s Man In Libya?, em inglês, acesso em 17 de novembro de 2012
  3. a b 350 Libyans Trained to Oust Qaddafi Are to Come to U.S., em inglês, acesso em 17 de novembro de 2012
  4. Libya Arquivado agosto 4, 2012 no WebCite , em inglês, acesso em 17 de novembro de 2012
  5. Acrescente-se que antes de ir para os Estados Unidos, esses 350 passaram uma breve temporada no Quênia
  6. Does the Transitional Council Really Represent Libyan Democracy and Opposition to Gaddafi? Arquivado em 12 de janeiro de 2012, no Wayback Machine., em inglês, acessado em 9 de dezembro de 2011
  7. Tribo que habita o sul da Líbia
  8. Party Profile: The National Front, em inglês, acesso em 08 de dezembro de 2012
  9. Analysis: Magarief victory paves way for emergence of Abushagur as PM, em inglês, acesso em 08 de dezembro de 2012
  10. National Congress party results, em inglês, acesso em 08 de dezembro de 2012
  11. New Libya parliament elects Mohammed Magarief as head, em inglês, acesso em 09 de dezembro de 2012
  12. Profile: Libyan leader Mohamed Magariaf, em inglês, acesso em 8 de dezembro de 2012
  13. Mohammed Magarief: From Libya’s most hunted man to National Congress speaker, em inglês, acesso em 8 de dezembro de 2012
  14. Libya's postponed democracy, em inglês, acesso em 8 de dezembro de 2012
  15. On eve of Libya's first real elections, many candidates tout time spent in exile, em inglês, acesso em 8 de dezembro de 2012

Ligações Externas editar