Gécamines

empresa comercial da República Democrática do Congo
Gécamines
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Criação
Forma jurídica
Sede social
Sector de atividade
Produto
Director
Albert Yuma (en) (-)
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Gécamines (acrónimo de Société générale des carrières et des mines, em português: Sociedade Geral de Pedreiras e Minas) é uma empresa de capitais mistos da República Democrática do Congo especializada em comércio e mineração de comódites, com sede em Lubumbashi, na região de Catanga.

Uma das maiores empresas de mineração da África e a maior da República Democrática do Congo, a Gécamines têm sua principal zona de operações no maior depósito operacional de cobre e cobalto do mundo, o cinturão de cobre da África Central. A Gécamines também está envolvida na prospecção, pesquisa, exploração e produção em outros depósitos minerais.

Foi fundada em 1967 como sucessora da Union Minière du Haut-Katanga (fundada em 1906).

Histórico editar

Em 30 de outubro de 1906, a Union Minière du Haut-Katanga (UMHK) foi fundada como um empreendimento conjunto da Compagnie du Katanga, do Comité Spécial du Katanga e da Tanganyika Concessions, com aporte de capitais da Société Générale de Belgique, para explorar depósitos minerais no sul de Catanga.[1]

Com uma relação conflituosa com o governo do Congo no pós-independência, particularmente com Mobutu Sese Seko e seu programa de "nacionalismo econômico", em 1 de janeiro de 1967 foi declarada uma paraestatal quinxassa-congolesa denominada Générale Congolaise des Minérais (Gecomin). Inicialmente a proposta era que o governo controlasse apenas 60% da empresa. Porém não houve interesse externo na oferta de ações restantes, fato que a tornou inteiramente estatal. O processo de nacionalização da Gecomin só foi concluído após um intrincado processo de negociações que envolveu a financeira Société Générale de Belgique, que atribuiu à Société Générale des Minerais (SOGEMIN) a responsabilidade pela transição operacional entre a UMHK e a Gecomin. A SOGEMIN, por sua vez, recebia uma parcela da receita da Gecomin, que servia de remuneração pelos próprios serviços e ressarcimento à UMHK. O processo de compensação da UMHK foi concluído no início de 1970.[2]

Em 1971, o nome da empresa foi alterado para Générale des Carrières et des Mines (Gécamines).[1] Em 1989, a Gécamines forneceu 85% das receitas de exportação da República Democrática do Congo (contra 60% fornecidos pela UMHK em 1960) e 42% das receitas públicas, tornando-se de longe a empresa mais importante do país.[2]

Na década de 1990, a situação financeira da Gécamines estava abalada por vários problemas, incluindo infraestruturas e equipamentos envelhecidos, o fechamento da Mina de Kamoto em 1990, financiamento dos conflitos nacionais e distúrbios étnicos em Catanga.[2]

Entre 2010 e 2019 a Gécamines torna-se uma sociedade comercial de direito privado, porém ainda tendo o Estado quinxassa-congolês como seu maior acionista. Neste período a empresa passou por processo de abertura ao mercado com limitação de custos operacionais, aumento da produção e investimentos em construção de duas novas plantas de produção de cobre e cobalto em Lualaba (Coluezi e Kambove).[3] Paralelamente, a Gécamines anunciou o encerramento das suas instalações mais antigas, a modernização das fábricas de produção de cobre e cobalto de Shituru e Kamfundwa e a construção de uma central de lixiviação em Panda, na província de Alto Catanga.[4]

Referências

  1. a b Kisangani, Emizet Francois (2016). Historical Dictionary of the Democratic Republic of the Congo 4 ed. [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 9781442273160 
  2. a b c Young, Crawford; Turner, Thomas Edwin (2013). The Rise and Decline of the Zairian State illustrated, reprint ed. Madison: University of Wisconsin Press. ISBN 9780299101138 
  3. «Actualités - Lualaba: Gécamines lance la construction de 2 usines de production du cuivre en 2018 !». Mediacongo.net. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  4. «RD Congo : la Gécamines veut redevenir " un grand acteur minier international "». Agence Ecofin. Consultado em 29 de janeiro de 2019